Por Diário da Região
O principal suspeito de estuprar e matar Simone Moura Facini Lopes, que fazia trabalho religioso voluntário e pertencia à Igreja Adventista do Sétimo, já cumpriu pena pelo estupro de duas mulheres e de uma criança. Os casos aconteceram nas cidades do Rio de Janeiro, Cruzeiro e Caçapava (estas duas últimas no interior de São Paulo) nos anos de 1995 e 1998.
Simone, 31 anos, foi morta a golpes de marreta, após ser amordaçada e estuprada na noite de domingo, dia 12, em uma chácara, no Jardim Planalto, em Rio Preto. A mulher, casada e mãe de um garoto de 12 anos, tentava converter o ex-detento, de 64 anos de idade, dando aulas de alfabetização a ele por meio de textos bíblicos. Na casa onde o crime aconteceu moravam Francisco Lopes Ferreira (principal suspeito, segundo a polícia) e outro ex-presidiário, de 47 anos, que também cumpriu pena por estupro.
No dia do assassinato, a vítima foi vista chegando à chácara por volta das 11h. E foi encontrada morta às 22h. Os peritos estimam que a morte dela, a golpes de marreta, deve ter ocorrido quatro horas antes. O idoso cumpriu as penas pelos três estupros no Centro de Detenção de São Paulo e na Penitenciária de Avaré. Como os estupradores correm o risco de serem mortos por outros detentos, os dois ficaram presos no “seguro”, termo usado para celas especiais onde ficam os autores de crimes sexuais.
O delegado que investiga o caso, Alceu Lima de Oliveira Junior, da DIG, afirma que o suspeito está em liberdade desde 2014. "O que ainda não sabemos é por que ele se mudou para Rio Preto. Provavelmente a convite do seu antigo colega de cela, que é o caseiro da chácara onde a vítima foi morta" diz o delegado.
Imagem encontrada no quarto do suspeito trazia, no verso, um bilhete direcionado à vítima
Frase escrita no verso da mesma foto por Francisco, segundo a Polícia Civil
Dedicatória na foto
Um dos principais indícios contra idoso, segundo a polícia, é uma dedicatória que teria sido escrita por ele atrás de uma foto de Simone. A imagem foi encontrada no quarto do suspeito pelos investigadores da DIG. No texto, Francisco escreve: “Amo ela. Gosto dela. Eu gosto da Simone. A Simone é muito boa. Eu amo muito Simone”.
“A fotografia é datada de 10 de março de 2017, dois dias antes de a vítima ser encontrada morta na chácara. O que parece é que ele nutria desejos pela mulher”, diz o delegado. Para Alceu, enquanto Simone encarava a relação com Francisco como mais um aluno de alfabetização, o suspeito via a convivência com a moça como sinal de interesse por ele.
Como o suspeito teve apenas um ano de alfabetização, há dúvidas de que ele soubesse escrever sozinho o bilhete. Uma das teorias é de que o ex-detento já sabia escrever, mas fingia ser analfabeto para virar aluno de Simone. Caso fique comprovado que o ex-detento cometeu o crime, ele vai responder por crime hediondo, podendo pegar pena máxima de 30 anos de prisão.