OPINIÃO

Crônica: Mais forte que a dor - Como o amor sobreviveu ao nazismo

Crônica: Mais forte que a dor - Como o amor sobreviveu ao nazismo

Leia também: O atual momento histórico - Parte II - Por: Pietro Ubaldi

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Publicada há 1 dia

MINUTINHO

O atual momento histórico - Parte II

Por: Pietro Ubaldi

Embora a ciência e o progresso tenham caminhado, a dor, se não cresceu, pelo menos não diminuiu.

A espantosa irracionalidade do racionalismo moderno não alcançou esta verdade elementar: opressão, extorsão, violência, são forças negativas que por isso se destroem e jamais poderão construir, porque essa função construtiva só se pode encontrar nas forças positivas, que são a convicção, a colaboração, a confiança.

O racionalismo não compreendeu que o materialismo é um impulso negativo que tende à destruição de tudo, inclusive de quem o pratica. É verdade que ele acredita poder prescindir da alma, como o negar-lhe a existência. Mas o homem permanece um ser com alma. Ele não é um número, uma máquina de produção, um cálculo econômico. É um ser humano. As construções do racionalismo moderno são construções contra as quais a vida se rebela. E a vida esfrangalha tudo que lhe constitua obstáculo. Certas leis que representam o pensamento e a vontade de Deus não podem ser plasmadas por nenhum poder humano.

É necessário que o espiritualista veja todos os aspectos da vida e não se limite à repetição estereotipada das fórmulas da sua religião ou grupo, quaisquer sejam elas. Existem hoje males gigantescos nesta nossa época convulsionada; são problemas formidáveis mas eles já foram denunciados, sentidos, investigados, e enfrentados com vigor e nova fé. O materialismo é um assalto que invade toda a nossa vida, opondo-se às forças do espírito. Mas esse assalto serve justamente para despertá-los e desenvolvê-los. Os dois movimentos, pois, da autodestruição do materialismo e da reação do espirito, concorrem para a mesma meta.

Não se aflijam os bons, porque são os mais fortes. Jamais nasce tanta fé como nos tempos de descrença e tantos mártires e heróis se formam como sob a opressão.

CRÔNICA

Mais forte que a dor

Por: Redação do Momento Espírita

Os tempos eram da Segunda Guerra Mundial. Quando as tropas alemãs adentraram a capital francesa, ele temeu pela sua e pela vida da filha, deficiente visual.

Conseguiu evadir-se de Paris e, depois de muitas peripécias, chegou à casa de seu irmão, na cidade litorânea de Saint-Malo.

Surpreendeu-se ao saber que ele era membro da resistência na cidade. Os participantes estavam no porto, no comércio de peixes, na padaria, no açougue.

Aquele pai atencioso, desde cedo ensinara a menina a ser independente. Andava com tal desenvoltura em Paris que poucos poderiam imaginar que ela não contava com os olhos para auxiliá-la.

Não foi diferente na nova residência. Logo, ela aprendeu a se deslocar, alcançando vários destinos.

Sabendo manusear o rádio, ela passou a fazer transmissões, que pareciam muito inocentes, sem nexo, por vezes.

Toda noite, ela lia capítulos específicos do livro Vinte mil léguas submarinas, de Julio Verne. Cada transmissão era de um capítulo diferente, determinadas páginas.

Tratava-se de códigos que informavam a localização das tropas alemãs ou de alvos estratégicos a serem atingidos.

Não demorou muito para que os alemães desconfiassem que havia uma transmissão clandestina e se esmeraram para descobri-la.

Os que eram surpreendidos, mesmo somente ouvindo uma transmissão, qualquer que fosse, tinham como prêmio a morte.

Um oficial alemão tomou para si esse trabalho. Uma questão de honra encontrar quem, naquele local fortificado que era Saint-Malo, estava transmitindo aos aliados informações privilegiadas.

Ouviu falar da menina que viera de Paris, que se escondia em algum dos imóveis e fazia as transmissões.

Decidido, moveu céus e terra até conseguir aprisionar o pai da garota. Desejava que ele informasse a localização da filha.

E o desafiou, dizendo: Aposto que a dor é mais forte do que o seu amor, seja por sua filha, ou por sua pátria. Eu vou lhe provar isso. Tenho tempo. E paciência.

Durante horas, torturou aquele homem das mais variadas formas. Contudo, ele nada revelou.

Em certo momento, antes que as energias vitais se esgotassem, levando-o à morte, afirmou o prisioneiro: Nada é mais forte do que o amor.

O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.

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