Crônica: Natal de despedidas

Crônica: Natal de despedidas

A triste estória de um Natal especial

A triste estória de um Natal especial

Publicada há 1 ano

MINUTINHO

Por muito menos

Por: Irmão José/Carlos Bacelli

Ante a queda de quem for, não te regozijes.

Por muito menos, os teus pés poderão tropeçar e te fazerem cair.

Perante a derrota de alguém, não te rejubiles.

Por muito menos, talvez, venhas a perder.

À frente do insucesso alheio, não te satisfaças.

Por muito menos, é possível que fracasses.

Diante da prova de teu desafeto, não demonstres alegria.

Por muito menos, poderás vivenciar a mesma situação.

Na condenação de teu adversário, não te sintas justiçado.

Por muito menos, quem sabe, um dia, hás de comparecer ao tribunal.

CRÔNICA

A grandeza de um gesto

Por: Biblioteca Virtual Meu Sonho Não Tem Fim

Logo após o término da Segunda Grande Guerra, a Europa começou a ajuntar os cacos do que restara. Grande parte da Inglaterra estava destruída. As ruínas estavam por todo lugar. E, possivelmente, o lado mais triste da guerra tenha sido assistir as criancinhas órfãs morrendo de fome, nas ruas das cidades devastadas.

Certa manhã de muito frio, na capital londrina, um soldado americano estava retornando ao acampamento. Numa esquina, ele viu, do seu jipe, um menino com o nariz pressionado contra o vidro de uma confeitaria. Parou o veículo, desceu e se aproximou do garoto. Lá dentro, o confeiteiro sovava a massa para uma fornada de rosquinhas.

Os olhos arregalados do menino, falavam da fome que lhe devorava as entranhas. Ele observava todos os movimentos do confeiteiro, sem perder nenhum.

Através do vidro embaçado pela fumaça, o soldado viu as rosquinhas quentes, e de dar água na boca, sendo retiradas do forno. Logo mais, o confeiteiro as colocou no balcão de vidro com todo o cuidado. O soldado ouviu o gemido do menino e percebeu como ele salivava. Em pé, ao lado dele, comoveu-se diante daquele órfão desconhecido.

Imagem: Ilustração. Fonte: canva.com

- Filho, você gostaria de comer algumas rosquinhas?

O menino se assustou. Nem percebera a presença do homem a observá-lo, tão absorto estava na sua contemplação.

- Sim, respondeu. Eu gostaria.

O soldado entrou na confeitaria e comprou uma dúzia de rosquinhas. Colocou-as dentro de um saco de papel e se dirigiu ao local onde o menino se encontrava, na gélida e nevoenta manhã de Londres. Sorriu e lhe entregou as rosquinhas, dizendo de forma descontraída:

- Aqui estão as rosquinhas.

Virou-se para se afastar. Entretanto, sentiu um puxão em sua farda. Olhou para trás e ouviu o menino fazer, baixinho, a pergunta que mudaria a sua vida:

- Moço, você é Deus?

MINUTINHO

Cartão de Natal

Por: Meimei/Chico Xavier

Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura escondida no peito.

Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.

Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.

Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória: entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração...É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.

Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo! ... Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que te feriram; divide o famel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que moram sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.

Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tomando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.


CRÔNICA

Natal de despedidas

Por: Autoria desconhecida

Era vésperas de Natal e aquela senhora, atrasada, com pressa e sem paciência adentra no shopping buscando presentes para os netos. Já na loja de brinquedos, assustada com os preços, põe-se a percorrer corredores escolhendo os brinquedos, quando, na seção feminina, encontra um menino acariciando uma bela e grande boneca. Aproximou-se, interessando-se também pelo produto, viu o preço, visualizou a criança e, pelas suas roupas, deduziu que não tinha dinheiro para comprá-lo.

- Você deve saber que não tem recursos para comprar essa boneca, né? Cuide dela, fique aqui, que vou pegar outro brinquedo e volto aqui para comprá-la, disse a mulher para desespero do pequeno. Alguns minutos depois retorna e vê a criança ainda mais agarrada a boneca. Sua curiosidade se aguçou:

- Por que você quer tanto essa boneca?

- É que minha irmãzinha queria muito ganhá-la neste Natal. Ela tinha certeza que o Papai Noel iria presenteá-la. Pena que não tenho dinheiro para comprar, afirmou o menino.

Ressentida, a mulher reconferiu o preço e, já disposta a fazer uma boa ação, perguntou:

- Se eu comprar, você entrega para sua irmã?

- Infelizmente não posso tia! Eu preciso entregar para minha mãe para que ela leve até minha irmãzinha.

Sem entender nada, a mulher rogou maiores explicações, no que perdeu a fala.

- Minha irmã se foi - disse soluçando -. Ela mora com Jesus. Agora eu tenho que entregar para mamãe para ela levar o presente.

Ainda sem entender tudo, a mulher pediu mais explicações. 

- Por que para a mãe?

- Papai disse que a mamãe também irá morar com Jesus em breve. Eu pedi a ela para esperar um pouquinho, só o tempo de eu vir ao shopping pegar a boneca. Em seguida o menino tirou do bolso uma fotografia que tinha tirado com o Papai Noel do shopping, para por junto com a boneca.

- Gosto muito da minha mãe. Não queria que ela partisse. Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha.

Comovida, com água nos olhos e já compreendendo a situação, a senhora tirou da carteira algumas notas e pediu a ele que contasse o dinheiro novamente. Ele contou e viu que já tinha o suficiente para comprar o brinquedo e ainda sobrava para comprar uma rosa para sua mãe.

- Eu sabia. Acabei de pedir a Jesus para que me desse dinheiro suficiente para comprar esta boneca para a mamãe levar até à minha irmãzinha, e Ele ouviu a minha oração. Eu pedi, ainda, para que o dinheiro fosse suficiente para comprar também uma rosa branca para a minha mãe, e Ele acaba de me dar o bastante para a boneca e para a rosa. Sabe, minha mãe gosta muito de rosas brancas...

Enquanto terminava suas compras, agora com uma disposição bem diferente, a senhora não conseguia deixar de pensar naquele menino. Lembrou-se de uma história que havia lido num jornal, dias antes, a respeito de um acidente causado por um condutor alcoolizado, no qual uma menininha morrera e a mãe ficara em estado grave. Deu-se conta de que aquele menino pertencia àquela família. Dois dias depois, ela leu no jornal a notícia de que a mulher acidentada havia morrido. Comprou um buquê de rosas brancas e as levou ao funeral. Lá estava o corpo de uma mulher. Com uma rosa branca numa das mãos, uma linda boneca na outra, e a foto de seu filho em frente ao shopping.    


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