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Ser pai e mãe ao mesmo tempo: um grande desafio de amor e responsabilidade
Ser pai e mãe ao mesmo tempo: um grande desafio de amor e responsabilidade
O músico Ronaldo Thomé fala sobre os esforços para criar a filha sem a presença da mãe
O músico Ronaldo Thomé fala sobre os esforços para criar a filha sem a presença da mãe
Por Lívia Caldeira
A educação dos filhos em si já é um grande desafio. Mas quando se exerce a dupla função de pai e mãe ao mesmo tempo é ainda mais desafiante, significa não ter alguém no cotidiano com quem se possa dividir as responsabilidades e os papéis tradicionais que o pai e a mãe exercem dentro de uma família. O músico Ronaldo Thomé, conhecido como “Ronaldinho”, sabe muito bem das dificuldades em ser “pãe” (junção das palavras pai e mãe). Há sete anos, após a morte de sua esposa, ele se viu na difícil tarefa de cuidar sozinho da filha de apenas 2 anos, Laura Janis. “Minha esposa era insubstituível para nós dois, mas tive que ser forte e continuar a luta com minha filha sem a sua presença”, lembra. Hoje, Ronaldo e Laura, que está com oito anos, são inseparáveis e, para ele, educar a filha é, sim, uma grande responsabilidade que demanda muita disposição de aprender e dar. “É como ser o Batman levando uma surra todo dia, a gente cai e levanta mais forte, aprendo sempre com ela”, brinca. Em comemoração ao Dia dos Pais, que será celebrado neste domingo (13), “Ronaldinho” contou à Reportagem de “O Extra.net” sobre as dificuldades e alegria de ter seus esforços recompensados pelo amor da filha.
O EXTRA: Você se considera um "pãe" ao mesmo tempo? Por quê?
RONALDO: Sim, me considero. Quando ela era mais novinha, com um aninho até seus três ou quatro aninhos, acho que fui mais mãe. Porque éramos só eu e ela, então era desde dar banho, trocar fraldas, ficar sem dormir noites e noites, dar leite e vitaminas, comida, primeiros passos, a fase dos dentinhos, primeiro dia no jardim, depois veio o primeiro dia de colégio e etc... Já atualmente acredito que sou bem mais pai do que “pãe” mesmo. Ela já esta pra completar 9 anos. Mas se considerar toda rotina de tarefas de casa e cotidiano com minha filha, posso dizer que sempre serei "pãe". (risos)
O EXTRA: Como é a relação com a sua filha?
RONALDO: Nossa relação de pai e filha é ótima. Ela é muito educada e sempre usamos a boa conversa e bons exemplos ao invés de rigidez de minha parte e castigos. Assim se torna recíproco, procuro ser doce e compreensivo com ela e ela é para comigo. Quero que ela sempre tenha segurança e liberdade para confiar em mim e ter em mim um porto seguro.
O EXTRA: Quais as maiores dificuldades em cuidar de um filho sozinho?
RONALDO: As únicas dificuldades que encontrei foram no começo. Com a perda de minha esposa tive que superar muitas coisas. Mesmo doente minha esposa era insubstituível, ela era tudo pra nós dois. Continuei a luta com minha filha. Claro que no começo contei muito com a ajuda de meus pais, principalmente de minha mãe, que e até hoje me ajuda. Eu e minha filha somos muitos unidos e inseparáveis. Como sou músico e exerço esta profissão já há mais de 10 anos, trabalho nos finais de semana e sempre viajo à tarde, então durante a semana estamos sempre juntos, e faço todas as funções de casa, como lavar, passar, cozinhar, além das funções de pai: levar e buscar da escola, ajudar com os devores do colégio, passear, conversar, brincar, contar historinhas para dormir.
O EXTRA: Você se considera uma pessoa melhor depois dessa experiência?
RONALDO: Sim, muito! E a cada dia posso dizer que aprendo mais uma proeza e considero tudo muito sadio e uma dádiva.
O EXTRA: Como você explica para a sua filha a ausência da mãe? Qual a reação dela?
RONALDO: No começo foi muito doloroso e difícil, creio que eu sofri mais, mas nunca deixei transparecer isso pra minha filha. Na verdade, ambos sofremos muito. Mas somos muito queridos por nossas famílias. E minha filha era muito novinha ainda, iria completar 2 aninhos e hoje já está com quase 9 anos. Por isso, ela tem poucas lembranças da mãe em sua mente. Mas ela ainda guarda a essência em seu coração e reconhece e recorda sim, os cuidados, o primeiro toque e amor da mãe. Se tem uma coisa que eu e ninguém no mundo substitui é o primeiro toque e calor da mãe. E ela sabe que teve uma mãe maravilhosa e guerreira que a gerou e participou de seus primeiros meses de vida e primeiro aniversário de um aninho. E explico que hoje ela tem uma mãe no céu. Não sei descrever reação de minha filha quando tocamos no assunto, mas posso dizer com muita certeza que vejo nos olhos dela uma sensação de gratidão e orgulho de nossa história. Nunca foi uma reação de tristeza e de inconformada, pois sempre prezei em ensinar a minha filha o que meus pais sempre prezaram a mim e meus irmãos, que é a existência de um DEUS bom que não castiga, devemos ser verdadeiros sempre, simples, animados e gratos.
O EXTRA: Você acredita que sua filha, mesmo quando ainda bebê, te ajudou a superar momentos difíceis pelos quais você passou?
RONALDO: Sim, pois eu tive que ter forças para transmitir e projetar a força. Acredito que somos inspiração e exemplo a nossos filhos desde que já abrem os olhos quando nascem e olham para nós.
O EXTRA: O que sua filha representa para você?
RONALDO: Fonte de luz, amor verdadeiro, a pureza do amor de Deus e meu foco.
O EXTRA: O que você espera para o futuro dela?
RONALDO: Espero que o futuro dela seja repleto de humildade e simplicidade, para que ela saiba interpretar os dons que vão florescer e assim exercer sua profissão com ânimo e amor, assim como exerço a minha profissão e da mesma a criei, cuido e cuidarei sempre com orgulho. Que ela seja muito feliz, realize todos os seus sonhos sem medida e seja exemplo de superação. E que dê valor a tudo que passamos de difícil na vida sem fazer o mal a ninguém.
Eu quero que ela seja livre com sabedoria e caráter.