ELEIÇÕES 2016

O povo pergunta, Guilherme Vilarinho responde

O povo pergunta, Guilherme Vilarinho responde

O extra.net proporciona um diálogo entre a sociedade fernandopolense e os quatro candidatos à Prefeitura

O extra.net proporciona um diálogo entre a sociedade fernandopolense e os quatro candidatos à Prefeitura

Publicada há 8 anos



Por João Leonel


Extra.net” proporciona, desde ontem (27), um diálogo entre a sociedade fernandopolense e os quatro candidatos à Prefeitura de Fernandópolis. Estamos realizando durante a semana uma série de entrevistas, definida mediante sorteio na Redação deste jornal diário e com a presença de representantes das quatro candidaturas. Dando continuidade à sabatina, que se iniciou com Ricardo Franco, os candidatos respondem a perguntas de munícipes de diversas classes e setores sociais. Hoje, o entrevistado é Guilherme Vilarinho. Amanhã será a vez de André Pessuto. E na sexta-feira, de Ana Bim.



Geraldo Pedro Paschoalini - Gerente Administrativo da Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis



Prezado candidato (a), caso a ZPE se torne realidade, como fará para preparar a cidade nas questões de saúde, segurança, educação e capacitação? O que fazer para realmente melhorar o relacionamento entre os Poderes Executivo e Legislativo?


GUILHERME VILARINHO: Eu diria para o Geraldo que a ZPE é um projeto de longo prazo, e como venho dizendo, o prefeito tem que começar a trabalhar imediatamente pela cidade. Eu trabalho com infraestrutura, pavimentação asfáltica, ou seja, com loteamentos, então posso dizer que a instalação da ZPE levará, no mínimo, mais 5 anos, vai para mais de 5 anos. E o que nós vamos fazer nesse período? Vamos melhorar, preparar a cidade, não para a ZPE, mas para o cidadão. Como? Abrindo novas empresas, microempresas, dando suporte. Porque até a ZPE chegar, nós precisamos comer, precisamos trabalhar, as famílias serem sustentadas. Nos meus planos, eu sempre disse que uma cidade só vai pra frente quando ela tem Marginal: uma Avenida Marginal, abertura de novas avenidas na cidade, um novo comércio. Um exemplo clássico é a Avenida Líbero de Almeida Silvares, na ligação com a Brasilândia. Você vê que o comércio, que estava no Centro, já está lá próximo da Polícia Militar (16º Batalhão), o comércio está expandindo. Então, esse trabalho já tem que começar no primeiro dia de mandato. A infraestrutura tem que ser montada, adequando os bairros, as escolas, os cursos profissionalizantes, tudo vai vir ao encontro de uma possível instalação da ZPE em Fernandópolis, que tanto a cidade almeja. É um processo natural, se você tem o desenvolvimento da cidade, se o prefeito visa o desenvolvimento da cidade, isso se torna uma consequência, esse preparo todo é uma coisa que você vai fazer independente de a ZPE vir ou não. Com certeza, falo de cátedra, que o próximo prefeito não terá a felicidade de inaugurar a ZPE, porque a infraestrutura é pesada. Quanto ao relacionamento do Executivo com o Legislativo, como sou novo nessa área, não vejo como não me relacionar bem com a Câmara, porque eu levo primeiramente o indivíduo em consideração, e não partidos políticos, partido A, B, C ou D. Eu viso o vereador, a pessoa que foi eleita. Deixando de lado as vaidades, deixando de lado a competição. E tudo que tem de ser feito na cidade, tem de ser partilhado, não vou chamar um ou outro, vou partilhar com todos e vou receber a todos, vou propor ideias, vou receber ideias, independente de partido. Então, essa briga que a gente sempre viu, no meu mandato não vai ter, porque dizem: quando um não quer, dois não brigam. Essa é minha filosofia de trabalho.


 Silmar Olímpio – Vendedor e universitário, concluindo o último semestre de Agronomia na Unicastelo



Sobre a ZPE. Qual o futuro desse projeto, principalmente na questão da geração de emprego: quando a ZPE sairá do papel? Teremos que esperar mais 10 anos para vermos o primeiro emprego gerado na cidade através da ZPE?


GUILHERME VILARINHO: O sucesso da ZPE depende muito da economia do país. É uma Zona de Processamento de Exportação. O mundo, o país, está em crise, nós estamos em recessão, 2017 vai ser ainda pior, nuvens negras pairam sobre o Brasil. Então, a ZPE é um projeto de longo prazo, infelizmente. Eu diria para o futuro Agrônomo, Silmar, que não se agarre a esse projeto, mas a cidade pode ter projetos a curto e médio prazo. Bato sempre numa tecla: MEI (Microempreendedor Individual), Microempresa, empresa de pequeno porte, isto é uma solução caseira, independente de vultosas somas aplicadas na ZPE, nós podemos fazer muita coisa. Desculpe o termo, nós precisamos fazer nosso feijãozinho com arroz, nós temos que fazer o básico, valorizar os empresários locais, e como vivo isso há muito tempo, nós vamos ter uma Secretaria voltada a essa área, com pessoas que atuem mesmo, e não fique só no papel.



 Sidnei Cesar Zulian – Perito Criminal, chefe da equipe de Perícias Criminalísticas de Fernandópolis



Buscando uma maior independência para fomentar o desenvolvimento da cidade, e também clamando para que indústrias se instalem em Fernandópolis, o que deve ser feito em relação aos nossos Parques Industriais? E ainda, seria a falta de vias Marginais o maior entrave? Pois sabemos que a ZPE não depende só do Governo Municipal, mas nossos Parques Industriais sim.


GUILHERME VILARINHO: Essa sequência de perguntas está muito bem interligada, e é isso: uma cidade, para se desenvolver, precisa de Avenidas Marginais e Parque Industrial, e por que não temos Parques Industriais? Eu diria que é falta de vontade. Você me dê 3 formas de tubo de concreto, uma retroescavadeira, e eu já começo a maior parte da infraestrutura para a instalação de um Parque Industrial. A trabalhar com águas pluviais, levar a rede de água, fazer uma parceria com a Elektro, então não fica difícil. E o asfalto, que é o mais caro, ele não precisa necessariamente ser implantado de imediato, você pode ir fazendo devagar, instalando, com um pouquinho de sacrifício, como digo sempre, nós temos uma usina de asfalto na Prefeitura, você tem que começar modesto, com os pés no chão, mas fazer, abrir. Quando você vai começar uma obra, a hora que você chega no local, principalmente com pavimentação asfáltica, dá vontade de chorar, de tão feio, de tanta erosão que tem. Mas, em um mês, você trabalhando somente com terraplanagem, você passa, o local é outro. Então você tem que começar, assim como você tem que começar as Marginais, Avenida Perimetral. Eu diria assim: todos que têm um carro hoje, o seu primeiro carro foi um Zero Km? Eu acredito que não. O meu primeiro veículo foi uma moto, depois um “fusquinha”. Então você tem que abrir, para fazer o traçado, primeiro das avenidas, para depois, a “maquiagem”, digo a beleza, pavimentação asfáltica, calçamento, arborização, tudo no começo pode ser modesto. Temos um exemplo, que eu acompanhei, observando, por ser engenheiro, lá em Votuporanga, as Marginais onde tem a Biblioteca, com aquele lago maravilhoso, aquela represa, e já faz mais de 10 anos, o prefeito começou aquilo lá com uma máquina de esteira e uma retroescavadeira, e hoje é um cartão postal da cidade. Começa-se modesto, e termina com uma grande obra.  


 Administrador Titosi Uehara



Se eleito, qual a sua estratégia para buscar o desenvolvimento Agro, Comercial e Industrial de Fernandópolis?  


GUILHERME VILARINHO: Eu trabalhava no ramo de café, uma cultura praticamente socialista, porque era na base do ‘meeiro’, com a divisão do lucro, e o café acabou. A nossa região ficou sem vocação de negócio e perdemos uma grande oportunidade, desde os ex-administradores, os ex-dirigentes, de fomentar, embora ela esteja em atividade, o plantio da seringueira, poderia ser o café substituído pela seringueira, que também é no sistema de ‘meação’, o empregado ganha hoje 40% da produção, há uma valorização do funcionário, ele tem um bom salário, e isso vai refletir na cidade, no comércio. Hoje, Fernandópolis não tem vocação agrícola. Haja vista que grande parte das terras foi arrendada para a cana, estamos mais próximos da monocultura do que da agricultura familiar. E isso tem que ser discutido com os Sindicatos, pra ver que linha seguir, se vamos produzir queijo, se vamos plantar seringueira, se vamos diversificar. Uma porque o homem saiu do campo, é um processo natural, no Brasil todo, então nós não temos também vocação para a agricultura familiar, como é no Sul. Lá, o filho sai para fazer um curso técnico-agrícola e volta para a propriedade, e a família vive do campo mesmo. Tudo isso tem que ser muito discutido com os Sindicatos. É preciso conscientização, trabalho em equipe, aproximar-se muito do trabalho cooperativo, que é a saída para a agricultura familiar, para o pequeno produtor. O trabalho cooperativo leva a um grande desenvolvimento, há grandes cooperativas de leite no Paraná, a carne dos grandes frigoríficos passam por cooperativas, nós temos que aplicar isso na nossa região, se formos inteligentes. E uma coisa puxa outra, se você tem uma agricultura familiar dando certo, fortalece o comércio, automaticamente. Sabemos que, do produto primário, ganha-se pouco, e o produto industrializado é o grande pulo do gato. O Brasil exporta soja, mas deveria exportar óleo, farinhas. No município, temos que ser produtores, na medida do possível, até terciários, para que se aumente a renda do produtor. É como falei, MEI, Microempreendedor, empresa de pequeno porte, temos a solução caseira. Então vamos implantar a “zona de produção das microempresas, do pequeno produtor, da agricultura familiar”, tudo isso pode ser feito antes da ZPE. O primeiro passo tem que ser dado, e com pessoas competentes à frente das respectivas Secretarias.


 Professor José Martins Pinto Neto



O município de Fernandópolis já está investindo entre 25 a 30 por cento do orçamento em saúde (muito acima dos 15% exigidos pela Lei Complementar 141, de 13 de janeiro de 2012) e, mesmo assim, há reclamações dos usuários quanto à, principalmente, falta de alguns medicamentos nas farmácias das UBSs, problema que precisa ser resolvido urgentemente, já que o investimento está alto, ou seja, quase o dobro do mínimo exigido por Lei Federal. O que você pensa realizar para promover o fortalecimento da atenção básica para que ela tenha resolutividade acima de 80% dos problemas de saúde da população, haja vista que agora já temos quase 100% de cobertura da população por meio das 16 Unidades Básicas de Saúde, incluindo as que funcionam no Modelo da Estratégia Saúde da Família, e também de já contarmos com todos os profissionais da saúde concursados (exceto os Agentes Comunitários de Saúde)?
PS.: Além da pergunta, gostaria que pensassem na possibilidade da abertura das UBSs do Modelo da Estratégia Saúde da Família com horário mais ampliado de atendimento à população, como, por exemplo, até às 21 horas. Assim, os usuários do SUS poderiam chegar do trabalho e ir até a UBS para consultas médicas, de enfermagem, fazer inalação, curativos, receber vacinas, exame Papanicolaou, etc. É preciso esclarecer, salientar que a UPA não é para isso, a UPA é para Urgências e Emergências ok? E também não microrregional, como são SAMU e CISARF, pois atende somente os munícipes de Fernandópolis e Brasitânia, somente em situações de Urgência e Emergência.


GUILHERME VILARINHO: Feliz do prefeito ou da empresa que tiver o Professor, Doutor José Martins ao seu lado. E aquele prefeito que for inteligente, no mínimo, vai ter uma conversa com o José Martins de uma hora por semana, na pior das hipóteses, se não puder tê-lo ao seu lado. Quem o conhece tira o chapéu mesmo. Teria o prazer enorme de tê-lo me orientando durante minha gestão. A pergunta dele já é um ensinamento, porque ele é do ramo. Ele foi generoso com sua pergunta, porque ele já apontou alguns caminhos. E acho que todos os candidatos deveriam ficar gratos a ele e seguir esses caminhos.


 Empresário Luiz Cláudio Barro



Candidatos: o que vejo com preocupação é a quantidade de funcionários da municipalidade, sejam concursados ou indicados e comissionados, que por certo tem um custo importante no orçamento municipal. Qual a vossa visão disso? Há algum planejamento para se reduzir tais custos com atitudes de racionalização de cargos, redução dos comissionados dando assim agilidade na máquina pública, ou minha visão é equivocada sobre o tema, ou seja, o que se tem hoje é o necessário?


GUILHERME VILARINHO: Eu acho que qualquer prefeito que assuma o próximo mandato deve olhar com carinho especial para o funcionalismo público municipal. Você nota na Prefeitura que eles não têm um plano de carreira, que eles têm um ambiente físico de trabalho com um layuot péssimo, eu tenho certeza de que muitos funcionários acordam para trabalhar e não vão felizes para o trabalho. Tem funcionários que sofrem pressão de todos os lados, já vi casos de funcionários, na campanha política, ter que sair e fazer campanha para o prefeito no cargo. Enquanto o prefeito tem uma sala com ar-condicionado, uma mesa enorme, os funcionários estão lá penando, tem sala que dá medo, com caixas caindo sobre os funcionários, espremidos num apertadinho. Umas das primeiras coisas que eu faria seria ampliar a Prefeitura. Eu não acredito que tenha excesso, talvez falte incentivo ao trabalho. Lá no Poupatempo o pessoal parece mais feliz. Eles trabalham em local amplo, uniforme bacana, são respeitados, falo isso dos funcionários burocráticos. Agora você pula para o Almoxarifado, aí é de chorar. Os mecânicos não têm ferramentas, não têm peças para arrumar os veículos, o cara quer morrer. Imagina você chegar para trabalhar e não ter sua principal ferramenta, você ter que ficar parado. Falta gestão. Vários motoristas de ambulância chegam tarde, mais de meia-noite, e depois têm que trabalhar já cedinho. Falta gestão. Com a valorização dos funcionários, a Prefeitura melhoria muito. Em escolas de ensino fundamental, as diretoras se doam de corpo e alma e não são valorizadas, não há plano de carreira, cada secretária que chega trabalha de um jeito, então nós temos que ter um Plano Diretor para a educação.


 Wilson Granella – mantenedor da Associação Filantrópica “Henri Pestalozzi”



Onde e como você buscará recursos para garantir o bom funcionamento e a manutenção das entidades filantrópicas de Fernandópolis?


 Marcos Vilela, mantenedor do projeto “Os Sonhadores”



Olhando com outros olhos nossa área social, ao que já temos implantado hoje: o que pode ser feito para dar o apoio necessário para os nossos projetos de Assistência Social?


GUILHERME VILARINHO: Eu achava que a área da Assistência Social estivesse ótima em Fernandópolis, já que nossa prefeita é uma Assistente Social. Do mesmo jeito que eu falei dos Parques Industriais, de asfalto, falei e assumo o que falei, porque sou da área. Eu acho que a Prefeitura poderia promover algum projeto de geração de renda para as entidades, através de um grupo de estudo, para não deixar as entidades de pires na mão. A todo momento tem jantar, rifa, e toda a população quer participar, mas fica difícil. É bazar disso, daquilo, parece que estão buscando recursos para enxoval para a Santa Casa. O povo é muito onerado, e é difícil falar não, é difícil não ajudar, não contribuir. Temos que buscar um projeto efetivo, que funcione no dia a dia, contínuo, não que dure um mês e depois acabe, e para isso teremos que trabalhar em conjunto. Todos os quatro candidatos assinarão um termo de compromisso com o promotor da Infância e Juventude, relacionado ao ECA, sobre apoio, projetos, é aquele sonho que todos nós temos, mas temos que colocar a mão na massa.


 Advogado Antonio Carlos Cantarella



Gostaria de abordar duas questões, Limpeza Urbana e Trânsito. Em certos locais, nossa cidade fica muito suja, muita panfletagem, sem controle. E nossa Área Azul? Vejo excesso de vantagens para alguns comerciantes, reservando estacionamentos exclusivos para carga e descarga, realizando rebaixamento de guias. Não tem como implantar uma fiscalização mais rigorosa: estacionou sem cartão, multa, ou fiscais, ou a Polícia Militar, ou uma Guarda Municipal no papel de fiscal, orientando, mas também cobrando o que é estabelecido a todos?

GUILHERME VILARINHO: A Limpeza Urbana tem funcionado bem no Centro, nos bairros já não sei. O pessoal da varrição tem trabalhado em alguns bairros, mas não sei como está o contrato com a empresa terceirizada nesta área, terei que averiguar esse contrato. Mas pode ser aprimorado, ouvindo a população. A panfletagem é mais pontual, deve-se ter maior controle, não digo quanto a essa época de campanha política, se ocorrer algum excesso, aí já caberia ao Ministério Público, ao juiz eleitoral. Quanto às vagas para estacionamento é terrível, até brinco com o pessoal da Prefeitura: parece que Fernandópolis não tem idoso, são pouquíssimas vagas para idosos. O estabelecimento comercial pode rebaixar a guia para atender seus clientes, mas, dependendo do número de vagas disponibilizadas, deve-se reservar pelo menos uma para quem não for cliente, porque você tirou vagas de estacionamento para rebaixar a guia, todos pagam impostos, todos são contribuintes. E área para carga e descarga tem que ser racional, tudo que é racional funciona.


 Carlos Sampaio – maître/garçom



Qual posição o candidato tem na formação de uma Guarda Municipal, e qual o conhecimento para a implantação? Tem como fazer, tem verba? Sem contar que geraria uma média de ocupação de 80 a 120 empregos, diretos e indiretos.


GUILHERME VILARINHO: Temos que ficar de olho na “indústria das multas”. Tive um professor que participou da implantação da Guarda Municipal em Jales, é uma fonte de receita fantástica para a Prefeitura. Eu digo: olha a população pagando a conta, vai onerar mais ainda o contribuinte. Gera empregos, mas temos que tomar cuidado com os abusos, porque a Guarda Municipal precisa de viaturas, uniformes, bons salários, ela tem que se manter.


 Adriana Bassi – Frentista e Caixa



Fico muito preocupada com o mato e a falta de iluminação nas proximidades da escola Armelindo Ferrari. Minha filha estuda lá e acho que aquele local merece um pouco mais de atenção. O que pode ser feito?


GUILHERME VILARINHO: O cidadão já notou que não é difícil, é muito fácil realizar um bom trabalho de manutenção, de limpeza pública, basta andar pela periferia, a prefeita está fazendo uma faxina fantástica, mesmo que em alguns lugares esteja jogando lixo para debaixo do tapete. Está fazendo agora a manutenção, limpeza de calçadas, mas com fins eleitoreiros: se fez agora, por que não fez antes?


 Waine Regina, moradora no Bairro Alto das Paineiras, tem uma reclamação: a rua da sua casa não é asfaltada



Sobre o poeirão, e, quando chove, o barro danado na Rua Tereza Carmem Arruda, um problema que convivo há pelos menos 4 anos: quando o asfalto vai chegar aqui?


GUILHERME VILARINHO: O Alto das Paineiras foi sacrificado porque a lei de loteamento, me parece, não estava bem definida quando o bairro foi feito. Não tem galerias em alguns locais, talvez tenha ocorrido em período de uma alteração na lei de zoneamento, de loteamento, porque deveria ter sido entregue com tudo pronto, inclusive o asfalto. Sei que o loteador está providenciando várias obras, de galerias e também de asfaltamento, já cotou até a minha empresa. Há uma adequação quanto ao Alto das Paineiras, mas o asfalto lá poderá sair ainda este ano. Está sendo encaminhado, embora seja um pouco demorado. Logo, logo a Waine terá seu problema resolvido.



 Professor Amauri Piratininga Silva -  Diretor do Campus da Unicastelo em Fernandópolis



Considerando que a Unicastelo, no Campus de Fernandópolis, possui 14 cursos, cerca de 3 mil alunos, mais de 160 docentes e 105 funcionários, nossa Instituição desempenha importante papel no plano educacional, econômico, assistencial e cultural em nossa cidade. Assim sendo, gostaríamos de saber: Quais são os seus projetos que poderão intensificar as relações entre nossa Instituição e o Governo Municipal, no sentido de proporcionar maior desenvolvimento socioeconômico e cultural para a nossa população?


GUILHERME VILARINHO: É uma grata pergunta. Porque eu fiz Engenharia Civil na Unicastelo, a primeira turma, lá que me formei. A interação que tenho com a Unicastelo vem desde a minha turma, ainda na época da construção do Campus. No início, havia uma boa interação com a população, tinha um belo viveiro de mudas, promoviam um dia de visita ao Campus. A Agronomia da Unicastelo pode nos ajudar em um projeto de arborização em Fernandópolis. Vamos reurbanizar a cidade, juntamente com o curso de Engenharia Ambiental da Fundação Educacional, essa interação tem que acontecer. Vamos incentivar a criação de um cursinho pré-vestibular para alunos carentes, temos que ter uma interação faculdade-cidade, faculdade-administração municipal. Podemos ter um CIEE, investir em estagiários, investir na criação de startups, na área de administração, por exemplo. Teremos projetos como laboratórios, podemos criar microempresas e também acreditar no potencial do “investidor-anjo”, no desenvolvimento de projetos, na área de informática, em diversas áreas. Olha, na pior das hipóteses, teremos uma cidade melhor.


 Sophia Ruiz Paggioro Sessino, 17 anos – cursa o 3º ano do Ensino Médio, no JAP: será seu primeiro voto



Como oferecer cultura mais diversificada, sofisticada, para atingir todos os públicos? Vemos peças no Teatro Municipal, algumas delas, com pouca qualidade e até mesmo apelativas. Pode ser algo contemporâneo, desde que um pouco mais contextualizado. Nossa Mostra Estudantil de Teatro poderia ser mais difundida e contar com mais apoio, tanto popular quanto político. Por que, por exemplo, não criar novos projetos culturais, e resgatar o projeto “Filhos da Terra”, uma iniciativa tão rica e fértil?


GUILHERME VILARINHO: É o que eu falo, vou ser repetitivo: é só colocar um secretário competente na pasta da Cultura. Não tem outra saída. Colocar alguém que gosta do que faz, e dar condições para desenvolver seu trabalho. A receita é simples.



Considerações finais
GUILHERME VILARINHO:
Muitos, e poucos, me conhecem. Sou Guilherme Vilarinho, nascido em Fernandópolis. Sou filho do Seu Guilherme, um dos primeiros taxistas da cidade, muito conhecido pelo seu caminhão de areia, trabalhava puxando areia. Eu trabalho desde os 14 anos com o meu pai, trabalhando pesado, mas meu pai sempre me cobrando estudo. Trabalhei no banco Itaú em Fernandópolis, depois fui para São Paulo, para fazer cursinho. Lá fui “doginho” do Banespa, o salário era “mil e oitocentos”, passei em concurso, muitos banespianos se lembram do salário “doginho”. Depois fui para o Itaú Seguros, atuei na área de processamentos. Me casei neste período com a Marivalda, formada em Psicologia, Direito e Pedagogia, e ainda uma meia dúzia de pós-graduação. Temos 3 filhos, a Julia, a Olívia e o Afonso. Nossas duas filhas fazem Medicina, o Afonso trabalha comigo, tenho uma firma de pavimentação asfáltica há 25 anos, estou no ramo da construção civil. Consegui sobreviver à Máfia do Asfalto, trabalhando sozinho, foram tempos difíceis, trabalhar contra um cartel. Fundamos o diretório do PSL - Partido Social Liberal, e não quisemos nos coligar com nenhum partido que tivesse um “político” profissional em suas fileiras, pois queremos ser uma opção fora desse meio, damos valor ao dinheiro público, sabemos muito bem quanto é R$ 1,00. São dois grupos políticos que dominam Fernandópolis, e sou pioneiro com esta bandeira “apolítica”, não trabalho com dinheiro do partido nesta campanha, o meu investimento é com o meu dinheiro, e sobrevivo, modestamente, com o meu trabalho, não preciso do dinheiro da política. Não estou cuspindo para cima, mas trabalho pela causa: temos que sair desse domínio político que comanda Fernandópolis há muitos anos.
 

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