Diego Henrique Afonso (à esquerda), Robishley Hirnani De Oliveira (ao fundo) e Rafael Juliano Marascalchi (à direita) saíram de São José do Rio Preto. Alencar Gonçalves de Souza (foto menor) - Fotos: Reproduções / Fontes / Facebook

Da Redação

Um laudo divulgado pela Polícia Civil do Paraná nesta semana revelou detalhes da emboscada que resultou na morte de quatro homens em 5 de agosto de 2025. As vítimas — Diego Henrique Afonso, 39, morador de Olímpia (SP); Robishley Hirmani de Oliveira, 53; Rafael Juliano Marascalchi, 43; e Alencar Gonçalves de Souza, de Icaraíma (PR) — foram executadas em poucos minutos. A investigação agora apura a possível participação de policiais civis na fuga dos principais suspeitos.

O caso voltou a ganhar repercussão após a divulgação de áudios que mostram a atuação dos cobradores profissionais. Em um dos trechos revelados pela 7ª Subdivisão Policial de Umuarama, Diego Henrique conversa com Alencar no dia 4 de agosto, véspera da execução, e demonstra segurança sobre o êxito de mais uma cobrança.

No áudio, Diego afirma que o grupo atuava há 25 anos e que jamais havia enfrentado vingança durante cobranças no Mato Grosso, Belém e outras regiões. A confiança, porém, durou pouco: pouco mais de 24 horas depois, ele, dois parceiros e o próprio Alencar foram encontrados mortos.

Segundo a Polícia Civil, Diego, Robishley e Rafael tinham amplo histórico criminal, com registros que incluem estelionato, tráfico e associação ao tráfico, tentativa de homicídio, violência doméstica, ameaças, lesão culposa no trânsito, dano e até redução à condição análoga à de escravo.

As famílias, que aguardavam respostas desde o desaparecimento dos quatro homens e a localização dos corpos, em setembro, foram informadas nesta semana sobre a dinâmica dos homicídios. Os laudos necroscópicos e demais detalhes da investigação estavam sob sigilo.

Policiais afastados no Paraná

A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou o afastamento cautelar de dois policiais civis por suspeita de facilitarem a fuga de Antônio Buscariollo, 66, e de seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo — apontados como os principais suspeitos de mandarem executar o grupo ou de terem participado diretamente da ação.

O afastamento, ocorrido nos primeiros dias de investigação, foi mantido em sigilo para evitar o comprometimento de provas e impedir o vazamento de informações sensíveis. A partir da identificação de irregularidades internas, todas as diligências passaram a ser compartimentadas, acessíveis apenas ao núcleo central do inquérito.

A Polícia Civil do Paraná afirma que continua trabalhando para esclarecer completamente o caso e identificar a participação de todos os envolvidos.