APURAÇÃO

Candidato a prefeito é citado nas investigações da Santa Casa de Fernandópolis; ele nega envolvimento

Candidato a prefeito é citado nas investigações da Santa Casa de Fernandópolis; ele nega envolvimento

Polícia não fornece mais detalhes e diz que investigações continuam; Promotoria não se manifesta

Polícia não fornece mais detalhes e diz que investigações continuam; Promotoria não se manifesta

Publicada há 4 anos

Gustavo Jesus

Documentos obtidos pela reportagem de O Extra.net no âmbito da Operação Higía, que investiga fraudes financeiras na Santa Casa de Fernandópolis, mostram um diálogo entre um ex-deputado estadual e o então vereador e hoje candidato a prefeito de Macedônia, Reginaldo Marcomini (PSD).

O parlamentar que estava sendo monitorado foi flagrado em conversação com o vereador, em diálogo que, segundo o Inquérito Policial, denota tentativa de atrapalhar as investigações e coagir a atuação do vereador Murilo Jacob (MDB).

Na primeira parte do documento, o deputado identificado pela Polícia Civil como Gilmar Gimenes (PSDB) instrui Marcomini a conversar com Murilo - responsável pelas primeiras denúncias que resultaram na deflagração da operação -, para que pedisse ao vereador que parasse com as denúncias sobre a Santa Casa.

O diálogo, datado de 17 de agosto do ano passado, continua com ambos conversando sobre a atuação de Murilo. Em determinado ponto da conversa, o ex-deputado fala sobre os riscos para a segurança do vereador fernandopolense. “Não, ele vai quebrar a cara feio! Não tem ideia! Isso ainda que isso vai chegar num ponto preocupante até para a segurança dele”.

Em outro trecho do documento, a investigação cita uma nota vinculada em uma página no Facebook onde Marcomini, em 7 de dezembro do ano passado, se oferece para assumir a provedoria da Santa Casa Fernandópolis após a renúncia da administração da OS de Andradina.

Segundo o inquérito, Marcomini mostrou interesse na provedoria para “atender possível pedido” do parlamentar. A autoridade policial prossegue afirmando que a escolha do vereador “certamente possibilitará que Gilmar Gimenes volte a ter influência na direção da instituição”.

A reportagem fez contato com Ailton Canato, delegado responsável pelo inquérito, que não trouxe novas revelações. Procurada, a Promotoria ainda não respondeu os questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.

OUTRO LADO

O vereador e candidato a prefeito de Macedônia, Reginaldo Marcomini, comentou sobre os trechos do inquérito em que é citado. Segundo o atual edil ele não pode “dizer 100% sobre os fatos” por não ser parte do processo. “Não sei o conteúdo que eventualmente pode ter, então não tem como eu dar explicações sobre aquilo que não conheço”.

Sobre ter se oferecido para ser provedor da Santa Casa, Marcomini alega que sempre fez trabalhos para a entidade e que se colocou à disposição após ter sido procurado pela Imprensa.

“Quanto eu ter me colocado à disposição para ser provedor da Santa Casa, fiz diversos atos solidários em prol daquela entidade, por conta disso, fui procurado pela Imprensa para comentar sobre o assunto. Na oportunidade fiz o comentário de que me colocaria a disposição para ser provedor, porém nunca procurei a entidade ou o Gilmar ou qualquer pessoa para oficializar o assunto”.

Marcomini atribuiu as denúncias a questões políticas, sobretudo a adversários desta eleição municipal.


Trecho do inquérito policial que cita o vereador Marcomini

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