“Certa noite, em uma forte nevasca, na sede de um orfanato em Washington, capital dos Estados Unidos, um padre plantonista ouviu alguém bater na porta. Ao abri-la, deparou-se com um menino coberto de neve, com poucas roupas, trazendo em suas costasoutro garoto,que era mais novo do que ele. A fome estampada no rosto, o frio e a miséria dos dois comoveram o padre. O sacerdote mandou-os entrar e exclamou: ele deve ser muito pesado! Aquele que carregava o garoto mais novo nas costas, disse: ele não pesa, ele é meu irmão. Não eram irmãos de sangue realmente. Eram irmãos de rua”.
Essa história serviu de inspiração para Bobby Scott e Russel Bob comporem uma bela canção intitulada: “He ain’t heavy, heismybrother” (traduzindo para o Português: “Ele não é pesado, ele é meu irmão”) que alcançou grande sucesso no Reino Unido e nos Estados Unidos no final da década de 1960. Os dois meninos foram adotados pela instituição “Missão dos Órfãos”, situada em Washington, capital dos Estados Unidos.
Coincidentemente, poucos dias atrás encontrei um amigo de infância nas ruas de Fernandópolis e a simbologiadessa história me fez lembrar o seu caso. Ele cuida de seu irmão, que é portador de deficiência intelectual, desde que seus pais faleceram. Vendo que seu irmão só tinha a ele para assisti-lo nesse mundo, assumiu com devoção essa grande e nobre responsabilidade. Tenho certeza de que para o meu amigo, seu irmão não é pesado, pois percebo que ele desempenha essa tarefa com muito amor, carinho e dedicação.
E quantos dos que estão lendo esse artigo já passaram ou ainda passarão por situação semelhante?Não necessariamente carregando os “irmãos” nas costas, mas talvez, cuidandodos pais em idade avançada ou de um filho com alguma doença importante ou portador de necessidades especiais. Nesses casos, quem é assistido necessita de muito carinho e atenção, e quem assiste precisa de muita força, paciência e, acima de tudo, amor.
Como dizem alguns trechos da bela canção “He ain’t heavy, heismybrother”: “A estrada é longa, com muitas voltas sinuosas. Isso nos conduz a quem sabe onde, quem sabe onde. Mas eu sou forte, forte o bastante para carregá-lo. Ele não é um fardo, ele é meu irmão. Assim nós vamos, o bem-estar dele é a minha preocupação. Ele não é nenhum fardo para aguentar, nós chegaremos lá... E a carga, não pesa absolutamente nada. Ele não é um fardo, ele é meu irmão”.
Geralmente, para os pais, a carga de criar um ou vários filhos não pesa absolutamente nada, por isso, sempre se espera que para os filhos, a incumbência de cuidar dos pais idosos também não seja um fardo. Os filhos de hoje devem sempre se lembrar de que, um dia, no futuro, poderão ser aqueles pais que necessitarão de cuidados e atenção de seus próprios filhos, a mesma que meu amigo de infância dedica a seu irmão. Tenho certeza de que se alguém perguntar ao meu amigo de infância se seu fardo é pesado, ele dirá: “Ele não é um fardo, muito menos pesado, pois é meu irmão”.
O leitor que desejar assistir o vídeo da canção que me inspirou a escrever este artigo deve acessar o seguinte endereço eletrônico na internet: https://www.youtube.com/watch?v=-urF6oRuI4w