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Crime animal: clínica de banco de sangue ataca de novo - 14 gatos resgatados em flagrante

Crime animal: clínica de banco de sangue ataca de novo - 14 gatos resgatados em flagrante

Clínica de banco de sangue animal de RP age de novo: novo esquema de coleta clandestina é desmantelado

Clínica de banco de sangue animal de RP age de novo: novo esquema de coleta clandestina é desmantelado

Publicada há 2 horas

Da Redação

Meses após a Polícia Civil do Estado de São Paulo (PC-SP) ter desarticulado um gatil clandestino vinculado a uma clínica de banco de sangue animal situada em São José do Rio Preto, o horror se repetiu — desta vez em Monte Alto (SP).

Denúncias levaram equipes da Guarda Civil Municipal (GCM), da Secretaria de Meio Ambiente e da Polícia local a prender três pessoas flagrantes por envolvimento em um esquema ilegal de coleta de sangue de gatos, em condições degradantes e sem supervisão profissional.

Denúncia, subterfúgio e flagrante

A investigação teve início quando uma moradora encontrou no WhatsApp um anúncio suspeito sob o nome “Celso Pastor”, oferecendo R$ 50 por gato para retirada de sangue. Ao se passar por tutora interessada, a denunciante recebeu o contato de uma intermediária, que indicou o local para entrega dos animais.

Ao chegarem ao local no bairro Monte Bello, as equipes da GCM e da denunciante flagraram a cena: 14 gatos anestesiados e deitados no chão, sem qualquer monitoramento veterinário ou condições de assepsia. Os equipamentos de coleta (agulhas, seringas, tubos) estavam espalhados no ambiente, improvisado e insalubre.

No local, estava um estudante de medicina veterinária, responsável pela coleta, que admitiu coordenar o procedimento. Duas mulheres da cidade atuavam como intermediárias: captavam tutores, recebiam pagamento pela indicação dos gatos e repassavam os animais para o local clandestino. Todos foram encaminhados à delegacia e responderão por crimes de maus-tratos, crime ambiental e exercício ilegal da profissão.

Maus-tratos e ilegalidades

Uma médica veterinária foi acionada para averiguar as condições dos animais. Ela constatou que os procedimentos eram feitos com anestesia geral, sem monitorização — prática que configura maus-tratos — e que nenhum dos envolvidos tinha habilitação legal para realizar coletas ou manuseio clínico.

Além disso, o local apresentava falhas graves de higiene e estrutura, o que colocava em risco a saúde e a vida dos animais. Um dos gatos resgatados estava em estado grave, apresentando sinais de anemia e prostração — possivelmente pela retirada repetida ou inadequada de sangue.

Segundo relatos dos presos, o estudante de veterinária recebia cerca de R$ 300 por dia para realizar as coletas, enquanto os assistentes ganhavam R$ 100 cada. No entanto, nenhuma das pessoas detidas tinha autorização para atuar profissionalmente no segmento.

Responsáveis e desdobramentos

Com a prisão em flagrante, três pessoas permaneceram detidas: o estudante e as duas intermediárias. No entanto, após audiência de custódia, as duas mulheres foram liberadas, enquanto o estudante permaneceu preso preventivamente. 

A Secretaria de Meio Ambiente e a Guarda Municipal afirmam que continuam apurando possíveis outros envolvidos e conexões com a clínica de banco de sangue animal de São José do Rio Preto, suspeita de ter habilidades e logística para escoar esse material ilegalmente. 

Esse não é o primeiro episódio com essa clínica: há indícios de que o mesmo grupo já operou esquema semelhante em Jaboticabal.

ATENÇÃO! 

Maus-tratos a animais:

Conforme a Lei nº 9.605/1998, maus-tratos contra animais domésticos, nativos ou exóticos caracterizam crime e podem render pena de detenção de três meses a um ano, além de pagamento de multa.

Se você presenciar ou tiver conhecimento de um caso de maus-tratos contra animais:

Ligue para a Polícia Militar pelo telefone 190;

Ligue para a Delegacia de Polícia do seu município;

Denuncie o caso ao Ministério Público Estadual.

Podem também ser feitas pelo telefone da central de denúncias do IBAMA: 0800 61 8080 (gratuitamente).

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