PANDEMIA

Trabalho de prevenção feito por Prefeitura e Santa Casa permite flexibilização da quarentena em Fernandópolis

Trabalho de prevenção feito por Prefeitura e Santa Casa permite flexibilização da quarentena em Fernandópolis

Estatísticas aferidas no município seguem, por hora, recomendação do MPF para flexibilização de regras

Estatísticas aferidas no município seguem, por hora, recomendação do MPF para flexibilização de regras

Publicada há 4 anos

Gustavo Jesus

A prorrogação do período de quarentena, estendido no estado de São Paulo até o dia 22 de abril, foi o estopim para que os movimentos pela reabertura do comércio ganhassem força e o apoio de parte da população.

Amparados pelo Decreto estadual, prefeitos de todo o estado se viram impedidos de promover mudanças que pudessem reativar a atividade econômica.

Devido à complexidade que um país do tamanho do Brasil representa, no sábado, 11, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal, uma nota técnica destacando a necessidade de amparo técnico para que os gestores possam flexibilizar as medidas de distanciamento social.

Segundo o documento, que serve de base para unidades do Ministério Público de todo o país, a transição das regras de quarentena está condicionada à garantia de que o sistema de saúde pública consiga atender ao pico da demanda, conforme critérios do Ministério da Saúde.

Qualquer medida nesse sentido só pode ser tomada se houver "respiradores suficientes, EPIs para os trabalhadores da área da saúde (como gorro, óculos, máscara, luvas e álcool gel), recursos humanos para o manejo de cuidados básicos e avançados de pacientes da Covid-19, leitos de UTI e de internação, bem como testes laboratoriais para o diagnóstico dos pacientes".

Considerando o quadro apresentado pela Procuradoria, Fernandópolis, e em especial a microrregião, que são os municípios dependentes da Santa Casa local, está numa posição confortável para pensar em uma estratégia de isolamento social menos agressiva.

Os 13 municípios que compreendem a microrregião têm até essa quarta-feira, 15, apenas sete casos confirmados de coronavírus. Isso significa uma razão de 59,8 casos por milhão de habitantes.

O número é quase a metade do registrado no Brasil, que é 111 casos para cada milhão de habitantes e praticamente nove vezes menos do que o aferido no estado de São Paulo – 518 casos por milhão.

O Ministério da Saúde considera em estado grave localidades que atinjam algo em torno de 160 casos para cada milhão de habitantes.

Para considerar uma localidade em emergência devido à pandemia, o Ministério da Saúde também considera o número de leitos em hospitais e sua taxa de ocupação.

 Por ter começado a se preparar antes do início do surgimento de casos na região, a Santa Casa de Fernandópolis – que contou com ajuda da Prefeitura -, tem uma boa situação, em que pese a falta de credenciamento de mais leitos de UTI – hoje são 10.

O hospital tem 24 respiradores mecânicos e separou uma ala inteira para atender pacientes com Covid-19. Na Unidade 2 são 18 leitos que foram realocados e são preparados para receber pacientes com sintomas da doença.

De acordo com os boletins encaminhados pela assessoria de imprensa da Santa Casa, o máximo de ocupação com casos suspeitos da doença durante o período de quarentena foi de três leitos de uma só vez.

As situações de EPIs e da quantidade de profissionais de saúde, apesar de nunca estarem definitivamente solucionadas, também se encontram em boa situação no município, com a Prefeitura realizando investimentos, inclusive, no hospital.

Desde a última semana Fernandópolis também conta com testes rápidos para coronavírus, o que ajuda a aumentar o número de pessoas testadas para a doença, dando uma dimensão do quadro de infectados mais próxima da realidade.

As medidas de distanciamento social, que estão em vigor desde o dia 24 de março, foram fundamentais para que o crescimento de casos em Fernandópolis não fosse maior. O primeiro caso na cidade foi registrado em 25 de março e, 21 dias depois, são apenas sete os testes positivos.

Com a situação controlada no primeiro momento, informações extra-oficiais apontam que o prefeito André Pessuto (DEM), deve seguir cidades como São José do Rio Preto e permitir o funcionamento de serviços não essenciais no sistema de drive thru.

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