MINUTINHO
A paz do dever cumprido
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las; é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que veem e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças; voar com os passarinhos; ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas águas se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar; é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é aprender com os próprios erros; é dizer não, quando é não que se quer dizer... Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer... Ter Paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranquilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos... É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.
Pense nisso! Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Por: Emmanuel
CRÔNICA
Mais um caso incrível: Dr. Osmar
“Como vou falar com meus pais que meu irmão foi assassinado? Eu estava angustiado, mas não conseguia chorar. Fui transmitir uma partida de futebol em Recife quando fui informado da morte de meu irmão. Não pude fazer meu trabalho e já estava num voo com destino a São Paulo. Sentei-me bem atrás. Não queria ser reconhecido, não queria conversar. Abaixei a cabeça e a tristeza era imensa. De repente, alguém senta-se ao meu lado e toca o meu braço.
A custo levantei a cabeça para olhar quem poderia ser.
- Está me reconhecendo?
Fiquei extremamente surpreso. Era Chico Xavier.
Usava um terno verde-escuro, estava sem gravata e com o tradicional óculos escuro.
Então perguntou-me:
- Como era ele?
Entendi que ele se referia a meu irmão e passei a descreve-lo fisicamente.
Chico abaixou a mesinha do passageiro, pegou um pedaço de papel e começou a escrever.
Quando terminou disse:
- Ele teve que ir mesmo. Deus o levou. Os próximos meses de sua vida seriam horríveis. Deus o poupou desse sofrimento.
- Não se preocupe, seu irmão está bem. Passados alguns meses me procure que teremos mais notícias sobre ele.
Em seguida se levantou e caminhou para a frente do avião.
Quando aterrisamos em São Paulo fui o primeiro a descer e pela porta dos fundos.
Queria espera-lo fora do avião. Observei atentamente a descida dos passageiros. Um a um. Chico Xavier não apareceu.
Procurei então saber. Ele não estava nesse voo. Somente depois entendi. Ele esteve sim naquele avião mas em desdobramento e para socorrer-me.
Aquele encontro confortou-me a tal ponto, que pude cumprir a minha difícil missão de ajudar a minha família.”
Nota: Esse episódio, relatado à jornalista Miriam Portela, aconteceu com o Dr. Osmar de Oliveira (foto), médico, jornalista, corintiano, narrador e comentarista de futebol, que faleceu em 2014, aos 71 anos.