Crônica: Dr. Muhammad - O médico dos pobres - A história de uma lenda

Crônica: Dr. Muhammad - O médico dos pobres - A história de uma lenda

Leia também: Mágoa - Por: Chico Xavier / André Luiz

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Publicada há 3 dias

Minutinho: Mágoa

Por: Chico Xavier / André Luiz

Se a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe a cabeça ou paralisando-lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode.

Se você está doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que você recupera um relógio defeituoso.

Se você errou, busque reconsiderar a própria falta, reajustando o caminho sem vaidade, reconhecendo que você não é o primeiro e nem será o último a encontrar-se numa conta desajustada que roga corrigenda.

Se você caiu em tentação, levante e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou, na certeza de que ninguém resgata uma dívida ao preço de queixa inútil.

Se amigos desertaram, pense na árvore que, por vezes, necessita da poda, a fim de renovar a própria existência.

Se você possui na família um ninho de aflições, é forçoso anotar que o benefício da educação pede a base da escola.

Se você sofreu prejuízos materiais, recorde que, em muitas ocasiões, a perda do anel é a defesa do braço.

Se alguém lhe ofendeu a dignidade, olvide ressentimentos, ponderando que a criatura de bom senso jamais enfeitaria a própria apresentação com uma lata de lixo.

Se a impaciência lhe marca os gestos habituais, acalme-se, observando que os pequeninos desequilíbrios integram, por fim, as grandes perturbações.

Seja qual seja o seu problema, lembre-se de que toda mágoa é sombra destrutiva e de que sombra alguma consegue permanecer no coração que se acolhe ao trabalho, procurando servir.

Crônica: Dr. Muhammad - O médico dos pobres

Por: Autoria desconhecida

Nunca teve carro. Nunca teve telefone. Nunca viveu no luxo. Mas salvou mais vidas que muitos hospitais inteiros.

Dr. Muhammad Mashali — o médico dos pobres — foi muito mais que um profissional da saúde no Egito. Ele foi um milagre vivo, uma lenda que andava pelas ruas de Tanta, uma cidade no Delta do Nilo, com os pés no pó da terra e o coração inteiro voltado ao céu.

Por mais de cinquenta anos, caminhou todos os dias até sua modesta clínica. Atendia até cinquenta pacientes por dia, a maioria sem cobrar sequer um centavo. Seu consultório custava o equivalente a menos de um dólar, mas, para muitos, significava a única esperança de continuar vivos. Quando não podia ajudar com remédios, tratava com humanidade. E isso bastava.

Formado com honras em 1967, sua missão nasceu de uma promessa feita a Deus: após ver o quanto seu pai sofreu para pagar seus estudos, jurou que nunca cobraria de um pobre por atendimento médico.

E cumpriu essa promessa até o fim.

Quando um milionário do Golfo Pérsico tentou recompensá-lo com 20 mil dólares, um carro e um apartamento, ele vendeu tudo para comprar mais equipamentos e continuar servindo os necessitados. Muçulmanos, cristãos coptas — todos eram acolhidos sem distinção. Porque ele não tratava religiões, tratava pessoas.

Trabalhava mais de 10 horas por dia. Dava de si, do seu tempo, do seu salário, e até do que não tinha. Costumava colocar dinheiro no bolso dos pacientes para que pudessem comprar os remédios que ele receitava.

Era um médico com alma de santo. Um herói sem capa, mas com o coração do tamanho do céu.

Dr. Mashali partiu em 2020, aos 76 anos. Não deixou riquezas, propriedades, nem homenagens em vida. Mas deixou algo muito maior: um legado eterno de compaixão, sacrifício e amor ao próximo.

Num mundo cada vez mais frio e egoísta, ele foi um lembrete vivo de que a verdadeira grandeza não está no que se tem…

Mas no que se dá.

O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.

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