Da Redação
Em cinco anos, 2 mil pessoas morreram por diabetes na região, de acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus). O número assusta, mas ainda não inclui as mortes por complicações causadas pela doença, como insuficiência renal, infarto e doenças isquêmicas do coração. Nesta quinta-feira, 14, é considerado o Dia Mundial do Diabetes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que uma a cada 11 pessoas tenha diabetes - em Rio Preto, seriam 41,4 mil dos 460 mil habitantes. Apenas a Secretaria Municipal de Saúde possui 28.372 pacientes cadastrados na Linha de Cuidado da Diabetes Mellitus.
De acordo com Antônio Carlos Pires, chefe da disciplina de Endocrinologia da Famerp e médico do Hospital de Base, de 80% a 85% dos casos de diabetes são do tipo dois, na maioria do tempo assintomático. A doença é caracterizada pela produção insuficiente de insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose (açúcar) no sangue. "O grande medo nosso são as complicações. De forma geral, o alvo da glicose alta são os vasos sanguíneos, artérias de médio e grande calibre", explica.
Segundo o médico, a diabetes é a principal causa de cegueira e insuficiência renal crônica, além de, no Brasil, ser a maior responsável por amputações dos membros inferiores ou parte deles, superando os acidentes envolvendo motocicletas. "Infarto agudo do miocárdio ou doença cardiovascular são duas vezes e meia mais comuns em indivíduos com diabetes", pontua Pires. De acordo com o médico, o tratamento tem dois objetivos. "Um é manter a glicose normal para se sentir melhor, mas fundamentalmente prevenir complicações."
A insuficiência renal leva o paciente a ficar dependente de diálise. O diabetes ataca os rins porque o alto nível de açúcar faz com que os órgãos filtrem muito sangue, sobrecarregando-os e fazendo com que moléculas de proteína sejam perdidas na urina.
Fátima Aparecida Espinete, cozinheira de 50 anos, toma seis comprimidos por dia para controlar o diabetes. "Se eu jantar, ela amanhece lá em cima. Eu não janto, quando janto é salada, bife grelhado e legumes", conta ela, que evita comer guloseimas, mesmo as que faz em casa, e tem medo das complicações da doença. "Meu pai morreu de diabetes. Subiu muito, ele entrou em coma e não voltou mais. Fico preocupada porque é perigoso. Meço pelo menos uma vez por semana e de seis em seis meses vou ao médico para ver como está e ele exige um check-up", relata.
O controle da doença pode ser feito com uso de medicamentos e também de insulina, nos casos mais graves. Uma alimentação equilibrada, evitando alimentos ricos em glicose, é importante para manter os níveis seguros. Atividades físicas também auxiliam no controle da doença.
Segundo Pires, a melhor maneira de prevenir o diabetes tipo dois, principalmente para quem tem histórico familiar, é reduzir o peso em 10% e realizar 150 minutos de atividade física de intensidade leve a moderada por semana. "Reduz em 58% a chance de evoluir para diabetes", afirma. Já o tipo um é autoimune, ou seja, não existe prevenção.
Diabetes
Entre 2013 e 2017 2 mil pessoas morreram por diabetes em Rio Preto. Outras 3.922 faleceram por infarto, uma das complicações do diabetes, e outras 656 por insuficiência renal. Houve ainda 1.143 vítimas de doenças isquêmicas do coração, outra das complicações do diabetes
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Fonte: Diário da Região