A decisão já vinha maturando nos bastidores, mas agora é oficial: o governo João Paulo Cantarella e Marcos Mazeti cumpre um dos pilares da campanha, retomando o comando público da Exposição e prometendo tornar o evento às famílias e entidades fernandopolenses. O novo arranjo de gestão para a edição de 2026 entrega o comando para o Sindicato Rural de Fernandópolis, sob comando de Humberto Zanin (foto).

O movimento, que em 2025 esbarrou em decisão do Tribunal de Justiça, desta vez será formalizado por meio de um decreto de permissão de uso com validade inicial de 60 dias, cuja publicação é aguardada nas próximas semanas e sela a era de 10 anos de Gutinho Sisto à frente da feira.

Mudança de eixo e cronograma em avanço

A transição, alinhada politicamente e com forte respaldo operacional, ocorre em um momento em que o planejamento da Expo 2026 já está avançado. O Sindicato Rural assumirá posição de comando, centralizando decisões estruturais e logísticas.

Para compor o novo arranjo, o grupo “Os Bacanas”, de Santa Fé do Sul, entrou como parceiro estratégico. Caberá a ele a contratação da grade artística, elemento que costuma definir não apenas o tamanho da festa, mas seu impacto financeiro e de público. Nos corredores, a previsão é clara: os anúncios dos shows podem sair ainda em dezembro de 2025.

Efeitos colaterais: Império na dianteira

Uma consequência imediata dessa composição é a virtual confirmação da Cervejaria Império como fornecedora oficial do evento. “Os Bacanas” mantêm relação sólida com a marca e a levam para praticamente todos os eventos que operam na região. Na Expo 2026, a tendência será repetir a fórmula.

Xadrez político e expectativas

A entrada do Sindicato Rural recoloca a entidade em posição central no calendário econômico do município. Para Cantarella, de forte base política incrustada no agrobussines, trata-se de uma aposta em governança mais técnica e menos atravessada por disputas internas, ainda que a reconfiguração inevitavelmente mexa com interesses sedimentados ao longo dos últimos anos.

Resta saber se o novo modelo — composto por gestão rural, parceria privada e um governo que busca marcar território — será suficiente para reposicionar a Expo em um cenário de custos crescentes, mercado competitivo e expectativas do público em alta. O desafio é reconduzir a festa para a população fernandopolense e manter padrão de qualidade artística, ampliando a grade de atrações para as famílias e entidades.

Por: Beto Iquegami - beto@oextra.net

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