Bem, em primeiro lugar vem a saúde do ser humano, então vacina sim e logo, mas não podemos desassociá-lo da economia.
É difícil falar em maximização dos lucros nas empresas em tempo de pandemia tipo COVID-19, como essa que enfrentamos, certo?
-Errado, é exatamente a hora de falar em lucro e de acreditar que a sua empresa pode se recompor.
Chegou o momento de os empresários pensarem ‘‘fora da caixa’’, ter visão de curto, médio e longo prazos e agora mais do que nunca é necessário buscar as saídas.
Os passos iniciais que fomos buscar para obter a maximização do lucro nas empresas, foram encontrados na Teoria da Economia e Finanças, com a ajuda da Econometria e lá conseguimos uma solução simples e interessante, representada pela equação matemática do tipo: Rmg = Cmg
O Rmg- significa Receitas marginais, enquanto o Cmg – é definido como sendo os Custos marginais.
A razão que leva essa equação a definir que é nessas condições que a sua empresa estará maximizando o lucro, decorre da pontuação do volume ideal marcado nas curvas das vendas, como sendo o Q*.
Nesse ponto da curva das vendas, chamado de Q* é onde ocorre as condições das Receitas marginais serem iguais aos Custos marginais, é nesse momento em que a sua em presa estará obtendo a maximização do lucro.
Ok, tudo certo, mas como levar isso para o dia a dia das empresas, aos pequenos lojistas, aos prestadores de serviços e às pequenas indústrias de Fernandópolis e região?
Como os empresários de pequeno porte podem ter essa tecnologia gerencial ao seu dispor e como inserir esse modelo de gerenciamento considerado avançado para as pretensões da sua empresa?
Esse é o desafio que pretendemos trazer para um importante segmento da economia e gerador da maioria dos nossos empregos locais e regionais, as pequenas empresas.
Lembrando que o desafio é ajudar os empresários a encontrar um tal Q*, que pode representar uma quantidade, um volume de vendas, necessário para maximizar o lucro dos seus negócios.
A maximização do lucro na prática
Pouco importa o segmento que sua empresa atua, o mais importante dessa solução da maximização dos lucros, é que além da empresa obter em suas operações as condições do Rmg = Cmg, ela te dirá qual é o volume de vendas que o seu negócio deverá realizar no exercício.
A estratégia de curto prazo de todos os empresários é sempre a de vender mais, mas isso quase sempre exige um preço de venda menor (ser mais competitivo), certo?
Reza o dogma empresarial na prática, que quando acontece as maiores quantidades de vendas, a sua empresa terá além do benefício da diluição dos seus custos fixos, o montante maior das receitas, mas será que isso é garantia de Lucro?
Será mesmo que os volumes maiores de vendas sempre significarão lucros?
Muito importante compreender que os custos fixos são inalterados até uma determinada escala operacional, na medida em que as operações crescem de maneira significativa, esses custos também crescerão, quase que sempre.
E os custos variáveis?
Há uma tendência histórica, com suas raras exceções que, principalmente, os custos dos materiais tendem aumentar no futuro, devido às flutuações de mercado, conjuntura econômica, escassez de matéria-prima e outras razões de caráter global.
Além disso tudo, temos uma outra ameaça quase que invisível, poucos são os empresários que a enxergam, trata-se da lei dos Rendimentos Decrescentes, que ocorrem quando os seus fatores de produção já não respondem mais à produtividade que permite a empresa ser competitiva no mercado.
Então, nem sempre é uma boa opção aumentar, continuamente, a produção conforme apregoam os nossos empresários atuais, que pensam sempre em crescer o volume produzido, sem se preocuparem com a Rmg = Cmg
De que adianta pensar somente em aumentar o volume de venda, num cenário de rendimentos decrescentes?
É perda de dinheiro, torna-se premente concentrar esforços para encontrar o Q* da sua empresa, concordam?
Como encontrar o Q* da sua empresa
Novamente, se o Q* é encontrado na situação em que Rmg=Cmg, ou seja, receita marginal é igual ao custo marginal, então é preciso entender antes, o que é a Rmg e o Cmg da sua empresa, certo?
O que é a Rmg - Receita marginal?
É o acréscimo do valor das receitas para cada acréscimo de quantidade ou volume de vendas previsto no plano de crescimento comercial.
O que é o Cmg - Custo marginal?
É o acréscimo do valor de custos para cada acréscimo de quantidade ou volume de vendas naquele mesmo plano comercial.
Caros leitores, o propósito do presente artigo não é o de ensiná-los a encontrar o Q* do seu negócio, mas o de informá-lo da existência dessas ferramentas avançadas, as quais poderão auxiliar muito você na gestão da sua empresa. Essa é a diferença da empresa que sempre busca se atualizar em modelos avançados de gestão, contra aquelas que não se interessam por adicionar conhecimentos, essas com certeza desaparecerão do mercado, rapidamente.
Fique tranquilo que existem planilhas, sistemas e algoritmos apropriados que facilitarão a busca do Q* da sua empresa e não se preocupem se suas empresas têm milhares de itens de estoques, hoje as tecnologias de gestão resolvem isso, rapidamente.
O mais importante é que você fique atento aos seguintes aspectos:
(a) Tudo o que sua empresa vender abaixo da quantidade Q*, ela poderá ter prejuízo, mas pode melhorar para o PE – Ponto de Equilíbrio e com muito esforço ter no máximo um lucro mínimo, insuficiente para financiar futuros investimentos, e isso pode estar acontecendo e você não perceber;
(b)Se sua empresa ficar sempre abaixo do Q* e não se aproximar da maximização dos lucros, provavelmente, ela não sobreviverá;
(c) As empresas que atuam próximas do ponto Q* têm como perfil o planejamento dos lucros, como uma de suas altas prioridades, o que seria ideal se todas as empresas o adotassem;
(d) Cuidado, se você está produzindo e vendendo acima do Q*, visando conquistar fatias adicionais de mercado, mas se estiver em rendimentos decrescentes, logo poderá desaparecer do mercado, algumas evidências dessa situação são: as máquinas superadas, funcionários desatualizados, tecnologias sistemas superados, lentidão nas respostas aos clientes, desmotivação funcional e assim vai.
Concluindo, mesmo que você não queira saber de nada do tal do Q*, ele é inerente às operações da sua empresa, ele faz parte do DNA da inteligência do seu negócio, é ele que define a sua “sorte”, convém se interessar por ele.
Mesmo porque maximizar o lucro não pode ser um sonho distante, mas necessariamente um dever nosso de cada dia, em todos os ambientes empresariais.
Jair Carlos Pires de Moraes
Economista pela FECAP
Mestre em Economia Industrial
E-mail: jaircarlosmoraes@hotmail.com