MINUTINHO
No retoque das palavras
Por: André Luiz/Chico Xavier
Seja onde for, não afirme: “Detesto este lugar!”
- Cada criatura vive na terra dos seus credores.
Ante frase infeliz, não grite: “É um desaforo!”
- Invigilância alheia pede-nos vigilância maior.
Na madureza, não diga: “Já estou cansado.”
- Sintoma de exaustão, vontade enferma.
Na mocidade, não fale: “Preciso gozar a vida!”
- A romagem terrestre não é excursão turística.
Ao subalterno não ordene: “Faça isto!”
- Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.
Perante o doente, não exclame: “Coitado!”
- Compaixão desatenta, crueldade indireta.
Na provação, não se lamente: “Já não suporto!”
- O fardo é proporcional às forças de cada um.
No cumprimento do dever, não clame: “Estou sozinho!”
- Ninguém vive desamparado.
Se for desapontado, não reclame: “Que azar!”
- A Lei Divina não chancela imprevistos.
Face ao ideal, não se lastime: “Ninguém me ajuda.”
- Na Religião, temos responsabilidade pessoal com o Cristo.
Do livro O Espírito da Verdade.
CRÔNICA
Nunca subestime ninguém
Por: Autoria desconhecida
Uma mulher com um vestido de algodão barato e seu marido vestido com um humilde terno, desceu do trem em Boston e caminhou timidamente (sem marcação) para o escritório da secretária do presidente da Harvard University. A secretária adivinhou num momento que esses camponeses, vindos das florestas, não tinham nada para fazer em Harvard.
- Nós gostaríamos de ver o presidente, disse suavemente o homem.
Ele está ocupado, atendeu a secretária.
- Vamos esperar, replicou a mulher. Por horas a secretária os ignorou esperando que o casal finalmente desanimassem e fossem embora, mas eles não o fizeram e a secretária viu aumentar a sua frustração e finalmente decidiu interromper o presidente, embora fosse uma tarefa que ela sempre evitava.
- Talvez se o senhor conversar com eles por alguns minutos irão embora, disse a secretária ao presidente da universidade. Ele fez uma careta de desagrado mas aceitou. Alguém da sua importância obviamente não tinha tempo para lidar com pessoas com vestidos e roupas baratas. No entanto, o presidente com a carranca, mas com dignidade, dirigiu-se com um passo arrogante para o casal.
A Família Stanford. Foto: Reprodução
A mulher lhe disse:
- Tivemos um filho que frequentou Harvard por apenas um ano. Ele amava Harvard e estava feliz aqui, mas um ano atrás ele morreu em um acidente. Eu e meu marido desejamos levantar algo em algum lugar do campus, que seja em memória do nosso filho.
O presidente não se interessou e disse:
- Senhora, não podemos colocar uma estátua para cada pessoa que frequenta Harvard e falece. Se o fizermos, este lugar parecerá um cemitério.
- Ah não, explicou a mulher rapidamente. Não desejamos construir uma estátua, pensamos que gostaríamos de doar um prédio para Harvard.
O presidente entornou seus olhos direto para o vestido e as demais vestimentas do casal e então exclamou:
- Um prédio! Têm alguma remota ideia de quanto custa um prédio? Gastamos mais de 7.5 milhões de dólares nos prédios aqui em Harvard!.
Por um momento a mulher ficou em silêncio e o presidente ficou feliz porque avaliou que talvez pudesse se livrar deles agora.
Mas mulher virou para o marido e disse suavemente:
- Tão pouco custa começar uma universidade? Por que não iniciamos a nossa?
Então o seu marido aceitou e o rosto do presidente ficou escuro em confusão e desconcerto.
O sr. Leland Stanford e sua esposa foram embora, viajando para Palo Alto, na Califórnia, onde estabeleceram a Universidade que leva o seu nome, a Universidade Stanford, em memória de um filho do qual Harvard não se interessou.
A universidade “Leland Stanford Junior” foi inaugurada em 1891, em Palo Alto. “Junior” porque era em honra do falecido filho do rico latifundiário. Esse foi o seu “memorial” e hoje em dia a Universidade de Stanford é a número um do mundo acima de Harvard.