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Crônica: O muro - A 'história' de 3 paraplégicos internados em um hospital
Crônica: O muro - A 'história' de 3 paraplégicos internados em um hospital
Leia também: A riqueza - O verdadeiro possuidor é sempre o melhor doador
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Minutinho: A riqueza
Por: Autoria desconhecida
O verdadeiro possuidor é sempre o melhor doador.
O que se tem, se deve. Quando se oferece, se possui.
Na contabilidade da vida, a verdadeira posse se apresenta como o bem que se oferta e proporciona alegria, ao invés de significar o recurso que se armazena, permanecendo inútil.
A verdadeira doação enriquece aquele que a faz, certamente beneficiando quem a recebe.
Convencionalmente, a pessoa que economiza e guarda valores amoedados torna-se rica. Quase sempre, porém, se amesquinha, apaixonando-se pelos haveres de que se faz prisioneira.
Há, em consequência, sistemas que se encarregam de amealhar e ensinar a poupar, gerando as cirandas de investimentos, que permitem conseguir lucros e vantagens.
Os que se tornam ricos dessa forma vivem em constante ansiedade em relação às oscilações do câmbio, das bolsas, dos títulos. Pobres de sentimentos elevados, vítimas da ganância financeira.
A riqueza, em si mesma, não é boa, nem é má, dependendo de quem a usa e de como é utilizada.
Com facilidade gera o apego e o medo de ser perdida.
Empobrece outros indivíduos, enquanto dorme nos cofres da avareza, permitindo que a miséria se generalize.

Crônica: O muro
Por: Autoria desconhecida
Em um quarto de clínica médica estavam internados três pacientes idosos e paraplégicos.
De duas camas, os pacientes somente podiam vislumbrar as paredes nuas do quarto, enquanto o da terceira tinha o privilégio de lhes transmitir o que “enxergava” através de uma janela à sua frente. E os relatos eram animadores e traziam esperança e alegria aos outros dois.
– Estou vendo a praça com movimento bem grande de crianças que brincam com uma bola e um cachorro correndo. O céu hoje está todo azul. Há muitos carros na rua. A carrocinha do pipoqueiro tem hoje uma freguesia boa.
No dia seguinte voltava a informar:
– Bem, hoje o tempo prenuncia chuva. A praça está praticamente vazia. As pessoas movimentam-se a passos rápidos e a rua está deserta. Mas há um casal de namorados que me parecem estar embalando belos sonhos.
No outro dia, vésperas de um feriado, relatava alegria:
- O dia está lindo! O sol está brilhando como nunca! Posso ver a alegria da pessoas!
E, assim, todos os dias, variavam as informações. Umas bem detalhadas, outras mais sintéticas.
Aconteceu, todavia, o inesperado: o informante morreu, vítima de um ataque cardíaco.
Imediatamente, outro paciente solicitou, da direção da clínica, licença para ocupar a cama do falecido, no que foi atendido. Desejava igualmente ver com os próprios olhos o que se passava além daquela janela, o que, na sua avaliação, ajudaria em seu doloroso tratamento.
Grande, contudo, foi sua surpresa: através da janela pode tão-somente visualizar um muro pintado de branco, o qual cercava parte da clínica, conforme foi informado por um funcionário da instituição. E mais! Aquele muro sempre existiu! Já os cenários...
Prendia-se a descrição diária do antigo companheiro de quarto à necessidade que ele tinha de distrair, um pouco que fosse, os outros dois adoentados. Acreditava ser de sua parte um gesto fraterno, e que poderia, ao menos, diminuir suas dores.
O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.