Crônica: Uma onda que não tem fim. O reflexo de um bom ato ao longo do tempo

Crônica: Uma onda que não tem fim. O reflexo de um bom ato ao longo do tempo

Uma avó e dois netos num supermercado

Uma avó e dois netos num supermercado

Publicada há 1 ano

MINUTINHO

Em essência

Por: Irmão José/Carlos Bacelli

Livro: Amai-vos uns aos outros

Prejuízo material, quase sempre, significa ganho espiritual.

Prova que aparece, uma vez superada, é motivo de promoção.

Obstáculo vencido se traduz por mais força ao espírito.

Pedra de tropeço, em vez de causa de queda, pode ser degrau para a subida.

Lágrima é o colirio natural de quem deve enxergar um pouco melhor a si mesmo.

Dificuldade, na maioria das vezes, é vacina contra a ilusão do menos esforço.

Renúncia é entrar na posse de algo de muito maior valor.

Sacrifício é autossuperação.

Silenciar ofensas é a mais eficaz das respostas ao ofensor.

Amar é ignorar a existência do ódio.

Sem ser perseguido hoje, ninguém se fará seguido amanhã.

Treva que se aproxima da luz é treva querendo se iluminar.

CRÔNICA

Uma onda que não tem fim

Por: Clarius / Adaptação

A cena se passa em um supermercado. Com os dois netos, a avó faz compras. Somente o essencial; o que está anotado na curta lista que tem nas mãos. Porém a menina apanha da prateleira um bolo confeitado, maravilhoso e o coloca no carrinho de compras. No caixa, a avó percebe que não tem dinheiro suficiente e pede para devolvê-lo. A garota insiste, pois era para o aniversário do vovô, até que a avó explica que, em outro momento, quando tiverem condições, comprarão.

Um rapaz, que a tudo assistia, comprou o bolo deixado no caixa, correu, alcançou os três e o depositou nas mãos da criança.

- Não, - disse a avó, não podemos aceitar. O senhor não tem obrigação nenhuma de fazer isto.

- Na verdade, tenho – disse, com um sorriso. Quando eu tinha sete anos, estava no supermercado e escolhi um bolo. Era meu aniversário. Minha mãe explicou que não tínhamos dinheiro. E um homem o comprou, mandou embrulhá-lo e me entregou. Insistiu para que minha mãe me deixasse aceitá-lo. Então ela pediu que ele escrevesse seu número de telefone em um papel para quando possível, lhe devolver o valor. Ele escreveu algo no papel e colocou no bolso da minha camisa.

- Então, diz a avó, já aceitando a doação, escreva seu número de telefone. Devolveremos o valor, assim que pudermos.

Imagem: Ilustração. Fonte: Reprodução

E assim o trio voltou a casa. Lá chegando, a netinha correu entregar a guloseima ao avô, que estava sentado em uma cadeira de rodas.

- Feliz aniversário, vovô!

- Obrigado, disse ele. É o meu favorito. Mas você não deveria gastar dinheiro com isso. Estamos em dificuldades, afirmou dirigindo-se a esposa.

- Foi um rapaz que o comprou e o ofereceu, respondeu a avó. Inclusive pedi que escrevesse neste papel o número do telefone dele para devolvermos quando pudermos. Veja!

Ele abriu o papel dobrado e leu. Ao invés do número do telefone estava uma frase: Um simples ato de carinho cria uma onda sem fim.

Rapidamente sua mente o remeteu para uma cena naquele mesmo supermercado anos atrás. Era ele, em pleno vigor físico, vendo uma mãe explicando para um menino de sete anos que não tinha dinheiro suficiente para comprar o bolo de aniversário. Ele o adquirira e o entregara ao menino, cujos olhos brilharam de felicidade, junto com o mesmo recadinho:

“Um simples ato de carinho cria uma onde sem fim”.

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