Crônica: Um herói numa cadeira de rodas

Crônica: Um herói numa cadeira de rodas

Cicatrizes, deformidades e a paraplegia de um pai

Cicatrizes, deformidades e a paraplegia de um pai

Publicada há 2 anos

MINUTINHO

Alguém hoje

Por: Meimei/Chico Xavier

Alguém hoje ainda talvez te procure pedindo auxílio.

Alguém que provavelmente não fale, mas trará nos olhos ou nos próprios atos a súplica de amparo que a palavra nem sempre diz.

Alguém que terá errado, a rogar-te um gesto de simpatia, a fim de retificar-se; que se vê sob o frio da angústia, esmolando segurança; que haverá perdido afeições inesquecíveis no nevoeiro da morte, a implorar-te reconforto; que padecerá solidão, mendigando alguns momentos de companhia...

Não te afirmes incapaz, nem te digas inútil.

Auxilia como puderes.

O Céu saberá usar-te.

Organiza as tuas prateleiras de bondade e serve esperança e coragem aos que te busquem apoio.

Oferece-te para o trabalho do bem, como te encontras e tal qual és, fazendo o melhor de ti.

Não temas.

Se desejas renovação e se tens fé, podes claramente entrar no serviço ao próximo, a colaborar no supermercado da luz, entregando as bênçãos de Deus.

CRÔNICA

Um herói numa cadeira de rodas

Por: Autoria desconhecida

Um homem, com cerca de 38 anos, tinha enormes cicatrizes no rosto. Suas marcas eram tão salientes que lhe deformavam a face. Em qualquer ambiente ou ocasião em que ele estivesse as pessoas ficavam chocadas com a sua aparência. Para completar, era paraplégico e andava de cadeira de rodas.

Tinha um filho. O seu nome era Rodolfo, que tinha muita vergonha do estado físico de seu pai. E assim ele cresceu. Tentando escondê-lo. Não chamava os amigos para frequentar sua casa, nem o pai para participar de reuniões e festividades da escola.

Até que certo dia Rodolfo contraiu uma gripe forte e faltou à aula. Por causa de um trabalho urgente dado pela professora, os colegas foram até sua casa, sem avisar. Quando viram aquele homem ficaram atônitos. E Rodolfo – seu filho - mais ainda.

- Não se preocupem, sei que sou bonitão – disse bem humorado, o desfigurado homem.

Imagem: ilustração/reprodução

E os garotos perceberam a doçura daquele homem mutilado pela vida. Enquanto faziam o trabalho tiveram algumas dúvidas e pediram ajuda ao homem feio, que os atendeu e lhes mostrou sua admirável cultura, pois lia mais de um livro por semana. Após o término da tarefa, uma pergunta fatal. Alguém indagou por que ele estava naquela situação.

Rodolfo ficou vermelho e preocupado, pois os pais nunca haviam lhe falado o porquê. Sempre evitaram a resposta. Então aquele homem dócil resolveu aproveitar a oportunidade para contar o que havia acontecido no passado.

Quando Rodolfo ainda era um bebê, eles fizeram uma viagem e se hospedaram num hotel-fazenda. Ausentaram-se, ele e a mãe, por algum tempo, deixando Rodolfo com a babá. Quando retornavam perceberam que o hotel estava em chamas. Desesperado, o pai se embrenhou pelo meio do fogo e resgatou o filho. Mas no exato momento que entregou o bebê ao bombeiro, uma viga caiu sobre sua coluna jogando-o no chão, e as labaredas provocaram sérias queimaduras no seu rosto.

Então, com profunda ternura, o pai de Rodolfo falou: 

- A vida de meu filho era mais importante que a minha. Eu poderia morrer, mas lutei para salvar a dele.

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