Minutinho:
Caridade essencial
Por: Emmanuel / Chico Xavier
Em todos os lugares e situações da vida, a Caridade será sempre a Fonte Divina das Bênçãos do Senhor. Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado. A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o Espírito de Boa Vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de Amor ao Próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.
Em razão disso, as menores manifestações de Caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da Caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos.
Trata-se da Caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós.
Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.
Crônica:
A gratidão
Por: Autoria desconhecida
O homem, por trás do balcão, olhava a rua de forma distraída, quando uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Seus olhos, da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Entrou na loja e pediu para vê-lo. Era o colar de turquesas azuis.
- É para minha irmã, pode fazer um pacote bem bonito?
O dono da loja, desconfiado, olhou para a garotinha, para seu vestido e sapatos, surrados pelo uso, e lhe perguntou:
- Mas quanto dinheiro você tem? Essa peça é cara!. - afirmou.
Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e disse:
- Isto dá, não dá?... Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa, que, sinceramente, nem de perto cobria o valor.
- Sabe. Eu quero dar este colar azul para a minha irmã mais velha. Desde que nossa mãe morreu, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. Hoje é o aniversário dela e tenho certeza que ela ficará muito feliz com esse colar que é da cor dos seus olhos, disse a menina.
O homem, emocionado, foi para o interior da loja, colocou o colar em um belo estojo, embrulhou-o com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.
- Tome - afirmou. Mas leve-o com cuidado!
E a guria saiu feliz, saltitando pela rua abaixo.
Mais tarde, quando ainda não acabara o dia, uma linda jovem, de longos cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis, adentrou a loja. Dirigiu-se ao vendedor colocando sobre o balcão o já conhecido embrulho, já desfeito, e indagou:
- Este colar foi comprado aqui?
- Sim, senhora - respondeu.
- E quanto custou?
- Ah, - falou o dono da loja, - o preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês...
A moça continuou:
- Mas minha irmã tinha somente algumas moedas... O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou nova fita e devolveu a jovem, dizendo:
- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar... Ela deu tudo o que tinha!
O silêncio encheu a pequena loja, e duas lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos retomavam o embrulho. Então ela, emocionada, retorna ao lar.
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