Em Mateus 5:37 está escrito:“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.”
Constantemente eu me utilizava deste versículo em meu cotidiano clínico com meus pacientes, no entanto, fui saber que se trata de uma passagem da Bíblia apenas recentemente. Portanto, hoje, decidi abordar este tema que é tão importante para o nosso encontro com o entusiasmo que sempre buscamos em nossa vida.
Quando abordo a expressão “Sim, Sim. Não, Não.” com meus pacientes, me refiro a nos comprometermos com a responsabilidade acerca de nossas falas e ações. É muito comum que eu encontre pessoas em sofrimento apenas devido a estarem em contradição entre o que dizem e o que fazem. Eu vejo, constantemente, que algumas pessoas dizem SIM quando querem dizer NÃO ou dizem NÃO quando querem dizer SIM. Vejo também pessoas fazendo coisas que, lá no fundo do seu coração, não gostariam de fazer ou deixando de fazer coisas que, lá no fundo do mesmo coração, gostariam muito de fazer. Isso é o que nos gera grande sofrimento. E por que fazem isso? Porque estamos rodeados de exigências sociais que nos trazem a ideia de que precisamos ser ou fazer determinadas coisas para sermos amados. Ou que devemos deixar de ser ou fazer certas coisas, do contrário, seremos rejeitados.
Quando enviamos a todas as nossas células a informação de que, o que somos não é o ideal para sermos aceitos, acolhidos e amados, tendemos a acreditar que precisamos compensar isso. E o que fazemos com essa informação? Tudo aquilo que pensamos e fazemos que, certa vez, alguém a quem desejamos que nos ame nos disse (ou nós mesmos nos dissemos), que é feio, errado, inadequado, imprudente, imperfeito, etc. arquivamos em nossa memória o comando de que aquilo nunca mais deve ser mostrado a ninguém, nem a nós mesmos. Sendo assim, parte da nossa essência fica escondida, oculta, obscura, vai para as sombras de um calabouço interno, no qual, nunca mais mexemos para não corrermos o risco de alguém descobrir nossas sombras mais detestáveis.
Carl Gustav Jung, psicólogo, disse, certa vez que: “O que negas, te submete. O que aceitas, te transforma.” Ou seja, aquilo que não assumimos, acaba tomando conta de nós, mesmo sem que a gente perceba. Por quê? Porque está oculto e não enxergamos. Por isso,é importantíssimo termos conhecimento daquilo que está dentro de nós para que saibamos os motivos de estarmos onde estamos, vivendo o que estamos vivendo, rodeados das pessoas as quais nos rodeiam. Enfim, nosso mundo lá fora, apenas reflete o que temos dentro de nós.
Comece trazendo harmonia e equilíbrio entre o que você tem dentro de você, seja um SIM ou um NÃO, e iguale isso com o que você expressa externamente, esta atitude fará grandes mudanças em sua vida. Fazer uma limpeza nos seus calabouços interiores trará luz a aspectos pessoais que precisam ser observados e trará aquilo que mais te possibilita ser feliz: AUTENTICIDADE e ESPONTANEIDADE. Quando não há contradição, não há sofrimento.