PANDEMIA

São Paulo tem 15,6 mil testes esperando confirmação para coronavírus

São Paulo tem 15,6 mil testes esperando confirmação para coronavírus

Carga com 725 mil testes para identificação do coronavírus chegou hoje

Carga com 725 mil testes para identificação do coronavírus chegou hoje

Publicada há 4 anos

Da Redação

O estado de São Paulo ainda tem 15,6 mil exames aguardando confirmação para infecção por coronavírus. A expectativa do governo é zerar esse total até a semana que vem, principalmente após a chegada hoje, 14, de testes vindos da Coreia do Sul.

“Na semana passada foi anunciado que existiam 17 mil testes aguardando [resultado para confirmação do coronavírus]. Na realidade, ontem, 13, eram 15,6 mil, dos quais 12 mil testes já foram distribuídos para a rede [de laboratórios habilitados para os testes]. Já temos um caminho para zerar essa fila até a próxima semana”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. 

“A partir daí, vamos operar só com a demanda do dia”, acrescentou. Covas não soube estimar a quantidade de testes nessa fila que se referem a pessoas que morreram, mas ele disse que a prioridade dos testes é identificar os óbitos.  

O governador de São Paulo, João Doria, disse hoje que uma carga com 725 mil testes para identificação do coronavírus, vinda da Coreia do Sul, chegou nesta terça-feira no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. 

O produto foi encomendado pelo Instituto Butantan, que vai distribuí-lo ainda esta semana para 34 laboratórios já habilitados para fazer o exame que confirma a infecção por coronavírus.

No total, disse Doria, o governo paulista encomendou 1,3 milhão de testes para a Coreia do Sul. O restante deve chegar até o dia 25 deste mês. O governo investiu R$ 85 milhões. A ideia é ampliar o total de testes realizados em São Paulo dos atuais dois mil por dia para cinco mil testes por dia até 24 de abril. 

Até 18 de maio, afirmou o governador, a intenção é que São Paulo esteja testando oito mil testes a cada dia. “Essa aquisição da Coreia do Sul vem em um momento muito oportuno. E com esse volume, que será, até o fim de abril, de 1,3 milhão, e com mais outros testes que estão chegando de outras fontes, isso vai nos garantir essa política de testagem até junho ou julho”, disse Dimas Covas.  

São Paulo tem - até hoje - 608 óbitos relacionados ao coronavírus, com 8.895 casos confirmados em todo o estado. Há ainda 907 pessoas internadas em estado grave em unidades de terapia intensiva e 971 em enfermarias.

Subnotificação

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, admitiu que há subnotificação dos casos no país, até porque estão sendo testadas prioritariamente pessoas internadas e os profissionais de saúde.

Segundo ele, como cerca de 20% das pessoas que contraem a doença vão precisar de atendimento hospitalar, os números de casos confirmados no país devem ser cinco vezes maiores. 

“Pelas próprias características da covid-19 [doença provocada pelo coronavírus], ela tem, entre seu contingente total de casos confirmados, 20% que irão para atendimento hospitalar. São esses que estão testados aqui. Se pensarmos numa epidemia do ponto de vista global, são cinco vezes [superior] ao número que está internado”, disse Germann.

Segundo Dimas Covas, do Instituto Butantan,  a subnotificação acontece em todos os países. “Os casos confirmados representam o limite inferior da curva de ascensão. Neste momento, os números de óbitos e de casos confirmados estão na base da curva. Então, temos que adiantar os testes para ter uma visão mais próxima da realidade. Mas, considerando que teste a gente está olhando para o retrovisor. O indivíduo se infecta, leva tempo para desenvolver sintomas, leva tempo para procurar atendimento médico e leva tempo para colher o exame. Estamos sempre olhando no retrovisor”, disse ele. 

“Por isso, temos que olhar para a frente. As projeções nos dão o cenário possível que encontraremos à frente. Nesse momento, as medidas de isolamento social estão funcionando. A curva, aparentemente, está tendendo a estabilizar. Mas essas medidas são contínuas porque as medidas de hoje só refletem daqui a 15 dias na curva”, explicou Covas.

Mais máscaras

O governador de São Paulo anunciou que comprou 18 milhões de máscaras da China, sendo 15 milhões de máscaras cirúrgicas e três milhões de máscaras N95, aquelas de cor azul e mais reforçadas, utilizadas por profissionais de saúde em ambientes de alto índice de contaminação. 

O investimento foi de R$ 63 milhões. O primeiro lote com os produtos chineses deve chegar a São Paulo no domingo, 19. A previsão é que a segunda remessa saia da China no dia 25 próximo.

Cesariana de urgência

Em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador João Doria citou o caso de uma mulher grávida, de 28 anos, com diagnóstico positivo para coronavírus e em estado grave, que teve seu parto antecipado pela equipe médica do Hospital das Clínicas, em São Paulo, como tentativa de salvar a vida de ambos: mãe e filho. 

“Os médicos realizaram uma cesariana, de urgência, na UTI [Unidade de Tratamento Intensivo] do Hospital das Clínicas para salvar a vida de uma mãe e de um bebê”, afirmou ele. 

“A mãe chegou em estado gravíssimo, na noite de domingo, 12, no Hospital das Clínicas. E, diante dessa gravidade, na madrugada de segunda-feira, a equipe decidiu imediatamente pelo parto”, contou o governador.

Segundo ele, a bebê recém-nascida está bem, mas demanda cuidados médicos. A mãe continua em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva, respirando por ventilador. “Esse é um exemplo da importância do trabalho, da seriedade, do esforço e da dedicação dos profissionais de saúde que vêm se dedicando para salvar vidas”, finalizou.

últimas