EU SOU UM MILAG
'Fé renovada e a certeza de dias melhores'
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Vítima de um AVC hemorrágico, o jovem Diego tem hoje a reabilitação como maior foco de vida
Vítima de um AVC hemorrágico, o jovem Diego tem hoje a reabilitação como maior foco de vida
Por Josanie Branco
Boa aparência, simpatia, carisma e responsabilidade sempre foram características marcantes na vida do jovem Diego das Neves Pereira, 26 anos. Nascido e criado em um lar cristão, Diego dividia seu tempo entre a família, Igreja, suas viagens como vendedor e o curso de engenharia civil na faculdade.
No dia 30 de maio deste ano, tudo parecia ser o início de mais uma semana de rotinas, Diego saiu para trabalhar, cumpriu seus afazeres e no final da tarde enfrentou mais um dia de intenso movimento nas rodovias da região ao voltar para casa. Sentindo-se cansado após o cumprimento dos seus afazeres, o jovem resolveu tomar um banho e, em seguida, sentou-se de frente ao notebook para estudar, ele estava em semana de provas, mas não imaginava que aquele momento mudaria para sempre sua vida. “Eu estava sentindo uma incômoda dor de cabeça, mas não imaginei que pudesse ser nada demais, foi quando, de repente, fui ligar o computador, levante-me e cai, eu não conseguia sentir mais os movimentos do lado esquerdo do meu corpo e percebi que eu estava tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral), com a ajuda dos meus pais e da minha ex namorada, fui socorrido pelo SAMU e conduzido a Santa Casa de Fernandópolis, lá confirmado o AVC hemorrágico, fui diretamente conduzido a UTI, onde permaneci em coma por uma semana ”, contou Diego.
MOMENTO DE DESESPERO
Os pais, familiares e amigos de Diego entraram em estado de choque, ninguém conseguia entender como um rapaz tão jovem e ativo podia ter sido vítima de uma enfermidade tão grave. Para piorar a situação, os médicos noticiaram que o derrame de sangue tinha sido muito intenso e atingido quase 50% do cérebro de Diego. “Minhas chances de sobrevivência eram mínimas, meus pais foram informados que a possibilidade de eu permanecer vivo era de apenas 5% e que mesmo que eu sobrevivesse ficaria em estado vegetativo, em cima de uma cama, sem andar, falar, sem me comunicar com as pessoas e nem mesmo podendo me alimentar sozinho, apenas respirando com a ajuda de aparelhos. A notícia foi um grande impacto para todos”, explanou.
CONTRARIANDO A MEDICINA
Com o passar dos dias, ainda na UTI, o quadro de saúde de Diego foi apresentando melhora e em poucos dias ele foi transferido para o quarto, onde permaneceu por mais duas semanas, porém, ainda bastante debilitado e com sequelas do AVC. “Nem mesmo os médicos e a equipe de profissionais do hospital conseguiam acreditar na minha recuperação, até hoje ouço os doutores falarem que o meu caso deve ser estudado, pois é raro ver alguém que teve um derrame tão intenso sobreviver e ainda estar bem”, conta.
A VOLTA AO LAR
Passado o período de internação, Diego voltou para casa e ali também viveu momentos bastante difíceis até início do seu processo de recuperação. “Fiquei por muitos dias consecutivos em cima de uma cama, mais de um mês, e com isso saíram escaras pelo meu corpo, eu gritava de tanta dor. Também peguei pneumonia e em meio a tamanha fragilidade, precisei até mesmo de ajuda para tomar banhos. Depois fui melhorando e passei para a cadeira de rodas, onde fiquei por dois meses e hoje, com o auxílio da fisioterapia e tendo apresentado uma significativa evolução do meu caso, há pouco mais de um mês já estou andando em casa com o auxílio de uma bengala. Também emagreci 24 quilos, pois estava acima do meu peso e a cada conquista eu choro e agradeço a Deus, serei eternamente grato por tudo”, comemora.
ESTABELECENDO METAS
Diego precisou trancar a faculdade, mas garante que em meados do ano que vem retornará aos estudos, antes ele pretende se dedicar inteiramente a sua reabilitação. “Meu foco é voltar a ser o jovem de antes, mas agora muito melhor, quero novamente poder tocar baixo na Igreja, trabalhar, jogar futebol e dirigir, ter todos os meus movimentos do corpo. Esses detalhes que parecem ser tão simples aos olhos da maioria das pessoas, para mim são metas a serem conquistadas, quero dar o meu melhor nesse processo de reabilitação, poder voltar a fazer planos e sonhar”, explanou.
LAÇOS RENOVADOS
Diego vê hoje sua família mais unida, sempre apoiando e cuidando um do outro. “A família é a base de tudo e no meu momento mais difícil foram meus familiares que cuidaram de mim e ajudaram a me reerguer. Ainda não estou totalmente bem, tenho algumas limitações, mas creio que em breve alcançarei meu objetivos. Aprendi a não reclamar, não questionar ou blasfemar da situação, pois tudo na vida tem um motivo e muitas vezes só conseguimos entender e aceitar isso tempos depois”, comentou.
FORÇA DO ALTO
Conhecedor da Palavra e membro da equipe de louvor da sua Igreja, Diego nunca questionou a Deus pela sua situação e buscava entender e enfrentar os momentos de dor, limitações e tristeza através das orações. “A ocasião era difícil, mas eu sempre fui grato, estar vivo era a maior conquista e prova do cuidado do Senhor comigo, todos esses acontecimentos só aumentaram a minha tenência a Deus, eu passei a agradecer tudo, a todo instante. O Senhor é perfeito e se Ele permitiu que eu passasse por isso e ficasse vivo é porque sabia que eu suportaria e tem o melhor para mim, portanto não lamento nada, em momento algum, EU SOU UM MILAGRE.