Talvez os sentimentos antagônicos mais decantados pela humanidade, desde as mais simples composições sertanejas até os mais rebuscados versos poéticos – o amor e o ódio –, objeto de reflexões filosóficas as mais variadas, também representam uma peculiar situação política/eleitoral que se desenrola bem às nossas vistas.

Pois ambos – o amor e o ódio - adequam-se na configuração da situação eleitoral envolvendo o deputado federal fernandopolense Fausto Pinato e o Partido Liberal (PL) nas três principais cidades da região: Votuporanga, Jales e Fernandópolis.

Senão vejamos:

- Em Votuporanga, Pinato (e seu partido, o PP) está no megabloco que apoia a recandidatura do atual prefeito Jorge Seba (PSD) e que reúne, dentre outros, o Podemos, o PSDB, o MDB, o Republicanos, o PSB e até o próprio PL, que indicou o candidato a vice-prefeito Luiz Torrinha. Ressaltando que aqui há composição de Fausto até com o também federal Luiz Carlos Motta, mandatário do PL na região e que, junto com Eduardo Bolsonaro (PL), emplacaram Torrinha em substituição ao atual vice-prefeito, Cabo Valter. Pinato, aliás, foi figura central na articulação que impediu a implosão do ‘Grupão’, que ensaiava uma cisão, até com eventual lançamento de Carlão Pignatari para concorrer com Seba.

- Em Jales, a situação se repete, com o PL e o deputado compartilhando interesses e esforços eleitorais na reeleição do Luiz Henrique. Pinato colocou o PP na coligação que apoia a recandidatura, tendo como parceiros o Podemos, o Republicanos, o PSDB/Cidadania, o PRD e, adivinhem, o PL. Neste caso, a vice atual Marynilda, indicada por Pinato, permanece na composição executiva, recebendo apoio do PL.

- Já na sua casa, em Fernandópolis, a situação é diametralmente oposta! Pinato e o Diretório Municipal do PL local seguem trilhos diversos e absolutamente antagônicos. Membros do primeiro escalão do partido expõem publicamente divergências com as ações de Fausto; por outro lado, o parlamentar, ostentando contrariedade com a conduta de diversos membros do partido, ressalta que tentou a pacificação política com o grupo, especialmente com algumas lideranças com as quais nutre maior proximidade histórica. E, nessa somatória de “amor e ódio”, “tapas e beijos”, ambos concorrem árdua e separadamente com seus tutelados: Rodrigo Ortunho pelos lados de Pinato e João Paulo Cantarella pelos idos do PL.

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