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Estudo e dedicação rumo ao sonho de ser médica

Estudo e dedicação rumo ao sonho de ser médica

Publicada há 7 anos

Marcela Barbar / Lívia Caldeira


Dentre 6,1 milhões de estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2016, apenas 77 pessoas tiveram nota mil, a nota máxima na redação, conforme balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). Em Fernandópolis, duas estudantes chegaram bem perto dessa nota: Laura de Azevedo, que tirou 960 e Ana Luísa Torrisilha, que obteve a nota 920. O excelente desempenho das jovens poderá deixá-las mais próximas ao sonho de cursar Medicina em uma universidade federal.  Conheça um pouco mais sobre essas duas estudantes fernandopolenses que sabem muito bem o significado das palavras empenho, compromisso, esforço e dedicação.  Em entrevista ao “O Extra.net”, elas contam sobre a rotina de estudos e falam dos planos para o futuro.


O EXTRA: O que você achou da prova do ENEM este ano?

 LAURA: Já fiz a prova do ENEM várias vezes. A que achei mais difícil, foi quando estava no segundo colegial, eu tive certa dificuldade para a realização da prova por não ter aprendido todo o conteúdo que é exigido na avaliação. Achei que a prova mudou muito desde quando eu comecei a fazer, antes exigia bastante a interpretação do aluno, hoje é mais o conteúdo. Para alunos de escola pública, o nível estava complicado. Em relação à redação, eu já tinha feito o mesmo tema no cursinho, o que talvez me ajudou, mas ao mesmo tempo, dificultou, porque você fica tentando lembrar o que colocou na redação que já fez e acaba se desconcentrando. 

ANA LUÍSA: Já é o sétimo ano que presto o ENEM. Ao meu ver, a prova não é uma aplicação que visa avaliar os conhecimentos adquiridos, e sim de resistência, que requer bem mais que conhecimento. Todavia, ainda é a forma mais fácil de entrar em uma faculdade pública. Esse ano a prova estava mais conteudista, porém menos elaborada da, com questões confusas e muito longas. 


O EXTRA: Como é a sua rotina de estudo? 

LAURA: Eu estudava de 5 a 8 horas por dia em casa e mais 4 horas no cursinho, que era noturno.  Em casa, procurava aproveitar o tempo fazendo provas antigas que eu pegava na internet. 

ANA LUÍSA: Durante os dois primeiros anos, eu estudava o dia todo e ia para o cursinho à noite, dava um total de 8/10 horas de estudo, porém tive que começar a trabalhar para custear meus estudos, então há dois anos estudo só na parte da noite depois que chego do serviço. Quatro horas por dia exatamente! 


O EXTRA: O que te motivou a querer ser médica e em qual área deseja atuar? LAURA: Esse é um sonho que tenho desde quando era criança. Na verdade, meu objetivo é atuar em áreas carentes que necessitam da ajuda de um médico para atender a população. Em relação à área, ainda estou em dúvida, mas pretendo escolher cirurgia, neuro ou cardíaca. 

ANA LUÍSA: Meu sonho é cursar medicina, já consegui passar em algumas particulares, porém necessito de “fies” para custear o curso de valor altíssimo. Caso eu não consiga esse ano vou continuar estudando, pois não tenho segunda opção. Meu sonho é trabalhar em um hospital oncológico pediátrico e participar de algumas missões em comunidades carentes. 


O EXTRA: Além de muito estudo, quais outros aspectos, elementos, são importantes para alcançar bons resultados nos vestibulares? 

ANA LUÍSA: Além de estudar muito, se livrar da pressão é excepcional, depois que comecei a custear meus estudos, por exemplo, meu desempenho duplicou pois não me sentia em débito com meus pais. 


O EXTRA: É difícil abdicar de várias coisas para conseguir realizar esse sonho? 

LAURA: Sim, não é fácil, mas, como eu disse, ser médica é o que almejo desde pequena. Sei que não vai ser fácil porque vou ter que deixar muitas coisas de lado, como já estou tendo que deixar para correr atrás do meu sonho, mas com o apoio dos meus pais e amigos está sendo mais fácil. 


O EXTRA: Como você se sente em relação a muitos jovens da sua idade que já estão quase se formando?

 LAURA: Cada pessoa sabe o que é melhor para ela. Eu, particularmente, prefiro não me formar agora para trabalhar em algo que sempre quis no futuro, ao invés de fazer um curso que não quero ou que outras pessoas desejam que eu faça. Para fazer medicina tem que saber que realmente é difícil e requer muito tempo de estudo e eu estou consciente disso. Não existe milagre, existe estudo e dedicação. 


O EXTRA: O que você diria para quem, como você, também está buscando ótimos resultados para poder ingressar em uma boa universidade?

 ANA LUÍSA: Eu diria para não desistir, embora o caminho seja longo é cansativo creio que o prazer de atuar naquilo que você sonhou a vida toda é recompensador.




Dedicação e horas diárias de estudo levaram Ana Luísa e Laura a mais de 900 pontos na redação do ENEM




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