MINUTINHO
Tribulações
Por: Redação do Momento Espírita / Com base no livro Rumo Certo
É comum reclamarmos das adversidades pelas quais passamos, sem refletir nas lições de que são portadoras.
Se somos dos que afirmamos crer em Deus, jamais deveríamos ter esse comportamento. Ao contrário, deveríamos aceitá-las como oportunidades de aprendizagem.
Afinal, o Pai Celeste sabe do que necessitamos.
Observando nosso entorno, verificamos que a semente, por exemplo, passa pela solidão, no interior da Terra, para que a flor e o fruto possam surgir, enriquecendo a vida.
A fonte passa sobre o lodo e as pedras para que os campos não sejam reduzidos à esterilidade.
A lâmpada suporta a carga de força que, gradativamente, a consome, para dissolver as trevas.
Assim acontece em todos os campos de edificação e do sentimento.
Se a criança não se desenvolvesse, transformando-se em adulto, a ingenuidade jamais daria lugar à experiência.
Se a cultura não crescesse, não haveria progresso.
Se a teoria não avançasse para a realização, nunca passaria de um amontoado de palavras.
Dessa forma, entendamos atrito, provas e desafios como condições de melhoria e aperfeiçoamento, ajuste e elevação.
À vista disso, aceitemos em paz as tribulações que a existência nos imponha.
Se as lutas e tropeços, conflitos e lágrimas não nos visitassem os corações, nosso Espírito ficaria aprisionado na ilusão e na insensatez, nas sombras da ignorância e do primitivismo.
Agradeçamos os obstáculos que nos chegam em forma de alteração ou mudança, quebrando-nos a inércia e renovando-nos a vida.
Recordemos a águia recém-nascida.
Não fosse o rompimento do invólucro que a constringe, não desenvolveria as próprias asas para ganhar as alturas.
E sem os empurrões da águia mãe talvez o filhote não encontrasse coragem suficiente para se lançar penhasco abaixo e descobrir as maravilhas de poder voar, livre, pela imensidão dos ares.
Não fossem os tombos, na tentativa dos primeiros passos, não aprenderíamos a nos sustentar sobre as próprias pernas.
Todos passamos por essa fase e foi caindo e nos levantando, tornando a cair, erguendo-nos, por fim, firmes, que ajustamos os passos.
E nenhum de nós recorda de todo esse processo como algo ruim, desagradável ou inoportuno.
Sem as enfermidades que atacam a nossa tola vaidade, não desenvolveríamos a salutar humildade.
Se não existisse o sofrimento, que arrebenta a concha do nosso egoísmo, não encontraríamos o caminho que conduz à felicidade efetiva.
Observando a vida sob esse ponto de vista, não mais reclamemos das tribulações. Ao contrário, saibamos retirar, de cada uma delas, as lições necessárias ao nosso crescimento.
O sol brilhará novamente amanhã, na seara onde hoje trabalhamos.
Procuremos receber todas as dificuldades com fervorosa confiança em Deus, com serviço, abnegação e renúncia.
Mantenhamos o ideal do bem hoje e sempre, acima de todas as vicissitudes, porquanto, se o corpo transitório marcha para o túmulo, o Espírito, nas lutas que o vitalizam, lentamente se renova no rumo da vida imortal.
CRÔNICA
Let it be - Vai ficar tudo bem
Por: Autoria desconhecida
Let it be é o décimo terceiro e último álbum do grupo inglês de rock, The Beatles. Foi gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970 e foi lançado em 8 de maio de 1970.
Inicialmente, o nome previsto para o álbum era outro. Mas acabou sendo mesmo o nome da faixa composta por Paul McCartney. Ele a escreveu em homenagem a sua mãe, Mary McCartney, vítima de câncer de mama, quando ele tinha quatorze anos de idade. À época, a morte da mãe o abalara profundamente.
Conta Paul que, certa noite, sonhou com a mãe vindo em sua direção e lhe dizendo Let it be. Algo como “deixa estar” ou “vai ficar tudo bem”.
Quando acordou, já estava com a melodia da música na cabeça e os versos foram brotando:
O quarteto The Beatles. Foto: Reprodução / Público
Quando eu me encontro em tempos difíceis, mãe Maria vem para mim, falando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem”.
E, nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem na minha frente, falando palavras de sabedoria, sussurrando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem”.
E, quando as pessoas de coração partido, morando no mundo concordarem, haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem”.
Pois, embora possam estar separados há ainda uma chance que eles verão. Haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem”.
E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim, brilha até a manhã: “Vai ficar tudo bem”.
Eu acordo ao som da música. Mãe Maria vem para mim. Não haverá tristeza. Vai ficar tudo bem.