POLÍTICA

Fernandopolense é o segundo maior captador nacional no Orçamento Secreto

Fernandopolense é o segundo maior captador nacional no Orçamento Secreto

Quem? Como? E por quê? Qual a justificativa?

Quem? Como? E por quê? Qual a justificativa?

Publicada há 1 ano

"Tem coisas que só acontecem em Fernandópolis", profetizava um ex-prefeito, já falecido, em inúmeras ocasiões, para se referir a situações inusitadas e que aconteciam cá, na velha terrinha.

Pois bem! O que diria, você, caro leitor, se afirmássemos que é um fernandopolense o segundo maior ‘captador’ nacional de recursos do Orçamento Secreto da União (na modalidade de usuário externo)?

E se acrescentássemos que pelos dados relativos a 2022, ele ficou atrás somente de uma servidora da Prefeitura de São Gonçalo-RJ que destinou R$ 120 milhões, mas à frente de outras personalidades da política nacional, tal como, por exemplo, o terceiro colocado, o ex-governador de Amazonas com R$ 58 milhões?

Que o valor por ele captado representa mais da metade que o atual superpoderoso da República nacional, o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), emplacou no mesmo ano?

Certamente, afirmaria que se trata de uma falácia, de uma daquelas fake que vira-e-mexe pintam no meio político. Mas alertamos: é real (conforme mostrou reportagem digital publicada no site Diário da Região) e tem personagem e justificativa bem inteligível.

Vejamos!

Personificando

A personalidade da vez é o jovem jornalista Dener Bolonha, que já laborou na Assessoria de Imprensa da Santa Casa local e atualmente presta seus serviços no Hospital de Amor de Jales no cargo de Relações Governamentais.

Pois ele, que não é nem nunca foi deputado federal ou senador, teria captado R$ 70 milhões (isso mesmo!) relativos ao Orçamento de 2022, através de 16 emendas.

Para dimensionar o volume de recursos, basta lembrarmos que neste mesmo ano o orçamento total de Fernandópolis foi de R$ 254 milhões.

Tornando inteligível

Antes que se imputem, ainda que silenciosamente, qualquer ilicitude na conduta do fernandopolense, vejamos mais dois aspectos desse imbróglio: a destinação dos volumosos recursos e a motivação dos atos.

Preliminarmente, todos os valores arrolados foram encaminhados para entidades de saúde pública, Fundação Pio XII, em especial hospitais em Fernandópolis, Campinas, Barretos, Nova Andradina, e Campo Grande, além de Santa Casa de Barretos e Hospital de Amor da Amazônia, sempre indicados por Bolonha sob a justificativa dos constantes déficits operacionais com falta de cobertura da Tabela do SUS. Nenhum valor, ainda que a título de comissão, ficou em suas mãos.

Justificando o surgimento de seu nome (a autoria), eis que Dener tinha, dentre outras atribuições de sua função, justamente fazer o cadastro de emendas no ‘Sistema gov.br’, e, para acessá-lo, o fazia através de identificação por sua biometria facial e selos pessoais de confiabilidade. Após o acesso é que a destinação do pedido era indicada.

Além disso, a ação do fernandopolense cessava por aí. A partir do cadastramento (que qualquer pessoa classificada como ‘usuário ouro’ poderia fazê-lo) a equipe do hospital é que realizava os contatos políticos em busca da liberação dos recursos.

A Fundação confirmou as justificativas apresentadas por Bolonha e ressaltou que os valores repassados pelo SUS cobrem cerca de 30% do valor real gasto por todas as unidades espalhadas, sendo 8 unidades de tratamento, 25 unidades fixas de prevenção e 52 unidades móveis que percorrem milhares de municípios anualmente, além de atender 26 estados e o Distrito Federal e que busca as mais variadas formas de captação que são ofertadas pelo governo federal.

Desde dezembro passado a entidade não faz mais operações desse tipo, afirma o hospital.

Atualmente o procedimento (de uso de Emendas de Relator) está suspenso por determinação judicial emanada do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão prolatada em dezembro passado.


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