João Leonel 

O jornal O Globo repercutiu nesta terça (28), um alerta emitido pela empresa de meteorologia Metsul indicando que os volumes de precipitação devem ser muito altos em várias áreas do Sudeste, com maior risco para Minas Gerais, mas com previsões preocupantes também para o Rio de Janeiro de São Paulo, em data próxima ao réveillon e primeiros dias de 2022.

Chuvas intensas atingiram a Bahia, deixando 21 mortos, cerca de 35 mil desabrigados, mais de 450 mil pessoas foram afetadas por enchentes e deslizamentos, com o total de 136 cidades em situação de emergência e calamidade.

O estado de Tocantins também enfrenta graves inundações, com cidades inteiras debaixo d´água.

Na Bahia, foram dois eventos de graves inundações com só três semanas de intervalo, consequência de um segundo episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul que se posicionou mais ao Norte que sua orientação habitual.

A MetSul registrou que o volume de precipitação na Bahia não ficou acima da média apenas no Brasil, “foi a chuva extrema que mais ficou acima da média em todo o planeta em dezembro: em nenhum lugar do mundo teve chuvas tão intensas e numa área tão abrangente como no estado da Bahia nos últimos 30 dias”.

Uma situação de desastre por chuva que era antecipada e foi ostensivamente alertada. Em boletim publicado em 21 de dezembro, intitulado “Brasil pode ter novos desastres por chuva excessiva nesta virada de ano”, a MetSul ressaltava que Tocantins e Bahia registrariam volumes excepcionalmente altos e enfatizava, no caso da Bahia, que “com o solo saturado de umidade pelo recente episódio de precipitação extrema, rios com níveis ainda acima da média e muitas pessoas que ainda sofrem os efeitos do desastre do começo de dezembro, o cenário que se esboça é muito preocupante”.

ESTADO DE ATENÇÃO COM O SUDESTE

O que traz preocupação agora é o cenário de chuva para o Sudeste do Brasil. O corredor de umidade responsável pelo excesso de precipitação em Tocantins e no estado baiano vai estar nos próximos sete a dez dias mais ao Sul, na área que costumeiramente atua durante o verão.

A última projeção de chuva do modelo meteorológico norte-americano GFS para 15 dias em que se observa a tendência de acumulados muito altos no Sudeste com indicativos de 300 mm a 400 mm em alguns locais.

Estas projeções sofrem alterações a cada rodada sobre quais pontos isolados podem ter os volumes mais extremos, mas em todas as saídas do modelo os volumes indicados têm sido muito altos a excessivos na Região Sudeste.

Como Minas e Rio possuem muitas cidades em regiões serranas, a Metsul alertou para a possibilidade de deslizamentos e enchentes nos próximos 10 a 15 dias. Ou seja, além da virada do ano, os primeiros dias de 2022 podem ser afetados pelas tempestades.

Fontes: MetSul e O Globo

 Matéria divulgada no Twitter da MetSul sobre o alerta emitido para a região Sudeste do Brasil (Reprodução/Twitter)