SER DIFERENTE

Círculo Down: uma associação de pais pra lá de especial

Círculo Down: uma associação de pais pra lá de especial

Publicada há 6 anos



Por Lívia Caldeira


Há quase um ano, alguns pais de crianças portadoras da síndrome de Down resolveram criar um grupo em um aplicativo de mensagens com o propósito de trocar experiências. Hoje, após vários meses, esse grupo de “WhatsApp” se tornou uma verdadeira associação: o Círculo Down, que conta atualmente com a participação de pais e familiares de crianças downs de Fernandópolis e região, e o apoio voluntário de profissionais da área.  De acordo com Luis Carlos Caldeira, um dos idealizadores do projeto, apesar dos avanços da sociedade em relação à inclusão de pessoas com deficiência, ainda é preciso lutar para a plena inserção desses indivíduos dentro da sociedade. “Um dos principais objetivos é justamente exercer a nossa cidadania, reivindicar direitos básicos fundamentais e derrubar a barreira do preconceito, que já vem melhorando a cada dia”, explica. Inclusão, ingresso no ensino fundamental, direitos previstos na lei, limitações físicas e intelectuais e dicas de criação dos filhos são alguns dos temas debatidos durante os encontros, que acontecem uma vez ao mês. Para a veterinária Mayra Lima, integrante da associação, o Círculo Down é mais que um simples grupo de pais. “É como se fosse a nossa segunda família, é onde encontramos compreensão e apoio recíproco, existe uma união e colaboração muito grande entre todos, principalmente entre os pequenos que, certamente, continuarão a amizade na fase adulta", conta.


ACOLHIMENTO




Todo pai e toda mãe deseja ter um filho sem nenhuma deficiência. Antes mesmo de engravidar, é comum imaginarem como será o novo membro da família, conversam sobre possíveis características físicas e psicológicas. Mas, quando o “bebê real” é muito diferente do “bebê imaginário” vários sentimentos podem ocupar a mente e o coração do casal: o medo, a raiva, a culpa, a incompreensão, o desespero, a ansiedade... Um dos principais objetivos do Círculo Down é justamente proporcionar o acolhimento de pais que constataram que o filho será portador da síndrome, facilitando esse processo de aceitação. Mayra explica que ser tutor de um ser com tantas impossibilidades, a princípio, é uma aventura. “É uma luta contínua, é conviver com a intolerância, com o preconceito, com a escola, com o poder público, com a própria família, mas sempre buscando desmistificar o que é a deficiência. É uma caminhada árdua, mas muito recompensadora e gratificante e é isso que queremos mostras aos futuros pais de crianças especiais”, finaliza.

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