MONSTROS DO RIO

Pirarucus invadem rios da região e podem causar desequilíbrio ecológico

Pirarucus invadem rios da região e podem causar desequilíbrio ecológico

Cada vez mais têm surgido relatos de grandes exemplares da espécie sendo fisgados em rio da região

Cada vez mais têm surgido relatos de grandes exemplares da espécie sendo fisgados em rio da região

Publicada há 4 anos



Pescador José Brás: peixe de 70 quilos e 2 metros 

No quarta-feira, 27, chegou pela segunda vez na semana, na redação de O Extra.net, a imagem de um grande exemplar de pirarucu fisgado na região. O autor da pescaria desta vez foi José Brás, que pegou um peixe de 70 quilos e 2 metros de altura. A façanha foi realizada em um dos bicos do rio Grande, próximo a prainha de Mira Estrela.

Na terça-feira, 19, um pirarucu de 112 quilos foi fisgado pelo pizzaiolo identificado como Lúcio. Nesta semana, na segunda-feira, 28, Gonçalo Silva, pescador profissional de Mira Estrela, pegou um peixe pesando 78 quilos.

A sequência de grandes exemplares de pirarucu fisgados na região não deve parar tão cedo. Com o origem na região Norte do país, especialmente no rio Amazonas, a aparição de dessa espécie de maneira ostensiva em águas da região noroeste do Estado de São Paulo  tem sido relatada desde 2014, quando os primeiros grandes exemplares foram capturados.

NOVIDADE NO RIO GRANDE
 O surgimento da espécie na região ainda é uma incógnita. Se por um lado muita gente atribui o seu aparecimento por algum criadouro próximo que se rompeu, de maneira oficial o Instituto da Pesca do Estado de São Paulo diz ser difícil determinar como eles surgiram. "Seguramente não foram processos naturais, mas a forma de introdução não está clara. Não há notícias de criadores profissionais da espécie na região, difícil determinar como ocorreu", disse o instituto através de sua assessoria de imprensa.

Por estar nos rios da região por um tempo relativamente pequeno, ainda não há estudos que comprovem se a espécie tem causado impactos ambientais. O que se sabe é que o potencial para que isso ocorra é significativamente alto, devido a sua dieta e o perfil dos peixes que habitam os rios da região.

Ainda de acordo com o Instituto da Pesca, depois da conclusão de alguns estudos sobre o surgimento da espécie no Estado, algumas ações devem ser tomadas. "Assim que as ações de monitoramento forem realizadas e tiver sido comprovada a manutenção desta espécie no recurso hídrico, medidas de gestão serão estabelecidas pelas Secretarias de Governo".

PESCA LIBERADA
 Por ser uma espécie considerada exótica na região, a pesca do pirarucu é liberada durante o período da piracema, desde que seguidas algumas normas. Só pode ser realizada com linha de mão ou molinete e limitada a uma unidade. Pesca subaquática, com arpões e outros apetrechos são proibidas.

SOBRE O PIRARUCU
 Maior peixe de água doce do Brasil, e um dos maiores do mundo, um exemplar de pirarucu pode chegar aos 3 metros de cumprimento e pesar até 250 quilos. Em geral ele habita águas represadas e calmas, o que facilita suas subidas na superfície d'água para respirar a cada 20 minutos.

Para se instalar em São Paulo foi preciso que houvesse uma adaptação relativa à temperatura da água. Nos rios da Bacia Amazônica a temperatura fica entre 24 e 37ºC, consideravelmente mais quente que as águas da região. Essa adaptabilidade foi um fator fundamental para que ele se reproduzisse nesta região.

Pirarucus são peixes carnívoros, que se alimentam de outras espécies como a tilápia, e de animais como tartarugas, caramujos, cobras, gafanhotos e pequenas plantas.

Somente nas duas últimas semanas imagens de três grandes exemplares de pirarucu chegaram na redação de O Extra.net

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