MAUS-TRATOS
Perícia confirma que cavalo estava vivo durante mutilação das patas com facão
Perícia confirma que cavalo estava vivo durante mutilação das patas com facão
Laudo afirma que animal foi decepado vivo pelo tutor após cavalgada
Laudo afirma que animal foi decepado vivo pelo tutor após cavalgada
Fotos: Reprodução / Redes Sociais
Da Redação
Um laudo da Polícia Civil, com apoio de veterinários, concluiu que o cavalo mutilado em Bananal (SP) ainda estava vivo quando teve as patas decepadas com um facão pelo tutor, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos.
Segundo a veterinária Luana Gesualdi, os hematomas encontrados só poderiam ter sido causados em vida. O delegado Rubens Luiz Fonseca Melo reforçou que, embora o animal estivesse enfraquecido, o laudo comprova que não estava morto no momento da agressão.
O tutor confessou o crime, mas afirmou acreditar que o cavalo já estava sem vida. Ele disse ter agido sob efeito de álcool e “transtornado”, e declarou arrependimento.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo. Até o momento, Andrey não foi preso.
O caso
Relembre o caso em reportagem publicada neste 'O Extra.net' na quarta-feira, 20:
Um jovem de 21 anos, identificado como Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, confessou ter mutilado um cavalo com um facão no município de Bananal (SP), em entrevista concedida na última terça-feira (19) à TV Vanguarda.
O incidente ocorreu no sábado (16), durante uma cavalgada de aproximadamente 15 km em área rural do Sertão do Hortelã, próxima à divisa com o estado do Rio de Janeiro.
Durante o percurso, o cavalo demonstrou sinais de exaustão, caiu e morreu pouco depois.
Após constatar a morte do animal, o jovem admitiu ter usado um facão para amputar duas patas do cavalo (e não quatro, como chegou a ser divulgado) e desferido golpes na região abdominal.
A justificativa apresentada por Andrey foi de que acreditava que o cavalo já estava morto e que realizou os cortes para facilitar o lançamento do corpo ribanceira abaixo, em área de difícil acesso.
Investigação e repercussão
O caso foi registrado como crime de maus-tratos com agravante de morte, conforme a Polícia Civil.
Tanto Andrey quanto uma testemunha foram ouvidos e liberados em seguida, enquanto as investigações prosseguem.
Veterinários foram acionados para determinar se o animal já estava morto no momento da mutilação. Devido à posição do corpo, a primeira perícia não foi conclusiva, e nova equipe está prevista para avaliação.
Punições previstas
A pena base prevista pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) para maus-tratos a animais varia de 3 meses a 1 ano de detenção, além de multa.
Com a agravante de morte do animal, a pena pode ser aumentada de um sexto a um terço, elevando o máximo possível para aproximadamente 1 ano e 4 meses.
Repúdio social e institucional
O caso causou comoção nacional e grande repercussão nas redes sociais. Ativistas como Luísa Mell classificaram o ato como “monstruoso”, enquanto a cantora Ana Castela declarou ser uma “covardia” e convocou mobilização popular.
A Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA) emitiu nota de repúdio, recomendando que o autor responda com rigor pela lei, e oficiou o Ministério Público de São Paulo.
A Prefeitura de Bananal também se posicionou, informando que encaminhou o caso imediatamente à Delegacia de Polícia e à Polícia Ambiental, reforçando seu compromisso com o bem-estar animal.