EMPRESARIAL
Retração no comércio exterior: região exporta 24% menos no 1º semestre de 2025
Retração no comércio exterior: região exporta 24% menos no 1º semestre de 2025
Mesmo assim comércio regional dos 102 municípios registrou superávit de US$ 715 milhões
Mesmo assim comércio regional dos 102 municípios registrou superávit de US$ 715 milhões
E agora? Quem poderá nos defender?
Eis a indagação que deve estar assolando mentes de incontáveis empresários e ruralistas também por aqui na região.
O desempenho do comércio exterior dos 102 municípios do Noroeste Paulista sofreu uma retração significativa no primeiro semestre de 2025. Segundo dados divulgados pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) as exportações caíram 24,6% em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando US$ 868,7 milhões. As importações, por outro lado, somaram US$ 152,8 milhões — um leve aumento de 2,5%. Apesar da desaceleração, o saldo da balança comercial permaneceu positivo, com superávit de US$ 715 milhões.
O que explica essa queda?
Instabilidade cambial? Desaceleração global? Redução nos preços das commodities? Ou os primeiros impactos do novo "tarifaço" promovido pelo governo Trump?
A resposta pode estar na combinação de todos esses fatores — e talvez mais alguns.
O fato é que os dados apontam para uma tendência clara de redução no volume e nos valores exportados pela região.
A pauta de exportação continua concentrada em três grupos principais:
Nas importações, os destaques foram:
Principais parceiros comerciais
A China segue como principal destino das exportações regionais, absorvendo 23,7% dos produtos. Na sequência estão os Estados Unidos (6%) e a Índia (5,2%). No sentido contrário, o Chile lidera entre os países de origem das importações (29,4%), seguido por China (25,8%) e Estados Unidos (20,2%).
Comparativo com 2024
No primeiro semestre de 2024, a região havia exportado US$ 1,15 bilhão — um crescimento de 24,3% sobre 2023. As importações, por sua vez, somaram US$ 149 milhões, registrando queda de 4,1%. O superávit naquele período foi de US$ 998,7 milhões.
Análise
Para a diretora titular do Ciesp Noroeste Paulista, Aldina Clarete D’Amico, a queda nas exportações resulta de uma série de fatores interligados:
“A retração pode estar relacionada à instabilidade cambial, desafios logísticos e à desaceleração da demanda internacional por alguns de nossos principais produtos. Além disso, mudanças na política comercial de grandes parceiros, como os Estados Unidos, também influenciaram o cenário. Ainda assim, o superávit alcançado demonstra a resiliência e a competitividade das empresas da região, que seguem se adaptando aos desafios do mercado global.”
O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.