SAÚDE

Região de Rio Preto tem quatro casos suspeitos de coronavírus

Região de Rio Preto tem quatro casos suspeitos de coronavírus

Secretaria de Estado da Saúde investiga se dois moradores de Rio Preto e dois de Barretos têm coronavírus

Secretaria de Estado da Saúde investiga se dois moradores de Rio Preto e dois de Barretos têm coronavírus

Publicada há 4 anos

Da Redação

A região está com quatro casos suspeitos de coronavírus em investigação. Até a tarde desta terça-feira, 3, havia dois casos sendo monitorados em Rio Preto e dois em Barretos, todos notificados na sexta-feira, 27.

Em Rio Preto, as pacientes estão em isolamento e com estado de saúde bom. Segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica de Rio Preto, ambas apresentaram sintomas leves. Uma tem 25 anos e histórico de viagem à França. Ela apresentou os primeiros sintomas, inclusive uma febre baixa, em 22 de fevereiro, ainda na Europa, e chegou ao Brasil no último dia 24.

A segunda chegou do Japão no dia 11 de fevereiro e apresentou os primeiros sintomas de resfriado no dia 26. Ela reside em Rio Preto e passou alguns dias na casa dos pais, em Catanduva, mas voltou para sua moradia de carro.

De ambas, foram colhidas amostras de fluidos respiratórios para envio ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, referência para os testes. A entidade estava com prazo de 72 horas para divulgação dos resultados, mas ele pode ser estendido por causa da grande demanda.

Em Barretos, as pacientes em monitoramento também são duas mulheres. Uma tem 43 anos e foi atendida em um posto de saúde do município e a outra tem 28 anos e recebeu auxílio médico na Santa Casa. Nenhuma delas tem histórico recente de viagem internacional, porém a primeira teve contato com um parente que veio do Japão, e, a segunda, com uma amiga que veio da Itália - tanto os dois países como a França, de onde veio uma das pacientes de Rio Preto, têm atualmente transmissão de coronavírus.

De acordo com Andreia Negri Reis, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Rio Preto, ainda não há estudos que comprovem por quanto tempo um contaminado pode transmitir o vírus. "O suspeito fica no isolamento. Ele tem que ficar no seu domicílio, não sair para fazer nada, e o ideal é que durma em quarto separado e tenha um banheiro separado", explica.

Quando o paciente deixa seu cômodo para conviver com outros familiares, deve evitar tocar na boca e no nariz e nas superfícies, além de permanecer de máscara. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não restringe a movimentação de quem vive com o paciente em isolamento. O modo domiciliar é adotado quando a pessoa está bem - desta forma, diminui o número de indivíduos com quem ela teria contato se estivesse em um hospital, minimizando as chances de transmissão.

Ainda conforme a enfermeira, no Brasil não foi adotada a conduta de deixar em quarentena pessoas que tiveram contato com quem está com suspeita de coronavírus. Somente os indivíduos sintomáticos são isolados. "(O País) adotou monitorar os contatos, mesmo com suspeitos. Se o contactante apresentar sintomas, ele é considerado suspeito". O tempo de monitoramento de quem teve contato com suspeito, conforme a OMS, é de 14 dias, que é o tempo médio máximo em que os sintomas costumam aparecer.

A Secretaria de Estado de Saúde não atualizou nesta terça-feira, 3, a lista de cidades com casos suspeitos, informando apenas que são 130 ainda em análise e 104 já descartados. O Diário confirmou sobre os monitoramentos junto às prefeituras de Barretos e Rio Preto - na maior cidade, um caso de coronavírus já foi descartado por exames, que mostraram que o homem de 38 anos que chegou em 23 de fevereiro da Itália tinha um resfriado comum.

ISOLAMENTO DOMICILIAR

Como funciona

- Quem tem sintomas leves e não possui fatores que podem complicar a doença, como problemas de coração ou pulmão e insuficiência renal, pode ficar em isolamento domiciliar
- Uma equipe da saúde deve realizar uma avaliação para verificar se o ambiente residencial é adequado para os cuidados e se o paciente e a família são capazes de seguir as recomendações
- O paciente com sintomas deve permanecer em um quarto individual bem ventilado, com janelas e uma porta aberta
- Ele deve se movimentar pouco em casa
- Ambientes compartilhados, como cozinha e banheiro, devem ser bem ventilados
- As roupas de cama e utensílios domésticos do paciente (prato, garfo, faca, colher, copo) devem ser reservados somente para seu uso
- Os membros da família devem ficar em um cômodo diferente do paciente. Se não for possível, a distância entre eles e o paciente deve ser no mínimo de um metro
- O cuidador deve ser, de preferência, uma pessoa em boas condições de saúde
- Sempre que possível, o paciente deve usar máscaras. Se isso for inviável, a boca e o nariz devem ser cobertos com um lenço de papel sempre ao tossir e espirrar
- Ao entrar em contato com fluidos corporais, é preciso utilizar máscaras e luvas
- Ao realizar qualquer contato com o paciente ou com o ambiente onde ele está, as mãos devem ser higienizadas. Superfícies usadas frequentemente e o banheiro devem ser desinfetados todos os dias, também com a pessoa usando luvas e avental
- O ideal é utilizar toalhas descartáveis para secar as mãos. Se não for possível, as de pano devem ser substituídas quando estiverem molhadas
- Visitantes não são permitidos até que o paciente esteja sem sintomas
- Quem tiver contato com pacientes com suspeita de coronavírus deve monitorar a saúde por 14 dias, contados a partir do contato

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS)

BRASIL MONITORA 488 CASOS SUSPEITOS
O Brasil está monitorando 488 casos suspeitos de coronavírus, com base em dados repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Ministério da Saúde.

O Centro de Contingência do Coronavírus, criado pelo governo do Estado de São Paulo, anunciou também nesta terça, quando ocorreu a primeira reunião formal do grupo de experts, incluindo o Hospital de Base de Rio Preto, o lançamento de uma rede de pesquisas clínicas e multicêntricas para prevenção e tratamento do coronavírus.

A ideia é estabelecer protocolos para diagnóstico, assistência e para o desenvolvimento de medicamentos e de uma possível vacina eficaz contra a doença.

Conforme os dois casos confirmados, ainda não há transmissão estabelecida no Brasil e as ocorrências são tratadas como importadas - ambos os pacientes com a doença diagnosticada, dois homens com idades de 61 e 32 anos, têm histórico de viagem à Itália. Eles vivem em São Paulo e passaram por atendimento no Hospital Israelita Albert Einstein.

O Ministério da Saúde vai incluir até quarta-feira, 4, novos países na lista de alerta para casos suspeitos do novo coronavírus, incluindo os Estados Unidos, informou o secretário-executivo João Gabbardo dos Reis.

Com isso, segundo ele, aproximadamente 30 países estarão na lista. Se enquadram em casos suspeitos as pessoas que regressam desses países e apresentam febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar. Em função da ampliação, a pasta destacou que, a partir de agora, a preocupação do ministério é mais direcionada à prevenção e assistência, e menos às estatísticas.


Fonte: Diário da Região

últimas