ARTIGO

As tendências e desafios da Liderança

As tendências e desafios da Liderança

Por Pablo Dávalos

Por Pablo Dávalos

Publicada há 3 anos

Legítimos e incontestáveis gestores, são propensos a tratar o título de líderes que trazem naturalmente, como algo que talvez em algum dia possam alcançar ou merecer, mesmo já sendo donos da responsabilidade que possuem através dos cargos que ocupam. Esses verdadeiros gestores sabem, após anos de experiência com a empatia gerencial da qual são mestres, que a autoproclamação como líderes, causa certo desconforto e espalha um tom de arrogância potencializado com o maligno convencimento dentro deles. Sentimentos com os quais os autênticos líderes não se sentem confortáveis perante seus subordinados.

Penso que nos próximos anos, a tendência e os desafios da liderança, seja ela corporativa ou pessoal, será a compreensão de que o líder não precisa impor nada, mas ao invés disso, ele deve ter o poder de criar a consciência de que assim como todos, ele também precisa trabalhar junto com os colegas e mais do que isso: resolver os problemas de todos eles. Levantar da poltrona de chefe e ir para a linha de frente é uma tarefa da liderança. Tarefa muito difícil para o líder que corriqueiramente está ocupado gerencialmente pensando no macro, quando a raiz de muitos problemas ocorre no micro. O bom líder, tem que se preocupar em equilibrar a tarefa operacional com a gerencial. Em um modelo organizacional único.

Como Engenheiro, acredito que 80% de qualquer aprendizado eficaz, vem da experiência ao errar e tentar de novo incansavelmente. Não é novidade que os executivos de alto nível, costumam apresentar suas cartas de demissões de grandes corporações para refletir e repensar no rumo de suas vidas, e são precisamente nesses instantes que surgem as melhores oportunidades de superação e desafios. Facilmente, um em cada dois gestores de alto escalão trocariam de emprego, na busca por situações complexas para as quais eles desenvolveram habilidades aos longos dos anos. Na busca por desafios que fazem deles profissionais diferenciados no mercado.

Acredito que um dos papeis conscientes da liderança, é ter a habilidade de contornar falhas. Falhas podem ser facilmente contornadas quando todos somos capazes de ajudar e não somente de criticar. Todos então, ao fazermos esta escolha, estamos exercendo claramente o papel de líderes perante nossos pares, e como um efeito cascata os objetivos planejados chegam. A ação e a posição firme de um líder é de inteira e complexa importância, pois se sua equipe estiver passando por um momento de fraqueza, somente o líder será capaz de fazer a equipe entender o quão talentosa, habilidosa, poderosa e capacitada ela é, e que basta uma virada de chave para todos irem além daqueles limites impostos por um simples momento de falha.

Nós como líderes delegamos a tarefa, mas nunca a responsabilidade. Devemos entender, que a responsabilidade é sempre da liderança. Se o colaborador errou, a culpa é nossa, pois como líderes as responsabilidades das tarefas são completamente nossas. É claro que devemos estar sujeitos à críticas das mais perversas e diversas, mas sabemos também que é muito fácil olhar de baixo para cima e pensar em voz alta espalhando para os colegas: “se eu fosse chefe tomaria essa decisão”, sem saber quais são as múltiplas variáveis envolvidas, para de fato, tomar essa decisão. Como gestores estamos sempre na corda bamba, afinal sabemos que qualquer direção pela qual optemos seguir, inúmeras vidas e famílias indiretamente também estarão seguindo. É por essa razão que estamos ali cumprindo nosso papel, sempre com um conjunto de habilidades técnicas, oriundas de alguns anos de estudo e muita experiência, que fazem de nós bons profissionais aptos para tomar decisões sensatas e que impactem positivamente em todos em nosso ambiente de trabalho, família ou qualquer grupo no qual estejamos exercendo liderança. 

O problema de ser líder é que damos uma ordem e as pessoas cumprem, portanto se der certo ou se der errado, fomos unicamente nós que orientamos, fomos nós que direcionamos e obrigatoriamente de maneira justa somos as pessoas responsáveis por qualquer efeito daquela tomada de decisão. Mas, antes de qualquer princípio como gestores, devemos decorar isto: o líder não precisa impor nada, ele precisa trabalhar junto.


Pablo Dávalos

Engenheiro de Produção

MBA executivo em Gestão Industrial pela FGV (em andamento)

Green Belt e Black Belt na metodologia Six Sigma

Gerente Administrativo e Consultor em PCP Planejamento e Controle de Produção

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