Da Redação

A Diocese de Jales publicou, nesta quarta-feira (26), uma nova Nota Pública para esclarecer o episódio ocorrido durante a missa do último domingo (23), na Catedral Nossa Senhora da Assunção, presidida pelo Padre Telmo José Amaral de Figueiredo. As declarações do sacerdote, que geraram desconforto e forte repercussão entre fiéis, motivaram o comunicado assinado pelo bispo diocesano, Dom José Reginaldo Andrietta.

O documento é direcionado principalmente aos fiéis que estavam presentes na celebração e que relataram incômodo ou ofensa diante das palavras proferidas na homilia.

Diocese reforça missão de caridade e unidade

Na nota, Dom Reginaldo informa que procurou pessoalmente o Padre Telmo para tratar do ocorrido. Segundo o bispo, o sacerdote reconheceu que suas expressões não foram adequadas ao contexto litúrgico e se mostrou disposto a se retratar e pedir desculpas pela forma como conduziu sua reflexão.

A Diocese ressalta que a missão pastoral exige prudência, escuta e sensibilidade, reafirmando o compromisso de manter um ambiente de respeito, acolhimento e serenidade dentro da Igreja local.

Apelo por serenidade, diálogo e respeito mútuo

O comunicado pede que os fiéis evitem manifestações agressivas ou ofensivas, lembrando que divergências não devem romper o espírito cristão de fraternidade. “O caminho da fé é o da reflexão, da reconsideração e do perdão”, destaca a nota.

Dom Reginaldo também salienta que qualquer discurso que se afaste do amor fraterno não contribui para a construção do diálogo e da reconciliação — valores fundamentais da comunidade católica.

Convite à reconciliação e superação do episódio

A nota termina com um convite para que os fiéis sigam adiante com maturidade espiritual, mantendo o foco na vivência da caridade, da unidade e do perdão mútuo. A Diocese afirma esperar que, com serenidade, o episódio seja superado e que os laços de comunhão permaneçam fortalecidos.

Entenda o caso

Nota oficial da Catedral foi publicada na segunda-feira (24)

Na segunda-feira (24), a Catedral Nossa Senhora da Assunção já havia divulgado uma nota oficial sobre o ocorrido, assinada pelo pároco Padre Valter Lucato Campanho Júnior. O texto — de caráter pastoral — afirmou que “Jesus não fecha as portas a ninguém. Ele é a porta”, pedindo uma “conversão fraterna e solidária”.

O pároco relatou ter recebido inúmeras mensagens e manifestações após a celebração, relatando tristeza pela repercussão e afirmando compromisso com o acolhimento e com eventuais correções necessárias para evitar novos conflitos.

Declaração durante a homilia gerou forte reação

A crise teve início quando Padre Telmo, ao comentar uma operação policial recente no Rio de Janeiro, afirmou que aqueles que fossem favoráveis às mortes decorrentes da ação poderiam se retirar da igreja. O clima dentro da Catedral foi descrito como “pesado”, e diversas pessoas deixaram o local.

A situação repercutiu rapidamente, alcançando redes sociais e grupos de fiéis. Um prestador de serviços que atuava há 48 anos para a Catedral rompeu o vínculo com a instituição, alegando não concordar com “posicionamentos que dividem”.