LUTO

Morre Professor Zé Bastos, ex-jogador do Fefecê

Morre Professor Zé Bastos, ex-jogador do Fefecê

Velório está ocorrendo em Fernandópolis, sepultamento às 17h00

Velório está ocorrendo em Fernandópolis, sepultamento às 17h00

Publicada há 7 meses

Da Redação

Morreu ontem, 29/03/2024, o professor José Pereira Bastos, aos 82 anos.

Popularmente conhecido como Zé Bastos, ele estava internado no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto, em processo de recuperação de um Acidente Vascular Celebrar (AVC).

Ele foi professor de Educação na rede pública estadual, tendo lecionado em diversas escolas da região e também marcou época atuando no time do Fernandópolis Futebol Clube (Fefecê), em sua fase áurea.

O corpo está recebendo as últimas homenagens no velório local desde às 08h00 deste sábado, 30, e será sepultado às 17h00 no Cemitério da Saudade em Fernandópolis.

Quem foi

Na publicação Craques do FFC, edição de nº 033/2021, subscrita por Gilmar Fúria Gavioli e datada de 06 de fevereiro de 2021, retratou a trajetória do ex-craque. Confira a reprodução:

JOSÉ PEREIRA BASTOS, o “ZÉ BASTOS” nasceu na Vila Monteiro (hoje é Alvares Florence), no dia 29 de setembro de 1942.

É o único filho brasileiro do sr. Augusto, imigrante português que veio para o Brasil, sózinho em 1921, deixando sua esposa e filhos lá em Portugal, porquê queria tentar a sorte aqui em nosso Pais, como muitos fizeram, “diga-se de passagem”...

Depois de se estabelecer em Ouroeste, tomando conta das terras e propriedades da Familia Veloso, o Sr Augusto conquistou a sua independência financeira, o que possibilitou trazer toda a família para cá.

Conseguiu concretizar o seu sonho. Isso depois de 10 anos, trabalhando duro por aqui.

Seu pai queria que ele fosse estudar, mas como a sua paixão era jogar futebol, não conseguia se dedicar aos estudos. Ai foi trabalhar com o pai, na fazenda e nos finais de semana, praticava o que mais gostava que era jogar bola.

Iniciou no “CORINTHINHA”, da Capivara. Em 1956 surgiu o “Caciquinho” e ele já integrava o time, com apenas 14 anos de idade.

Dai pra frente, mesmo com pouca idade, mas um futebol de gente grande, ele passou a jogar no meio dos atletas que eram bem mais velhos.

Em 1961 surgiu a equipe da ABE (Associação Bancária de Esportes), e que em 1965 passou a ser FFC (Fernandópolis Futebol Clube).

Este nome inicial de ABE, foi em função do grande número de agências bancárias que existiam na cidade de Fernandópolis e foram eles, os bancários, que fundaram um clube de futebol para representar o município em competições estaduais.

Em 1964 o Campeonato da Quarta Divisão era disputado em duas chaves (interior e capital). Os campeões de cada chave faziam a final do campeonato.

A ABE foi campeã da chave do interior e decidiu contra o São José de São José dos Campos o título do campeonato.

Após perder por 2x1 em Fernandópolis a equipe acabou empatando por 0x0 em São José dos Campos e ficou com o vice campeonato.

Pela conquista do Campeonato do Interior realizou um amistoso em Fernandópolis contra o São Paulo FC para a entrega das faixas. O São Paulo venceu por 4x1.

A ABE conquistou acesso a Terceira Divisão de 1965.

Em 1966 já como Fernandópolis Futebol Clube, disputou a Terceira Divisão onde ficaria até 1968.

Em 1967, se classificou para o quadrangular final da Terceira Divisão, contra União Barbarense, Volkswagen Clube de São Bernardo do Campo e São Bento de Marília, mas a equipe não conseguiu o acesso, ficando na Terceira Divisão até 1968.


Zé Bastos jogou nas duas equipes, e sempre foi um dos grandes destaques do time. Ao lado de grandes craques, como Torres, Jesus, o goleiro Olavo, que foi para o Palmeiras, Téia que foi para a Ferroviária e São Paulo, e Canhoto que foi para o Internacional de Porto Alegre.

No dia 20 de agosto de 1973, no Estadio Municipal “John Kenned” hoje Claudio Rodante, muitos adeptos do futebol fernandopolense puderam se orgulhar e ver de perto os grandes ídolos da década de 60; os sensacionais e incríveis dribles e gingos do saudoso Mané Garrincha, quando o Milionários Futebol Clube, se apresentou para um jogo beneficente contra a Seleção de Fernandópolis. Zé Bastos fez o unic0 gol da seleção local, que perdeu por 3 a 1.

Vieram participar daquela partida, os seguintes jogadores: Djalma Santos, Minuca, Negreiros, Lima, Oreco, Djalma Dias e Orlando, Mané Garrincha, Paulo Borges, Ademar Pantera, Luizinho, Robson e outros.

O Milionários era uma equipe que foi formada em São Paulo, era composta de grandes craques do passado e que fazia vários amistosos pelo Brasil.

Zé Bastos, quando se aposentou do futebol profissional, jogou em várias equipes do “amador” da cidade e região.

Dourados FC, foi talvez a melhor. Era comandada pelo esportista Ednel Gregório e pelo Leonildo Maschio, o Preto, e que sempre foi um celeiro de craques. Era uma “filial” do FFC.

Jogou no Indiaporã e também no Iturama, do vizinho estado de MG. 

Zé Bastos, hoje com 78 anos, vive tranquila e merecidamente sua aposentadoria, ao lado da sua esposa, Ivete (também com 78 anos) em Fernandópolis, na mesma casa há quase 60 anos.

Ali defronte a Escola do Coronel e do lado praticamente, do EELAS, as duas maiores escolas de Fernandópolis.

Alias, foi nestas duas escolas, principalmente, que Zé Bastos, foi professor de educação física e ministrou aulas para milhares de alunos, que hoje tem muita gratidão pelos seus ensinamentos na prática de esportes e também de como se deve ter uma vida saudável.

Zé Bastos é concursado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, com o cargo de “Analista Sócio Cultural”.

Foi coordenador de esportes do Munícipio, na gestão do Prefeito Leão. E foi justamente nesta época, que juntamente com MARÁ e MAGRÃO (ambos já falecidos), fizeram o TRIO que fez a grande diferença em Fernandópolis, no setor de esportes e lazer: ajudaram a alavancar a construção do nosso Ginásio de Esportes do Beira Rio.

Foi coordenador geral de Fernandópolis, em várias edições dos JOGOS ABERTOS DO INTERIOR, em diversas modalidades, como futebol de campo, futebol de salão, basquete, vôlei, etc.

Tem dois filhos: Carlinhos Batata, 57 anos, é funcionário público, músico e uma figura muito conhecida na cidade e região, animando bailes, jantares, aniversários e festas em geral. Batata casou se com Márcia e tem 3 filhos: Augusto, Bruno e Ana Clara.

E Patricia Bastos, psicopedagoga na Diretoria de Ensino da Região de Fernandópolis. É divorcida, tem 53 anos e uma filha, a Mariana.

Zé Bastos trabalhou para o clube Casa de Portugal, cerca de 20 anos na área de esporte e lazer, sempre na função de assessorar os diretores da área, organizando e realizando várias competições de futebol society e futebol de salão, entre os associados.

Em função de tudo o que Zé Bastos fez pelo esporte e pelos relevantes serviços prestados ao município, a Câmara Municipal de Fernandópolis, através do seu Presidente Ademir de Almeida, homenageou-o com uma placa.

A Casa de Portugal também fez a sua homenagem. Aliás, em duas oportunidades.

Em julho de 2014, a Comissão Organizadora do tradicional “Torneio Copasasp de Fernandópolis”, evento que reunia os grandes amantes do futebol, também homenageou, merecidamente, o “grande” Zé. 

O craque Neto, da TV Bandeirantes, além de outros craques do passado, também estiveram presentes na grande festa que deixou Zé Bastos muito emocionado...

Valeu Zé Bastos...

Muito obrigado!

Por: Gilmar Fúria Gavioli

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