OPINIÃO
Deputado “amigo” de André do Botiquin e de Cantarella não será mais expulso do PL
Deputado “amigo” de André do Botiquin e de Cantarella não será mais expulso do PL
Rodrigues havia sido sancionado pelo partido por elogiar Moraes e criticar EUA
Rodrigues havia sido sancionado pelo partido por elogiar Moraes e criticar EUA
Que reviravolta!
Em tempos de radicalização e discursos inflamados, o episódio envolvendo o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL) revela muito mais do que uma simples mudança de decisão partidária. Mostra, sobretudo, como a coerência política segue sendo artigo raro no país.
Após anunciar com pompa a expulsão “definitiva” de Rodrigues por elogiar o ministro Alexandre de Moraes e criticar as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, a direção nacional do PL voltou atrás.
O que antes era tratado como “ato imperdoável” agora passou a ser classificado como mero exercício de liberdade de expressão. No fim das contas, o parlamentar não apenas manteve sua filiação como recebeu apenas uma advertência formal.
A guinada foi confirmada pelo próprio presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, que, à época da polêmica, havia tachado as falas de Rodrigues como “ignorância sem tamanho”, especialmente por envolver críticas ao ex-presidente americano Donald Trump. Curiosamente, o mesmo discurso que teria selado o destino do deputado agora não parece ter mais gravidade suficiente para excluí-lo.
Amigão
Em Fernandópolis, atualmente seu capital político é ainda mais visível. Amigo próximo do prefeito João Paulo Cantarella (PL) e aliado do vereador André do Botiquin (PL), Rodrigues já demonstrou influência ao patrocinar transporte gratuito para a Expo 2025, viabilizar audiência do prefeito com o ministro da Saúde e destinar milhões em emendas parlamentares para o município. Foi o primeiro nome de envergadura nacional a visitar o alcaide e o vice Marcos Mazeti logo na segunda semana de governo.
Trajetória política
Rodrigues não é um nome qualquer. Político com longa trajetória, é filiado ao PL desde 1999. Foi vereador em São Paulo por três mandatos e exerce atualmente seu primeiro mandato como deputado federal. Ele também ocupa uma das suplências na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Foi ministro dos Transportes durante o segundo governo de Dilma Rousseff. Também foi senador da República pelo Estado de São Paulo entre 2012 e 2014.
Por: Beto Iquegami
O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.