Atual dirigente de ensino havia garantido “segurança” de alunos e chegou a cravar que “escola é solução” - Foto: DRE-Fernandópolis/Facebook

João Leonel

Diferente do que alegou o atual dirigente regional de ensino de Fernandópolis, Cândido José dos Santos (veja aqui), as escolas podem sim ser um grande risco de disseminação de casos de Covid-19.

Como o número de casos mais graves é muito baixo nessa faixa etária que engloba “idade escolar” (de 0 a 16 anos), a sensação de que nas escolas não há riscos pode ser enganosa.

Os casos graves, e eventuais óbitos, acometem pessoas mais velhas que têm contato com crianças e jovens contaminados, seja na escola ou não, mas que frequentam, ou voltaram a frequentar, aulas presenciais na rede estadual, bem como em colégios privados.

Em resposta a um requerimento, o vereador Murilo Jacob (MDB) recebeu números atualizados de casos de Covid-19 em pacientes de 0 a 16 anos em Fernandópolis.

E os números são assustadores: durante todo o ano passado, foram registrados 291 casos positivos, enquanto que somente nos 4 primeiros meses de 2021, esse total chegou a 368.

Ao todo, Fernandópolis teve 659 casos de Covid-19 em pacientes de 0 a 16 anos. Desses, apenas dois casos positivos se agravaram e levaram a internações de uma criança de 10 anos, em 2020, e outra de 12 anos, em 2021.

O total de notificações nessa faixa etária é de 2573, com 8 internações desde o início da pandemia. 

Por Decreto, o prefeito de Fernandópolis, André Pessuto (DEM), autorizou o retorno de aulas presenciais em escolas estaduais e privadas, desde que obedecido o máximo de 35% do número total de alunos por sala.

As aulas presenciais nas escolas municipais continuam suspensas.

“Com esses números em mãos, juntamente com os demais vereadores, vamos nos reunir com o prefeito para discutir com ele e com a Secretaria Municipal da Educação sobre a possibilidade da suspensão das aulas presenciais aqui na cidade. Os riscos são muito altos, principalmente para professores e funcionários das escolas e também familiares dos alunos”, disse Jacob.

Dados oficiais da Secretaria Municipal da Saúde encaminhados em resposta a requerimento do vereador Murilo Jacob

VACINA DOS PROFESSORES ESTÁ ENCALHADA

Vale lembrar que os profissionais do ensino da rede estadual estão sem tomar a vacina contra Covid-19 em Fernandópolis por uma “falha de comunicação”. Mesmo sem serem imunizados, são obrigados a voltar para a sala de aula.

O lote específico dessas vacinas está encalhado e, pior: o governo estadual ainda não enviou ao município vacinas para a segunda dose dos professores.

Confira aqui!