Mariangela Ange

Geometriópolis

Geometriópolis

Por Mariangela Angeluci Siqueira - Psicóloga Clínica, Palestrante, Coach Vocacional e Terapeuta Reikiana

Por Mariangela Angeluci Siqueira - Psicóloga Clínica, Palestrante, Coach Vocacional e Terapeuta Reikiana

Publicada há 7 anos

Em uma cidade chamada Geometriópolis existiam 3 espécies de pessoas, as quadradas, as redondas e as triangulares. Cada uma com sua “forma” de ser, de se encaixar, de pensar e de se comportar. Cada uma com suas preferências de cabelos, de roupas, com suas opções religiosas, orientações sexuais, times do coração, preferências políticas, gostos musicais. Todas elas conseguiam se distinguir entre si e isso era uma enorme vantagem (mas, uma grande desvantagem quando não se sabia usar).


No geral, como era de se esperar, por esta habilidade de notarem as diferenças entre si, cada forma geométrica se relacionava e tentava se encaixar com aquelas que eram semelhantes. As pessoas redondas se relacionavam com as pessoas redondas, as quadradas com as quadradas e as triangulares com as triangulares, pois suas formas de pensar e de se comportar se encaixavam. Por muito tempo, Geometriópolis viveu em paz. Mas, com toda regra vem junto algumas exceções e, começaram a surgir relacionamentos entre quadrados e redondos, redondos e triangulares, triangulares e quadrados. Foi fácil perceber que eles não se encaixavam entre si. Quanto mais eles se misturavam, formas ainda mais diferentes iam surgindo, advindas dessas misturas. Acontece que isso começou a causar um sério problema.


Como eu disse, cada um sabia se diferenciar entre si e começou a haver grandes divergências por “formas” diferentes de se pensar. Quadrados queriam que redondos se encaixassem em sua maneira de ver a vida. Redondos não aceitavam as opiniões políticas dos quadrados. Os triângulos se juntaram, pois acharam que seu gosto musical era o melhor. Teve tiro por causa de time, teve morte por causa da cor e teve forma machucando outra forma por causa da política.


Quadrados que eram quadrados de verdade precisavam fazer os redondos entenderem qual era a forma correta de ser. Triangulo que se preze não podia deixar qualquer quadrado sair por aí se exibindo. Redondo, sem duvida é o melhor, pois não tem ponta nenhuma. E esta guerra entre formas geométricas destruiu muitas gerações. No entanto, o que está na cara e alguns ainda não veem é que, quadrado continua sendo quadrado, circulo ainda é círculo e triangulo sempre triangulo será. Só há uma maneira de trazer de volta a paz que havia antes, cada forma precisa respeitar a forma do outro de ser.




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