Da Redação

Um importante projeto educacional começou a tomar forma em Fernandópolis. Três secretarias municipais – Educação, Meio Ambiente e Agricultura, Pecuária e Abastecimento – instituíram uma parceria com as Agroligadas, movimento iniciado em 2018 no Mato Grosso do Sul e que agrega mulheres envolvidas com o agronegócio.

 A proposta é desenvolver cursos de informação e sensibilização que aproximem das coisas do campo as crianças e adolescentes que vivem no meio urbano. 

 Segundo Waldir Bassan, secretário municipal da Agricultura, em Fernandópolis deverá ser estruturado um plano de aulas sobre a cadeia produtiva da pecuária (cria, recria, engorda e abate), cuja parte teórica será ministrada na Melvin Jones. Os estudantes também serão levados a confinamentos de gado, onde zootecnistas farão palestras sobre manejo e as técnicas utilizadas.

 A “Bovinocultura de corte” é apenas um dos quatro temas definidos pelo projeto. Os outros são Pecuária de leite, Fruticultura e Tecnologia do Agro. Os cursos serão apostilados e, ao final da parte teórica de cada tema, haverá um “Dia de Campo” para os alunos. 

 A Secretaria de Educação estabelecerá a metodologia desse curso-piloto, com coordenação da Secretária Valdete Magalhães. À Secretaria do Meio Ambiente, comandada por Carlos Oliveira, competirá a estratégia de conscientização ecológica e ambiental.

 Nascido do inconformismo de uma mulher do Mato Grosso do Sul quanto aos conceitos que seus filhos ouviam na escola a respeito dos ruralistas (sobre agrotóxicos, desmatamento, desequilíbrio ecológico e outras mazelas), as Agroligadas rapidamente ganharam vulto, tornando-se referência regional na prática de “levar informação verdadeira à sociedade urbana sobre a sociedade rural”.

 Logo o movimento ganharia ramificações no Estado de São Paulo. No último 22 de maio (dia do aniversário do município), Fernandópolis firmou a parceria com as Agroligadas.

 O empreendedorismo feminino foi tema, na ocasião, das palestras de Carina Ayres, Secretária da Agricultura de São José do Rio Preto, e Andressa Biata, pecuarista e empresária do agronegócio.

 Fernandópolis possui o primeiro núcleo oficialmente organizado das Agroligadas no interior paulista. Ele é constituído por Gabriela Souza (coordenadora de projetos), Elisângela Carmo de Souza Bassan (vice-coordenadora de projetos e coordenadora de marketing); Cleo Fante e Renata Pereira (Finanças e Administração).  

 “Isso terá um alcance transformador, tornando-se um elo entre o rural e o urbano”, espera Waldir Bassan. O secretário acredita que pode estar nesse projeto o caminho para a eficiência, inclusão e sustentabilidade almejadas.

 Segundo o Secretário da Agricultura, o projeto servirá inclusive para despertar vocações: “os garotos verão o que é a tecnologia no campo, como o uso de drones na agricultura e outras novidades. Já estamos iniciando outras parcerias, inclusive com os fruticultores. Como filho de produtor rural, agrônomo e agora secretário, me incomodam os preconceitos dos urbanos sobre os ruralistas. E mudar a cabeça de uma criança já me deixa feliz”, concluiu.

Fonte: Secretaria de Comunicação de Fernandópolis