Desembarque dos primeiros brasileiros repatriados na Base Aérea de Brasília: bandeira nacional em punho, em segurança. Foto: Vinicius Neves / Secom / PR
Da Redação
Nosso objetivo é trazer todos de volta. Ainda temos cerca de 2.500 brasileiros em Israel e 50 na Faixa de Gaza até o momento. Estaremos sempre aqui para receber os outros que chegarão”. (Maria Laura da Rocha, ministra substituta do Ministério das Relações Exteriores).
ESTRUTURA - Uma segunda aeronave com o mesmo perfil de 210 lugares fará o trajeto entre Israel e o Brasil nesta quarta-feira. Na tarde de terça (10/10) à tarde, uma terceira aeronave para repatriação de brasileiros decolou do Brasil. A KC-390 Millennium (Embraer) tem capacidade para 60 lugares.
Ainda nesta quarta, no fim do dia, a mesma tripulação que chegou a Brasília nesta madrugada, sob coordenação do comandante Marcos Olivieri, decola novamente para Israel com o KC-30 para dar sequência aos resgates. “É uma sensação gratificante fazer parte disso. A gente se sente muito honrado. A recompensa maior é o sorriso dos brasileiros na aeronave”, disse Olivieri.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv organiza grupos de brasileiros por critérios de prioridade – residentes no Brasil e, dentre estes, pessoas com deficiência, idosos, grávidas e grupos com menores de idade – para embarque nos voos da FAB previstos para serem realizados entre hoje e o próximo domingo. Além de organizar o embarque, a embaixada realiza o transporte desses passageiros desde Jerusalém e de Tel Aviv ao aeroporto Ben-Gurion. Quando necessário, é providenciada documentação de viagem, além de registro consular de nascimento aos filhos de brasileiros nascidos no exterior que ainda não tenham sido registrados.
GAZA E CISJORDÂNIA - O Escritório em Ramala monitora a situação dos brasileiros na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. As condições de retirada nessas regiões apresentam desafios adicionais porque as fronteiras estão fechadas. Em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo, o Itamaraty segue trabalhando para viabilizar a evacuação dos brasileiros.
“Vamos trazer todos os brasileiros que estão na região. O Itamaraty já está no contato com países vizinhos para ver se deslocamos os brasileiros que estão no entorno. A Aeronáutica já tem montado um esquema especial para trazer. São grupos pequenos, lá tem de se deslocar por terra porque não temos acesso para que o avião pouse. Estamos trabalhando para levá-los para um lugar seguro e que possam também voltar a sua terra”, disse o ministro da Defesa, José Múcio. Segundo ele, o Brasil foi o primeiro país a concretizar operação de repatriação de cidadãos. “Desde sábado a Aeronáutica está debruçada nessa logística, com um gabinete de crise aqui e outro em Tel Aviv”.
Segundo o tenente brigadeiro Damasceno, comandante da Aeronáutica, está sendo feita uma análise detalhada do cenário em Gaza. “Inicialmente imaginava-se a Cidade do Cairo como base, mas é uma distância longa, tem alguns checkpoints a serem cruzados. Estamos analisando outros dois aeroportos, ao norte e Nordeste do Egito”, explicou. “Apesar da sensibilidade da região, temos certeza de que traremos todos”.
VÍTIMAS BRASILEIRAS - Na manhã desta terça (10/10), a família da brasileira Bruna Valeanu, desaparecida desde sábado (7/10), confirmou a morte da jovem. A estudante estava na festa rave Universo Paralello quando o local foi invadido por integrantes do Hamas. Segundo informações da mídia israelense, ao menos 260 corpos foram encontrados no local. O Governo Federal também tomou conhecimento do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel. “Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”, indicou trecho de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
É uma sensação gratificante fazer parte disso. A gente se sente muito honrado. A recompensa maior é o sorriso dos brasileiros na aeronave”. (Marcos Olivieri, comandante da aeronave que trouxe os brasileiros).
CONSELHO DE SEGURANÇA - Durante o mês de outubro, o Brasil assumiu a Presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pelo período de um mês. O país ocupa uma das 10 vagas do Conselho para membros não permanentes, em um mandato que irá até o fim deste ano. É a segunda vez no atual biênio que o Brasil ocupa a Presidência temporária do Conselho – a primeira ocorreu em julho de 2022. O país também é um dos maiores participantes entre os membros não permanentes do CSNU, atrás apenas do Japão. Desde a criação do órgão, em 1948, esse é o 11º mandato brasileiro.
"O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais.
SERVIÇO - A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está publicando formulário para inscrição de interessados nos eventuais voos de repatriação e transmite instruções para deslocamento ao aeroporto de Ben-Gurion à medida que se confirmem os voos. O formulário está disponível aqui.
PLANTÕES - O Governo brasileiro montou no Itamaraty estrutura para o acompanhamento da situação dos brasileiros na região. Os plantões consulares da Embaixada em Tel Aviv (+972 (54) 803 5858) e do Escritório de Representação em Ramala (+972 (59) 205 5510), com “Whatsapp”, permanecem em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência. O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República