SOLIDARIEDADE

Dia de Doar: quando a generosidade salva vidas e transforma futuros

Dia de Doar: quando a generosidade salva vidas e transforma futuros

Urgência de fortalecer organizações que atendem crianças e adolescentes

Urgência de fortalecer organizações que atendem crianças e adolescentes

Publicada há 2 horas

Quando as doações, a vida segue vencendo — como a da Mariah, que recebeu um novo coração no Pequeno Príncipe. Foto: Divulgação / Fonte: Marieli Prestes

Da Redação

Faltando um dia para uma das datas mais importantes do calendário global da solidariedade: o Dia de Doar, celebrado no Brasil em 2 de dezembro. A mobilização, coordenada pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), convida pessoas, empresas e instituições a unirem esforços em torno de um gesto simples — e transformador: doar.

Criado em 2012 nos Estados Unidos, o movimento nasceu como contraponto a datas comerciais como a Black Friday. O Brasil aderiu oficialmente à campanha em 2014, tornando-se parte de uma rede global presente em mais de 90 países. Desde então, o Dia de Doar se consolidou como uma força mobilizadora capaz de transformar realidades e ampliar oportunidades.

Por que o Dia de Doar é tão importante para o Brasil?

A essência do movimento é celebrar o impacto positivo da doação e fortalecer a cultura de generosidade no país. No entanto, apesar de avanços, o cenário ainda exige atenção.

Os resultados do Dia de Doar 2024 mostram o potencial da mobilização: quase R$ 5 milhões (R$ 4.632.630,00) doados por plataformas digitais e mais de R$ 300 mil (R$ 301.668,41) destinados diretamente a organizações e campanhas apenas na data.

Esses números refletem o que aponta o Giving Report Brasil: o brasileiro doa porque confia no impacto das organizações da sociedade civil (OSCs) e reconhece seu papel no desenvolvimento social.

Mas há um alerta: a Pesquisa Doação Brasil 2024, do IDIS, mostra que embora o volume total de doações tenha crescido de R$ 14,8 bilhões (2022) para R$ 24,3 bilhões (2024), a participação das pessoas físicas caiu em causas essenciais:

Saúde: de 30% para 26%

Infância: de 46% para 32%

Esse movimento preocupa instituições que dependem do investimento social privado para garantir atendimento gratuito à população. O cenário se torna ainda mais evidente quando analisado sob a lente de especialistas.

Ao destacar que o país avança para um crescimento gradual da cultura de doação, com o desafio de investimentos mais perenes, o diretor-executivo da ABCR, Fernando Nogueira lembra que causas como a saúde não têm intervalos. “Precisam de apoio contínuo, planejamento e previsibilidade para funcionar. Quando a população doa para essa área, ela está garantindo continuidade a serviços que fazem diferença imediata na vida das pessoas”, afirma.

Nogueira observa ainda que parte importante da rede de saúde brasileira é formada por Organizações da Sociedade Civil, incluindo hospitais filantrópicos que atendem a milhões de pessoas e são responsáveis por uma parcela expressiva dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, a exemplo do Hospital Pequeno Príncipe, cuja contribuição ao SUS chega a 74% dos serviços prestados.

“A doação permite que organizações atendam mais famílias, mantenham equipes qualificadas, adquiram equipamentos e respondam a demandas que, muitas vezes, surgem antes do poder público conseguir atuar”, acrescenta

Doar é salvar infâncias: a importância do apoio ao Pequeno Príncipe

No maior hospital exclusivamente pediátrico da América Latina, o Pequeno Príncipe, doar é sinônimo de garantir que crianças de todo o Brasil recebam assistência de alta complexidade com excelência — gratuitamente.

“Como instituição filantrópica, nosso Hospital depende do investimento social privado para aprimorar tratamentos de alta complexidade, pesquisas, ensino e ações de humanização, salvando vidas e transformando histórias”, pontua a diretora-executiva da Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro. Ela lembra que uma das formas de apoiar o Hospital é via renúncia fiscal do Imposto de Renda. Há 19 anos, esse mecanismo viabiliza projetos essenciais, sem qualquer custo ao contribuinte.

Como doar via Imposto de Renda — sem pagar nada a mais

Pessoas físicas que declaram pelo modelo completo podem destinar até 6% do IR para projetos do Hospital Pequeno Príncipe.

A doação não aumenta o imposto a pagar;

Não reduz a restituição;

É apenas um redirecionamento para uma causa que salva vidas.

As destinações podem ser feitas até 26 de dezembro, em uma ou mais parcelas.

Impactos reais das doações ao Hospital Pequeno Príncipe

Com o apoio da sociedade, o Hospital viabilizou entregas essenciais:

Implementação do Serviço de Transplante de Medula Óssea, responsável por cerca de 10% dos TMOs pediátricos do país;

Estruturação do Laboratório Genômico, que qualifica diagnósticos e garante tratamentos mais assertivos;

Aquisição de equipamentos de alta tecnologia para centro cirúrgico, UTIs e enfermarias;

Manutenção do Centro de Convivência Reabilitação, que atende gratuitamente crianças e adolescentes com deficiências físicas e mentais;

Fortalecimento de programas de humanização, que acolhem pacientes e suas famílias.

“Entregas como essas só são possíveis graças à união entre sociedade, setor privado e uma instituição que, há mais de 100 anos, transforma cuidado em futuro. Doar é um ato pessoal, mas seu impacto é coletivo. É transformar uma contribuição ou parte do imposto devido em cuidado, ciência, inovação e esperança para milhares de crianças. Neste Dia de Doar — e em todos os dias — podemos fazer a diferença”, reforça a diretora-executiva.

Sobre o Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Hospital Pequeno Príncipe é o maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil. Há mais de cem anos, a instituição filantrópica e sem fins lucrativos oferece assistência hospitalar humanizada e de alta qualidade a crianças e adolescentes de todo o país. Referência nacional em tratamentos de média e alta complexidade, realiza transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea, além de atuar em 47 especialidades e áreas de assistência em pediatria, com equipes multiprofissionais.

Com 369 leitos, sendo 76 de UTI, o Hospital promove 74% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2024, realizou 259 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil procedimentos cirúrgicos e 293 transplantes. Reconhecido como hospital de ensino desde a década de 1970, já formou mais de dois mil especialistas em diferentes áreas da pediatria.

Junto com a Faculdades Pequeno Príncipe e com o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, compõe o Complexo Pequeno Príncipe. Essa atuação em assistência, ensino e pesquisa — conforme o conceito Children’s Hospital, adotado por grandes centros pediátricos do mundo — tem transformado milhares de vidas anualmente, garantindo-lhe reconhecimento internacional.

Em 2025, o Pequeno Príncipe foi listado como um dos 70 melhores hospitais do mundo que atuam com pediatria (ou que atendem crianças) no ranking elaborado pela revista norte-americana Newsweek, o que o colocou, pelo quinto ano consecutivo, como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina. Também este ano, foi reconhecido como Hospital de Excelência pelo Ministério da Saúde por meio de certificação concedida a instituições que cumprem critérios técnicos rigorosos na assistência.

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