Minutinho:
A viagem é curta. Não se distraia. Não perca tempo
Por: Rita Bragatto
"A viagem é curta. Não se distraia. Não perca tempo.
Não carregue bagagens desnecessárias.
Aprenda a viver com pouco. A ser autossuficiente.
Seja uma boa companhia pra você. Só então, escolha alguém pra viajar contigo.
Tenha um destino, mas permita-se se perder de vez em quando. Mude de rota sempre que se sentir desconfortável.
Não tenha medo dos imprevistos. Confie em seus instintos. Aprecie as surpresas do caminho. Sinta novos aromas e sabores. Ouça novas músicas. Dance.
Acorde cedo pra ver o sol nascer. Silencie durante o por do sol. Estes são os momentos em que a natureza medita. Há muita energia positiva circulante. Transmute.
Mantenha o olhar curioso de uma criança. Acredite que, a cada esquina, o mundo pode te surpreender. Observe. Escute mais do que fale.
Converse com estranhos. Com todos que puder. Não tem problema se não dominar o idioma. Deixe o coração falar. Olhe bem nos olhos deles. Veja a diversidade mas, principalmente, a humanidade. Permita que eles te vejam. Sorria.
Aproveite também a viagem pra olhar pra dentro; pra se conhecer. Abra espaços pro descanso. Crie locais de afrouxamento para os teus apertos. Deixe fluir as emoções. Inspira. Respira. Solta. Deixa ir.
Lembre-se sempre: você está aqui só de passagem. Portanto, capriche nos instantes. Eles, sim, podem ser eternos."
Crônica:
A chama da inspiração
Por: Sylvio Brito Soares
O historiador e filósofo grego Plutarco dizia que a pintura deve ser uma poesia silenciosa e a poesia, uma pintura que fala.
O artista é alguém que transcende sua humanidade, respirando ares que o comum dos homens não consegue perceber.
Por esse motivo, é tão incompreendido, ultrapassando seu tempo e seu espaço.
Quando voltado para a verdadeira arte, que é o belo manifestando o bom, produz obras de extraordinária essência.
Um dos maiores pintores de rica imaginação foi o alemão Albrecht Dürer. Desde cedo, deu provas de seu talento e produziu quadros de beleza sublime.
Ao retratar A adoração dos magos a Jesus, demonstrou sua notável atenção aos detalhes. Os rostos dos personagens transmitem uma gama de emoções, indo da serenidade de Maria à admiração dos visitantes.
Como o seu Jesus no templo entre os doutores, continua a nos fascinar a cada nova contemplação, redescobrindo significados nos pormenores.
Dois anos antes de sua morte, o pintor fez esboços dos quatro evangelistas. Retocou e retocou, sentindo-se impotente para exprimir o ideal que ele imaginava.
Entristecido, foi à janela e se pôs a contemplar a luz que projetava sua claridade nos monumentos e nas torres agudas das catedrais de Nuremberg.
Uma súplica brotou de sua alma ao Senhor do Universo: Permitistes que homens transformassem pedras em construções harmônicas, de linhas majestosas.
Permiti-me transportar para a tela o que trago na alma.
Então, seus olhos se voltaram para a igreja de São Sebaldo, localizada em frente à prefeitura.
Ele a viu ficar vermelha como em fogo. Nuvens azuis formaram um fundo no qual se desenhavam as imponentes figuras dos quatro apóstolos.
Ficou maravilhado: eram os rostos que ele vinha procurando reproduzir em seus esboços.
Retornou aos pincéis e pintou os quatro apóstolos, sua última obra.
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