POLÍTICA

Dosimetria: projeto pode reduzir pena de Bolsonaro para dois anos em regime fechado

Dosimetria: projeto pode reduzir pena de Bolsonaro para dois anos em regime fechado

Pinato antecipou, há 3 meses, debate sobre proporcionalidade das condenações do 8 de Janeiro

Pinato antecipou, há 3 meses, debate sobre proporcionalidade das condenações do 8 de Janeiro

Publicada há 2 horas

O Congresso caminha para um de seus últimos grandes atos antes do encerramento do ano legislativo: a votação do Projeto de Lei da Dosimetria, que revisa as penas dos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A proposta não concede anistia plena, mas promove uma redução significativa das penas, atingindo inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.

Com a mudança, a pena cai praticamente pela metade, aproximando-se de 13 anos, o que abre margem para que o ex-mandatário obtenha progressão de regime após cerca de dois anos de cumprimento em regime fechado.

Trânsito político e incertezas no Senado

A aprovação na Câmara é dada como praticamente certa — o clima é de acordo amplo entre as bancadas.

No entanto, o movimento ainda não encerra a disputa: a proposta segue para o Senado Federal, onde não há garantia de manutenção dos mesmos parâmetros de redução.

Nos bastidores, senadores avaliam que o texto pode sofrer ajustes, especialmente diante do impacto político da medida.

Pinato: o precursor da tese da proporcionalidade

Há três meses, o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) já antecipava o debate ao apresentar uma proposta que introduzia o conceito de anistia proporcional para os condenados do 8 de Janeiro.

A ideia diferenciava:

  • quem apenas se manifestou;
  • quem depredou patrimônio público;
  • e quem entrou em confronto direto com forças de segurança.

À época, Pinato afirmou:

“Não existe previsão na Constituição para anistia em caso de golpe contra a democracia. O que defendo é a anistia proporcional, que evita injustiças sem abrir precedentes perigosos.”

O parlamentar defendia um equilíbrio: sem perdão total, mas também sem penas desproporcionais.

O que parecia uma tese isolada agora se aproxima do espírito do projeto que deve ser votado.

Efeito retroativo

Após a publicação da coluna, o deputado Pinato entrou em contato pessoal com o articulista e afirmou:

"O projeto da “dosímetros de pena” apresentado pelo Paulinho da força, a meu ver, não é inconstitucional porque reduz as penas impostas para todos que tentaram dar o golpe de estado em 8 de janeiro. E como é sabido, toda a lei penal que beneficie o réu, tem efeito retroativo. Desta forma, em sendo aprovado este projeto, vai beneficiar todos os réus, inclusive o Bolsonaro."

Por: Beto Iquegami - beto@oextra.net

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