Foto aérea do Complexo Funfarme, que administra o Hospital de Base (HB) e o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) / Crédito: Divulgação/Funfarme

Da Redação

Garantir que o paciente percorra toda a sua jornada de cuidado de forma segura, contínua, no tempo adequado e com acolhimento exige muito mais do que protocolos. No Hospital de Base (HB) e no Hospital da Criança e Maternidade (HCM), esse compromisso se materializa na atuação integrada da enfermeira navegadora e da Farmácia Clínica, que utiliza Inteligência Artificial (IA) para ampliar a segurança e a eficiência do tratamento. Esse modelo assistencial, centrado no paciente e apoiado pela tecnologia, foi fundamental para a recertificação das instituições pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

A superintendente administrativa do Complexo Funfarme, Maria Regina Jabur, destaca o que a recertificação ONA 3 representa para a instituição e de que forma esse reconhecimento reflete a maturidade da gestão, dos processos e da cultura de segurança do paciente nas unidades. 

“A recertificação ONA 3 representa, para o Complexo Funfarme, a confirmação de um trabalho construído de forma coletiva, consistente e sustentável ao longo do tempo. É o reconhecimento de que nossas unidades operam com alto nível de maturidade em gestão, com processos bem estruturados, integrados e continuamente monitorados, sempre orientados para a qualidade e a segurança do paciente".

Implantado em outubro de 2023 no Complexo Funfarme, o serviço da enfermeira navegadora acompanha pacientes inseridos em linhas de cuidado de alta complexidade, como transplantes, oncologia, nefrologia, cardiologia, AVC, vascular e especialidades do HCM. Desde o primeiro contato, a enfermeira navegadora se torna a principal referência do paciente e de seus familiares, orientando cada etapa do tratamento, organizando consultas, exames, internações e procedimentos, além de monitorar prazos para que todo o percurso assistencial aconteça dentro do tempo preconizado.

“O enfermeiro estando próximo ao paciente, ele consegue uma detecção precoce das barreiras, sociais, psíquicas, financeiras e de logística, que possa levar a não adesão ao tratamento ou até mesmo a desistência. Realizando o tratamento dentro do tempo preconizado pelas diretrizes estabelecidas. Detecção precoce de alterações e ou complicações, diminuição de internações e vindas ao serviço de emergência, contribui para melhores desfechos clínicos”, explica a enfermeira navegadora do Complexo Funfarme Márcia Venâncio de Carvalho Lanza.

Esse acompanhamento próximo e contínuo permite identificar rapidamente qualquer intercorrência que possa comprometer o tratamento, como dificuldades de adesão, atrasos, dúvidas sobre orientações médicas ou mudanças no quadro clínico. Ao perceber esses sinais, a enfermeira navegadora articula de forma ágil com as equipes multiprofissionais, garantindo que o cuidado não seja interrompido e que o paciente não se perca dentro do sistema de saúde.

Farmácia Clínica

Nesse processo, a Farmácia Clínica exerce papel estratégico na segurança do paciente, especialmente no uso correto dos medicamentos. Com o apoio da Inteligência Artificial, os farmacêuticos realizam a triagem clínica de 91% dos pacientes que passam por atendimento na instituição e que possuem prescrição de medicamento agregado, identificando riscos relacionados a interações medicamentosas, doses inadequadas, alergias e necessidade de ajustes terapêuticos. A IA permite priorizar os casos mais complexos, ampliando o alcance da atuação farmacêutica sem perder o olhar clínico e humano do profissional.

A responsável pela Farmácia Clínica, Helga Tâmara Agostinho, explica que a farmácia já exerce um papel importante na segurança do paciente por meio da revisão de prescrições identificando potenciais erros e, agregado ao uso da IA, essas ações se fortalecem, pois a plataforma se conecta diretamente ao prontuário eletrônico do sistema informatizado do hospital e coleta automaticamente as informações de prescrições no qual atribui “escores de risco”.

“Dessa forma, aliado aos padrões de segurança, a IA contribui para critérios de qualidade exigidos pela acreditação ONA que proporcionam a detecção e prevenção de eventos adversos relacionados a medicamentos fortalecendo a cultura de segurança do paciente, além de proporcionar a gestão dos indicadores de desempenho em dashboard em tempo real, de forma visual e interativa contribuindo para monitoramento e melhoria contínua das práticas clínicas no qual é exigido em níveis mais altos de acreditação”.

A união entre acompanhamento humano e tecnologia em saúde fortalece a continuidade do cuidado, reduz eventos adversos, melhora a experiência do paciente e contribui diretamente para melhores desfechos clínicos. É esse modelo integrado, que combina escuta, organização, coordenação do cuidado e uso responsável da IA, que atende aos rigorosos critérios da ONA.

A recertificação do HB e do HCM reafirma que excelência em saúde vai além da estrutura física ou de processos isolados: está na conexão entre profissionais, no uso inteligente da tecnologia e, principalmente, no cuidado que acompanha o paciente em cada etapa da sua jornada.