Da Redação

Uma Nota Oficial foi divulgada pela Catedral Nossa Senhora da Assunção na manhã desta segunda-feira, 24 de novembro, após o incidente ocorrido na noite de domingo, 23, na celebração da missa das 19h00 em Jales, dirigida pelo padre Telmo Figueiredo.

A nota foi subscrita pelo Pároco da Catedral, Padre Valter Lucato Campanho Júnior e faz uma reflexão teológica, lembrando que “Jesus não fecha as portas a ninguém. Ele é a porta”, convidando a todos para uma “conversão fraterna e solidária”.

Nota busca amenizar tensão entre fiéis

No documento, o pároco afirma ter recebido “muitas notas, mensagens e até mesmo trechos de falas” que o entristeceram diante da repercussão. Ele expressa “carinho por todos”, reafirma o compromisso com sua missão e promete corrigir o que considerar necessário para evitar situações semelhantes no futuro.

Repercussão e reação imediata

O episódio ganhou força após o padre Telmo, durante a homilia, abordar o confronto policial ocorrido recentemente no Rio de Janeiro e afirmar que aqueles que fossem favoráveis às mortes resultantes da operação poderiam se retirar da igreja. A frase gerou surpresa e desconforto, levando diversas pessoas a deixarem a celebração.

Fiéis relataram que o clima se tornou pesado e que a repercussão foi tamanha que até um prestador de serviços da Catedral há 48 anos rompeu sua relação com a instituição, afirmando que não compactua com “posicionamentos que dividem”.

“Jesus não fecha portas a ninguém”, diz a nota

Em tom pastoral e conciliador, a nota oficial afirma que “Jesus não fecha portas a ninguém. Ele é a porta.” A mensagem reforça a ideia de acolhimento e convida à fraternidade e ao diálogo, numa tentativa de restaurar a harmonia na comunidade.

Fiéis, porém, apontam contradições entre o conteúdo da nota e o que foi dito no altar na noite anterior.

Católicos pedem coerência e menos política na liturgia

Debate deve seguir nos próximos dias

A nota divulgada hoje tenta amenizar os ânimos e incentivar a reconciliação, pedindo compreensão e orações. Apesar disso, o impacto do episódio deve permanecer entre os fiéis, reacendendo debates sobre:

os limites da homilia,

a presença de política no altar,

e os efeitos de discursos polarizados dentro de instituições religiosas.