MINUTINHO
Quando...
Por: Chico Xavier / André Luiz
Quando compreendermos que vingança, ódio, desespero, inveja ou ciúme são doenças claramente ajustáveis à patologia da mente, requisitando amor e não o revide...
Quando interpretarmos nossos irmãos delinquentes por enfermos da alma, solicitando segregação para tratamento e reeducação e não censura ou castigo...
Quando observarmos na caridade simples dever...
Quando nos aceitarmos na condição de espíritos em evolução, ainda portadores de múltiplas deficiências e que, por isso mesmo, o erro do próximo poderia ser debitado à conta de nossas próprias fraquezas...
Quando percebermos que os nossos problemas e as nossas dores não são maiores que os de nossos vizinhos...
Quando nos certificarmos de que a fogueira do mal deve ser extinta na fonte permanente do bem...
Quando nos capacitarmos de que a prática incessante do serviço aos outros é o dissolvente infalível de todas as nossas mágoas...
Quando nos submetermos à lei do trabalho, dando de nós sem pensar em nós, no que tange a facilidades imediatas...
Quando abraçarmos a tarefa da paz, buscando apagar o incêndio da irritação ou da cólera com a bênção do socorro fraternal e abstendo-nos de usar o querosene da discórdia...
Quando, enfim, nos enlaçarmos, na experiência comum, na posição de filhos de Deus e irmãos autênticos uns dos outros, esquecendo as nossas faltas recíprocas e cooperando na oficina do auxílio mútuo, sem reclamações e sem queixas, a reconhecer que o mais forte é o apoio do mais fraco e que o mais culto é o amparo do companheiro menos culto, então, o egoísmo terá desaparecido da Terra, para que o Reino do Amor se estabeleça, definitivo, em nossos corações.
CRÔNICA
A Caravana Árabe
Por: Autoria desconhecida
Conta uma lenda que um velho árabe, analfabeto, orava com tanto fervor e com tanto carinho, todas as noites, que, certa vez despertou num rico chefe de grande caravana a atenção. O mandatário chamou-o a sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler? - perguntou.
O crente fiel respondeu humildemente:
- Grande Senhor. Conheço a existência de Nosso Pai Celestial pelos sinais Dele.
- Como? Indagou o chefe admirado.
O servo humilde explicou-se.
- Quando o senhor recebe uma carta de uma pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu? Pela letra, pelo estilo, pela maneira de se expressar. Quando o senhor recebe uma joia, o que o informa quanto ao valor dela? Pela marca do ourives. O velho árabe sorriu e acrescentou. Quando ouve passos de animais ao redor da tenda, como sabe se foi carneiro, um cavalo ou um leão?
- Pelos rastos, respondeu o chefe surpreendido.
Imagem: Ilustração / Fonte: pmgtree
Então o velho crente, convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o Céu, onde a Lua brilhava cercada por multidões de estrelas, exclamou respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais lá em cima, não podem ser dos homens. Por isso mesmo revela um poder inteligente supremo. Tudo revela o poder, a justiça e a bondade de Deus. A beleza e a perfeição do Universo demonstram uma sabedoria, prudência e precisão, que ultrapassam todas as faculdades humanas. O nome de um ser, soberanamente grande e sábio, acha-se inscrito em todas as obras da criação, desde o minúsculo broto da mais tenra planta e do menor inseto, até os astros que se movem no espaço, em toda parte há prova de uma paternal solicitude. Cego é, pois, aquele que desconhece. Orgulhoso o que não lhe glorifica e ingrato o que não lhe rende graças.
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