A recente mudança aprovada pelo Conselho Federal de Medicina em relação ao tratamento cirúrgico de obesos graves é um grande passo. Ela amplia para 21 o número de doenças que, em uma pessoa com índice de massa corporal (IMC) maior do que 35 kg/m2, abrem as portas para a cirurgia bariátrica.
Entre esses problemas agora estão asma não controlada, esteatose hepática, disfunção erétil e depressão — eles se juntam a diabete, hipertensão e outros. Isso mostra que esse não é um procedimento estético, mas uma opção que, se bem prescrita, leva a uma grande melhora nas comorbidades relacionadas à obesidade.
A técnica mais indicada, conhecida como bypass gástrico, modifica o caminho do alimento pelo tubo digestivo.
Ao evitar sua passagem pela parte inicial do intestino, gera uma diminuição da resistência à insulina, o que pode ajudar parte dos 11 milhões de diabéticos no Brasil. Outra contribuição da nova resolução é que ela aperfeiçoou as descrições das vantagens e desvantagens de cada tipo de cirurgia, o que serve até para que leigos compreendam melhor esses procedimentos.
E foi criado um conjunto de indicadores que, quando somados, definirão o perfil do paciente a se submeter a esse método invasivo. Mas quero tocar em outro ponto fundamental sobre o tema.
O sujeito que passou por uma operação deve ser acompanhado por toda a vida para não voltar a engordar. Indivíduos muito acima do peso chegam a esse estado devido a uma dieta inadequada e um padrão de atividade física insuficiente.
E tanto a má alimentação quanto o sedentarismo são maus hábitos adquiridos ao longo dos anos. O mais importante, no fim das contas, é que essas pessoas saibam que a obesidade grave é uma doença na qual elas sempre têm um papel ativo no tratamento.