Foto: Divulgação / Fonte: HB

Da Redação

A terapia nutricional desempenha um papel decisivo na recuperação de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Quando iniciada precocemente e conduzida por uma equipe multiprofissional, essa estratégia pode reduzir o tempo de internação, minimizar complicações e acelerar o processo de reabilitação.

No Hospital de Base de São José do Rio Preto (HB), os Indicadores da Nutrição Clínica — utilizados para avaliar o estado nutricional dos pacientes, identificar necessidades específicas e monitorar os efeitos da intervenção — variam entre 90% e 96%. Os números superam a média recomendada pela literatura científica, que é de 80%.

Isso significa que o HB de Rio Preto conseguiu obter índice de eficácia de sucesso na terapia nutricional de pacientes para reduzir o tempo de internação a antecipar a alta. 

“Esses índices mostram que todos os pacientes críticos internados na UTI, com uso de via alternativa, estão recebendo a terapia nutricional adequada para sua recuperação”, destaca a nutricionista clínica do HB de Rio Preto, Patrícia Capeletto. Segundo ela, os resultados refletem o trabalho integrado entre os profissionais da saúde e contribuem para a redução do risco de morbimortalidade, além de favorecer a mobilidade, o desmame ventilatório, a diminuição do tempo de internação e dos custos hospitalares. “Nosso objetivo é alcançar 100% de adesão ao protocolo nutricional”, acrescenta.

De acordo com a especialista, cerca de 50% dos pacientes hospitalizados na América Latina já apresentam desnutrição no momento da admissão. “Com o passar dos dias, esse quadro tende a se agravar, aumentando o risco de infecções, lesões e até mesmo de óbitos. Por isso, a introdução da terapia nutricional entre 24 e 48 horas após a internação pode ter impacto direto na evolução clínica e, muitas vezes, salvar vidas”, afirma.

O principal objetivo da intervenção nutricional é preservar a massa muscular dos pacientes. “Quanto mais cedo conseguimos iniciar a dieta, menores são as chances de complicações ao longo do tratamento”, explica Patrícia.

Logo na chegada à UTI, o paciente passa por uma avaliação para definição das metas calóricas e proteicas. A conduta nutricional é definida em conjunto com a equipe médica, que prescreve a dieta, enquanto a enfermagem é responsável por sua administração.

Simpósio debate nutrição no cuidado intensivo

Com o objetivo de ampliar o debate sobre o tema e reforçar a importância da nutrição no cuidado intensivo, foi realizado no último sábado, 23 de agosto, o I Simpósio Multiprofissional em Terapia Nutricional, no Centro de Convenções da Famerp, em São José do Rio Preto.

O evento busca capacitar profissionais da saúde por meio de discussões científicas e práticas sobre o manejo nutricional de pacientes críticos, e promove a integração entre diferentes áreas da assistência hospitalar, com foco na atuação conjunta nas UTIs.

Médico nutrólogo e intensivista, Dr. Helder da Silva Sanchez ministrou a palestra “Indicações de nutrição parenteral em UTI”. 

“O foco foi orientar o público presente sobre quais as principais indicações da nutrição parenteral para conscientizar o momento ideal de iniciar a terapia nutricional, qual o tipo de paciente irá se beneficiar, a quantidade, como prescrevemos e como atendemos. Mostramos também a importância de fazer a triagem e avaliação nutricional para identificar os pacientes de risco e utilizar a nutrição adequada”, finaliza. 

Mais de 150 pessoas participaram do evento, entre nutricionistas, médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas da instituição e de outros hospitais da região. Estudantes dessas áreas também devem marcar presença no simpósio.