FAMÍLIA BORRAC
Fernandopolense em destaque: Ele jogou ao lado de Ronaldinho
Fernandopolense em destaque: Ele jogou ao lado de Ronaldinho
"Foi uma experiência incrível jogar ao lado de um herói do futebol brasileiro"
"Foi uma experiência incrível jogar ao lado de um herói do futebol brasileiro"
Por João Leonel
O jovem Glauber Luiz Borrachini, 24 anos, neto do saudoso Wilson Luiz Borrachini, da empresa fernandopolense “Vale Verde Reflorestadora”, escreve mais um capítulo na história do futebol com a assinatura “Borrachini”. O avô, Wilson, já jogou profissionalmente, e tem uma passagem pelo América de Rio Preto que sempre é lembrada pelos filhos e amigos. Em um jogo em Rio Preto, ele foi responsável por marcar ninguém menos que Pelé, e ganhou a camisa do ‘Rei’ após o duelo.
O ‘manto’, tratado como verdadeira relíquia, é guardado até hoje como um ‘prêmio’, simbolizando sua carreira nos campos de futebol. Mas “Glaubinho”, como é carinhosamente chamado pelos familiares, eleva o status de “boleiros” dos Borrachini ao futebol internacional: há quatro meses, atua pelo Las Vegas City, time da liga profissional dos EUA com o qual firmou contrato de dois anos. Os irmãos Borrachini, Elton, Everton, Glauber e Luiz, seu pai, sempre o incentivaram. “Principalmente meus pais, Luís e Adriana, e meus tios Glauber e Everton.
O Glauber, ‘Dedê’, já jogou futebol profissionalmente também, assim como meu avô, com passagens por Fefecê, Ferroviária e chegou ao São Paulo. Ele jogava muito, é uma honra dar continuidade a essa história da família”, conta Glaubinho, que concedeu essa entrevista exclusiva durante a semana, horas antes de seu treino pelos Las Vegas, onde teve a oportunidade de jogar, no último dia 23 de abril, ao lado de Ronaldinho Gaúcho e ser responsável por marcar o centroavante Adriano “Imperador”, em partida promocional do Las Vegas City contra o Miami United, equipe que traz de volta aos gramados o camisa 9 brasileiro.
EXTRA: Como iniciou sua carreira como jogador de futebol?
GLAUBER BORRACHINI: Jogo futebol basicamente desde criança, porque meu pai já me colocou pra jogar futebol muito cedo. Não tinha como não jogar futebol com o meu pai colocando a camisa do São Paulo como minha primeira roupa logo que nasci. Com uns 8 anos já jogava pelo Fabril Esporte Clube, em minha cidade natal, Lavras/MG. Depois, passei pelas categorias de base do Cruzeiro, Santos e Mirassol. Parei por um tempo mas resolvi voltar. Foi então que surgiu a oportunidade de jogar nos EUA, pois aqui consegui uma bolsa de estudos. Com o futebol, tive 100% de bolsa estudantil, o que ajudou a me formar em Administração de Empresa. Joguei pela Mid-Continent University, no Estado de Kentucky, e pela Calumet College, em Whiting.
EXTRA: Então, jogar futebol profissional aí nos EUA sempre esteve aliado a sua formação acadêmica. Isso é prova de que já “administra” sua vida para além do futebol?
GLAUBER BORRACHINI: Sim, é bem por aí. Quero mandar um recado para que os jovens: sigam levando a sério o futebol, mas também os estudos, porque isso vai fazer com que vocês cresçam e tenham muito mais oportunidades na vida.
EXTRA: Conte um pouco sobre sua vida em Las Vegas.
GLAUBER BORRACHINI: Faz quatro meses que estou aqui, jogando pelo Las Vegas City. Meus pais, Luiz Alberto e Adriana, e minha irmã, Isabelle ficaram no Rio de Janeiro. Moro com o meu melhor amigo, Jonathan Lin. E as coisas estão acontecendo. Tenho um contrato de dois anos, e pretendo cumpri-lo até o final.
EXTRA: E como foi atuar ao lado de Ronaldinho Gaúcho e Adriano?
GLAUBER BORRACHINI: Foi uma experiência incrível jogar em um estádio dessa capacidade com um herói do futebol nacional e mundial. Mas o que realmente me deixou muito feliz foi poder marcar o meu ídolo Adriano, algo que eu nunca imaginei que faria na minha vida porque sempre o vi jogando, tanto pela Seleção Brasileira quanto pelo São Paulo, no estádio, junto da torcida. Esse foi um evento muito importante, a partida entre o Las Vegas City e o Miami United, que contratou o Adriano. Sou zagueiro, jogo também como volante, mas estou jogando, desde minha estreia aqui, como zagueiro central, é foi uma experiência única poder marcar um ídolo. E depois poder fazer amizade com ele, conversar antes, durante e depois do jogo com ele. Ele me passou muitas coisas sobre o futebol e me inspirou a seguir em frente com o futebol. O Ronaldinho é um gênio da bola, os passes dele são milimetrados, e o Adriano é uma das melhores pessoas, seres humanos, que já conheci na vida. Além de um jogador que se apresenta pro jogo e pede bola o tempo todo, fora do campo, ele merece tudo de melhor porque é uma pessoa boa, coração do bem. E espero que essa passagem nos EUA o leve de volta, quem sabe até pra Seleção, já que estamos precisando de grandes atacantes.
EXTRA: Você disse que tem contrato com o Las Vegas, mas, no futebol, sabemos que tudo pode mudar rapidamente. Já teve alguma proposta de algum time fora dos EUA? Como é seu relacionamento com o técnico e a diretoria do clube?
GLAUBER BORRACHINI: Tive contato de times de Dubai e da China, mas pretendo seguir com o projeto do Las Vegas City por mais um tempo. Nosso presidente é o Márcio Granada, somos treinados pelo experiente Valdir Espinosa, campeão mundial (em 1983, então técnico do Grêmio), o Paulo Campos é o assistente e nosso diretor de futebol é o Júnior Coimbra, filho do Zico. Dos jogadores e ex-jogadores que eu já encontrei e tive a oportunidade de conversar, o Zico é de uma educação absurda. Super simpático, companheiro, e isso é gratificante e me dá mais força ainda para continuar no futebol, que é algo que me dá o prazer de acordar e saber que tem algo que me motiva a melhorar sempre, algo que eu posso correr atrás pra sempre poder subir um degrau, me desafiar a superar desafios. Sem o futebol, a minha vida fica até um pouco chata.
EXTRA: E sua relação com Fernandópolis, como ‘administra’ essa saudade? GLAUBER BORRACHINI: Eu morei em Fernandópolis durante um ano, quando ainda era pequeno. Saudade com certeza de quem ficou aí. Saudade do meu avô, Wilson. Ele sempre me apoiou a seguir com essa carreira. Muita saudade da minha avó “Lolita” (Dona Dolores, do Vale Verde). Sempre recebo muito apoio dos meus tios, do Everton e do Glauber, principalmente. O “Dedê” chegou até ao São Paulo, então sempre quis seguir nesse caminho, poder jogar pelo menos um pouco do futebol que meu tio já jogou. É gratificante saber que meu avô tem uma grande história no futebol e já jogou ao lado do melhor jogador de futebol de todos os tempos. Minha família sempre me inspirou a seguir em minha carreira. Tenho que agradecer aos meus pais, Luiz e Adriana, que são a razão de eu estar onde estou, porque sempre me apoiaram em tudo que fiz. São a razão da minha vida.
Em voo com os pais, Luiz e Adriana, e a irmã Isabelle
Ao lado de Zico, pai do diretor de futebol, Junior Coimbra